São Paulo, segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Em corrida com os três melhores, Bolt sobra e é elogiado

Principais ameaças, Gay e Powell admitem superioridade do concorrente na prova mais rápida e nobre do atletismo

Prata, americano se diz feliz com o resultado e que pode voltar a ser o melhor; bronze, compatriota declara que campeão corre "feito bala"

DO ENVIADO A BERLIM

A disputa da final dos 100 m no Mundial de Berlim ganhou ainda mais importância por reunir, pela primeira vez nesta temporada, os jamaicanos Usain Bolt e Asafa Powell e o norte-americano Tyson Gay.
A última vez que os três dividiram a mesma pista foi em 31 de maio de 2008, quando Bolt bateu seu primeiro recorde mundial dos 100 m (9s72), na final do GP de Nova York.
Apesar da rivalidade dentro da pista, o respeito entre os três homens mais rápidos do mundo é grande. Sempre quando questionados, eles fazem questão de ressaltar a qualidade dos maiores adversários.
Ontem, por exemplo, depois de ficar com a medalha de prata, Gay era só elogios para Bolt.
"Fico feliz por ele ter vencido. Apesar de ele não ser imbatível, é muito bom. Infelizmente, sou um dos que têm de enfrentá-lo", afirmou ele, que acha que ainda tem condições de voltar a ser o número um.
Campeão mundial em Osaka, em 2007, nos 100 m, nos 200 m e no revezamento 4 x 100 m, o velocista espera, em um futuro próximo, render mais.
"É possível ainda baixar os meus tempos. Sei que ainda tenho o que aperfeiçoar. Hoje [ontem] fiz o meu melhor, mas estava com dores [na virilha] e não foi suficiente. Sabia que era humanamente possível quebrar o recorde, uma pena que não fui eu, mas estou feliz com a corrida", declarou Gay, que passará por exames para saber se continuará no Mundial.
Bolt também mostrou ser político e ressaltou a qualidade dos concorrentes. "É sempre muito divertido correr contra eles. Tenho de treinar muito para permanecer competitivo. É uma batalha, mas eu gosto."
Considerado azarão na decisão de ontem, Powell mostrou sua admiração por Bolt. "Eu precisava da corrida perfeita para vencer e não consegui. Fiz o máximo que pude e não quero minimizar o Bolt. Ele foi fantástico", elogiou o jamaicano.
O terceiro colocado fez questão de cumprimentar diversas vezes o compatriota, dançar com ele na pista e, na entrevista coletiva, passar boa parte do tempo trocando confidências.
"Ele [Bolt] corre demais, feito uma bala. Não pensei que ele correria assim tão rápido aqui. É muito bom ver um cara assim ganhar e uma honra disputar uma final ao lado dele."
Powell, ex-recordista mundial, chegou a ser cortado da delegação da Jamaica por não estar com o restante da equipe no período de treinamento.
Como represália, a confederação jamaicana afastou o atleta, que só retornou por causa do pedido do presidente da Iaaf (a entidade que gerencia o atletismo mundial), o senegalês Lamine Diack, que queria o estádio Olímpico lotado.
Powell ainda integra a equipe do revezamento 4 x 100 m, com Bolt. (JOSÉ EDUARDO MARTINS)


Texto Anterior: Usain Bolt supera Pequim em Berlim
Próximo Texto: Murer tenta 1ª medalha para o Brasil no feminino
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.