São Paulo, segunda-feira, 17 de agosto de 2009

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br

Os defeitos do líder

PALMEIRAS terminou o primeiro turno com seis vitórias e quatro empates em seus jogos em casa, ou 73% de aproveitamento. Pouco para ser campeão? Não.
Em 2007, o São Paulo de Muricy ganhou o Brasileiro com índice idêntico dentro do Morumbi e terminou o primeiro turno com seis vitórias, dois empates e duas derrotas.
Mas os números não significam segurança para uma torcida que passou os últimos 15 anos sem o título do Brasileiro. Menos ainda quando seu time exibe defeitos graves, como contra o Botafogo.
O Palmeiras de Muricy não convence. E por quê? Talvez justamente por ser não ser o Palmeiras de Muricy.
Dos 19 jogos do primeiro turno, o Palmeiras foi de Luxemburgo em sete, de Jorginho em outros sete e de Muricy em cinco. Na história do Brasileirão por pontos corridos, é a primeira vez que o líder, ao final do primeiro turno, tem essa característica. O Santos-2004 e o Corinthians-2005 chegaram à liderança na primeira metade do torneio com mudanças de técnico, mas com interinos menos efetivos do que Jorginho. Um terço de torneio para cada técnico é privilégio palmeirense.
Ainda assim é impossível deixar de lado os defeitos do líder. Uma equipe que depende exclusivamente da inspiração de Diego Souza ou Cleiton Xavier, joga pouco pelos lados e, quando o faz, esbarra na dificuldade de seus laterais acertarem cruzamentos especialmente Wendel.
Uma equipe cujo técnico já admitiu ser melhor em casa com dois atacantes puros, mas que em alguns casos simplesmente não tem uma segunda opção para o setor. Sem Obina, contra o Botafogo, com Robert ainda distante de sua melhor forma física, o jeito era escalar três volantes protegendo Diego Souza, Cleiton Xavier e Ortigoza.
O último time de Muricy com três volantes, um meia e dois atacantes foi o Inter, vice no Brasileiro de 2005. Hoje, Muricy diz ter um bom time e um elenco que precisa ser fortalecido. Tem razão.
Mas o pacote indica que o Palmeiras não convence, enquanto o São Paulo sobe. O mesmo São Paulo, tricampeão graças a três pilares: estrutura, elenco e técnico. O segundo turno dirá se o técnico era mesmo um dos pilares.

A MUDANÇA
Jogar com três zagueiros não é o esporte preferido de Mano Menezes. Mas foi o jeito encontrado para devolver a estabilidade à equipe. Conseguiu. E subiu na tabela. O Corinthians marcou melhor do que o Atlético e deu liberdade a Dentinho. Não quer dizer que será assim até o final do ano.

ERROS E ACERTOS
Hernanes foi o melhor do São Paulo no primeiro tempo ante o Sport, quando o time mandou no jogo e fez 1 x 0. Foi de Hernanes a jogada para Borges, no gol de Washington. E foi Hernanes quem vacilou no gol rival. O que vale mais? Ver Hernanes como o condutor do meio-campo, como em 2008.

O GRANDE RIVAL
O primeiro turno do Campeonato Brasileiro termina com o Palmeiras líder, não campeão. Porque o Internacional venceu o Santo André no ABC paulista e pode somar mais pontos na primeira metade do torneio, se ganhar seus jogos atrasados contra Santos, na Vila Belmiro, e Atlético-MG, no Beira-Rio. Porém o futebol do time gaúcho ainda não é aquele do início do ano. Ainda não permite arriscar duas vitórias nas duas partidas que restam.


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