DA REPORTAGEM LOCAL

Sob a batuta de Emerson Leão, o São Paulo ganhou em agressividade. Hoje, contra o Atlético-MG, no estádio Independência, às 16h, o time pode comprovar que fora de casa também sabe agredir.
Com o treinador, a equipe jogou três vezes fora de casa, venceu duas (Paraná e Ponte Preta) e perdeu apenas uma, para o Grêmio. Aproveitamento de 66,7%, muito superior ao registrado com o ex-treinador Cuca.
Com o atual técnico do Grêmio, o time conseguiu apenas 28,9% dos pontos disputados longe do Morumbi, com três vitórias e quatro empates em 15 partidas.
Além disso, segundo números do Datafolha, o time de Leão melhorou muito nos fundamentos ofensivos, como finalizações, que subiram de 14,2 para 18 por jogo, e pontaria, de 34% para 47,5%.
São números bem-vindos quando vencer fora de casa é uma necessidade. A equipe ainda se considera aspirante ao título, segundo afirmou Leão. Para o técnico, a conquista da vaga na Libertadores, se vier, será uma conseqüência de um objetivo maior.
Apesar da confiança na sua própria capacidade, o time está consciente de que as dificuldades estarão presentes em Belo Horizonte.
"Esperamos um estádio lotado, com muita pressão da torcida e do time do Atlético. Eles virão com tudo, e nós temos que mostrar tranqüilidade", disse o volante Renan sobre a pressão que os mineiros devem imprimir logo no início da partida.
Além disso, os dois times têm um retrospecto geral de muito equilíbrio dentro da competição. Em 64 jogos, 20 vitórias para cada equipe, além de 24 empates, com 90 gols para o time do Morumbi e 83 para o Atlético.
Para o jogo em Minas Gerais, Leão ainda não confirmava o companheiro de ataque de Grafite, mas tudo indica que Jean tem mais chances de começar jogando do que o titular Nildo.
Na zaga, um entra-e-sai. Alex torceu o tornozelo e desfalca a equipe, sendo substituído pelo reserva Flávio. Mas Fabão volta a compor o setor, depois de cumpriu suspensões tanto pelo Brasileiro, contra a Ponte, como contra o Santos, pela Sul-Americana.
Já o volante César Sampaio permanece se recuperando de uma cirurgia no nariz e deve retornar na quarta, pela competição continental, contra o Santos.
Apesar da preocupação com o que vai encontrar em Belo Horizonte, o técnico Leão tem motivos para comemorar em termos de evolução no Brasileiro.
Desde que assumiu o São Paulo, o treinador ainda não teve um jogador expulso, fato que marcou negativamente a equipe na era Cuca. Apesar de o número de amarelos ter subido com o novo comandante -de 2,6 foi para 2,9-, Leão acha que essa mudança é positiva.
"Isso não ocorreu só por minha causa, mas também pelo controle da ansiedade dos jogadores. Eles tinham tanta vontade de acertar que acabam exagerando. Eles acabaram simplificando isso", afirmou Leão.
O zagueiro Rodrigo confirmou que a mudança foi na base da conversa com o treinador. "Passamos a marcar mais de perto as jogadas e deu certo", comentou.
Do lado mineiro, o objetivo é menos audacioso que o de Leão. Tentando distanciar a equipe da zona de rebaixamento, o técnico Mário Sérgio, terceiro do Atlético no Brasileiro, não havia decidido o sistema de jogo, mas no treino deu sinais de que preferiria o 3-5-2, com improvisações bem ao estilo do treinador: o volante Zé Luís joga como zagueiro, e o volante Emerson, como líbero.
Mesmo com fadiga muscular no adutor da coxa direita, o atacante Rodrigo Fabri deve atuar pelo time mineiro. Já o lateral Marquinhos sentiu fisgada na coxa direita durante o treino de anteontem e não deve ser relacionado.