São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 2002

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Duelo dos melhores ataques do Brasileiro tem pênaltis, expulsões, erros do juiz e muita catimba

São Paulo rouba "folga" do Santos no clássico dos gols

Júnior Lago/Futura Press
Jogadores do São Paulo, que assumiu a liderança do Brasileiro, comemoram gol contra o Santos


DA REPORTAGEM LOCAL

Todos esperavam um jogo de muitos gols. Foi muito mais do que isso. O duelo entre o poderoso São Paulo e o "folgado" Santos, como assume o técnico Leão, foi um show de emoção, expulsões, surpresas e comemoração de gols.
Um total de cinco gols, todos no segundo tempo, que teve "apenas" 49 minutos -o jogo ficou parado quase dez minutos devido a confusões entre jogadores e protestos contra o árbitro Cleber Abade, em atuação desastrosa.
O São Paulo terminou a batalha com apenas nove jogadores -o zagueiro Ameli e o meia-atacante Kaká foram expulsos -, mas com um importante 3 a 2 no placar, que o deixa na liderança do Brasileiro com 34 pontos. O Santos teve só um expulso, o volante Paulo Almeida, mas ficou com 32 pontos -caiu para terceiro.
Os meninos do Santos acuaram os craques do São Paulo durante quase todo o jogo, mas perderam uma série de chances, como já havia ocorrido contra o Palmeiras.
No início da partida, o São Paulo até esboçou alguma coisa. Os atacantes Luís Fabiano e Reinaldo estiveram a ponto de abrir o placar. Mas foram lances isolados.
Segundo o Datafolha, o time do técnico Leão teve 57% de posse de bola. Chutou 16 vezes contra 14 do rival. O caro meia são-paulino Ricardinho esteve apático, recebendo a bola só 20 vezes -o elétrico Diego foi acionado 41 vezes.
Leão estudava jogar com três zagueiros, colocando Preto desde o início, mas acertou em manter o 4-4-2. As principais peças ofensivas do São Paulo não funcionaram, e os defensores do time da capital ficaram atordoados com a velocidade e a habilidade dos jovens adversários da baixada.
Robinho, em mais uma noite inspirada, era perigo constante.
O gol santista parecia questão de tempo, mesmo quando o segundo tempo teve início, sem alterações de jogadores. O São Paulo mal passava do meio-campo, mas castigou o rival com dois gols em apenas dois minutos.
Gols que saíram de contra-ataques e que tiveram Kaká como grande mentor. Pouco depois dos 2 a 0, o mais badalado jogador do time do Morumbi provocou ainda a expulsão do capitão santista, Paulo Almeida. Aí parecia jogo ganho para o São Paulo, que esteve para ampliar o marcador.
Mas a partida era mesmo imprevisível. O Santos arrancou o empate e ainda tirou dois jogadores do rival com cartões vermelhos. A segunda expulsão foi apenas um dos erros do juiz -ele deu o segundo amarelo para Kaká, mas o jogador não merecia ter levado o primeiro, quando Abade entendeu simulação após o jogador ter sido puxado na área.
Para que Diego convertesse o segundo gol santista, de pênalti, foram gastos mais de seis minutos. Rogério defendeu a primeira cobrança de forma irregular, protestou com veemência e empurrou o árbitro, que mandou voltar o lance, mas não expulsou o goleiro -recebeu só o cartão amarelo.
Na comemoração, Diego subiu no escudo do São Paulo na beira do campo, tirou a camisa e provocou os rivais, sem ser advertido -Luís Fabiano provocou santistas após seu gol e levou amarelo.
Fábio Simplício partiu para cima de Diego e gerou grande confusão, mas Abade mais uma vez não teve pulso para punir um atleta. O segundo tempo teve só 19min50s de bola rolando. E só quatro minutos de acréscimo.
No final, são-paulinos e santistas se uniram. Contra o árbitro.



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