São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 2011

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FOCO

Tite quer menor salário para técnico e maior para árbitro

DE SÃO PAULO

Tite se abriu. O técnico do Corinthians, afeito a respostas evasivas e longas, que às vezes nada têm a ver com as perguntas que lhe fazem, ontem falou sem rodeios.
Em ato incomum em sua categoria, defendeu salários menores para técnicos de futebol. "É uma profissão valorizada demais, é irreal", disse, sem se excluir. "Como técnico, ganho acima do que merecia." Tite, 50, recebe R$ 300 mil mensais do Corinthians.
"Eu trocaria toda essa valorização financeira por mais estabilidade", continuou. "Eu não estou aqui fazendo média. Já treinei time de fábrica, já passei ano em que só trabalhava seis meses, aceitei redução de 40% no salário para seguir empregado."
Em sua segunda passagem pelo Corinthians, Tite não pode reclamar de falta de estabilidade. Tem contrato até o final deste ano e foi mantido no cargo pelo presidente Andres Sanchez mesmo quando muita gente dentro do clube pedia a sua cabeça.
Tite sobreviveu ao fiasco do time na Libertadores deste ano (perdeu para o colombiano Tolima e não chegou à fase de grupos) e à perda do título paulista para o Santos. Respondeu com a liderança do Campeonato Brasileiro.
A arbitragem nacional, certamente a classe que mais apanha dos treinadores no país, ganhou ontem em Tite um defensor veemente.
"A gente cobra perfeição dos árbitros, mas nos últimos dez anos eles tiveram 25% de aumento", citou o corintiano. E criticou a condição "amadora" dos árbitros e auxiliares no Brasil. "Eles têm que trabalhar, depois vão para o jogo no domingo e não podem errar. Um erro deles pode determinar um campeão."
Tite comanda uma das duas únicas equipes que ainda não tomou cartão vermelho no Nacional -a outra é o São Paulo. Mas o Corinthians levou menos cartões amarelos: 32, contra 35 do rival. E ainda lidera o torneio em desarmes, com 144,7 por jogo. "Dá para roubar a bola sem bater, eu insisto nisso", disse Tite. (MF)


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