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VÔLEI DE PRAIA
Depois de acordo de entidades, Anjinho e Loyola já pensam em conquistar medalha em Sydney-2000
Exilados treinam para ofuscar olímpicos
JOSÉ ALAN DIAS
da Reportagem Local
A pretensão de Tande e Giovane
de chegarem ao segundo ouro
olímpico pode esbarrar nas mãos
de Anjinho e Loyola, os brasileiros
mais bem-sucedidos na praia.
Um acordo entre a AVP (Associação dos Jogadores Profissionais) e a FIVB (Federação Internacional de Vôlei), há duas semanas,
permitiu que as duplas que jogam
nos EUA disputem as competições
promovidas pela federação. Isso
abrange Olimpíada e Mundiais.
Jogando o circuito profissional
norte-americano desde 1993, o que
os afastou dos Jogos de Atlanta-96,
Anjinho e Loyola, agora "livres",
são pré-candidatos ao pódio três
anos antes de os Jogos de
Sydney-2000 começarem. E apresentam o currículo.
Das 21 etapas já disputadas do
circuito da AVP, que começou em
março e vai até o próximo dia 31,
Loyola, 27, venceu 12, fazendo dupla com Kent Steffes, dos EUA.
A dupla Steffes/Loyola já amealhou US$ 311 mil nesta temporada.
Numa única competição, Loyola
arrebatou US$ 78 mil.
Anjinho, 26, que teve problemas
no joelho no início do ano, conseguiu um terceiro e quinto lugares
nas cinco etapas após sua volta, ao
lado do canadense Brian Gatzke.
"O que eu mais queria era defender o Brasil. Só não ganhei medalha porque não tive chance. Com
aquelas duplas que estavam lá (nos
Jogos), eu teria ganho ", diz Loyola, apelidado de "king of the
beach" e favorito ao título de melhor do ano, a ser escolhido na última etapa, em Orlando.
Na condição de convidados
-privilégio concedido apenas aos
norte-americanos Sinjin Smith e
Henkel-, os brasileiros podem
ratificar as expectativas no Mundial, que acontece de 10 a 13 de setembro, nas quadras montadas no
complexo tenístico da Universidade da Califórnia.
O evento será o primeiro a reunir
oito times dos EUA que jogam na
AVP, mais as duplas que disputam
o circuito da federação.
Entre as outras duplas que disputam o evento estão Guilherme/Pará, Zé Marco/Emanuel e
Franco/Roberto Lopes, os quatro
últimos os representantes brasileiros em Atlanta-96.
"A gente mora perto (na Califórnia) e e só ter um tempinho para treinar que dá para jogar numa
boa", diz Anjinho.
Eles jogaram juntos por dois
anos e meio, mas um problema
nas costas deixou Anjinho inativo
por alguns meses, e Loyola passou
jogar com Adam Johnson.
Recuperado, Anjinho passou a
jogar com parceiros como Randy
Stocklos. "É comum isso aqui. É
tudo muito profissional."
A possibilidade de vir a disputar
a preferência nacional com os
olímpicos Tande e Giovane parece
não causar temor na dupla.
"Pô, eu jogo ao lado de um campeão olímpico (Steffes, ouro em
Atlanta-96, na praia). E daí que
eles são campeões olímpicos? Eu
quero ganhar a medalha pelo meu
país, para que as pessoas me reconheçam. Aqui eu sou famoso. Mas
aí, eu nunca tive um aperto de mão
de ninguém", afirma Loyola.
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