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pegada
Brasil de Dunga abandona "fair play"
Seleção, que encara hoje o Equador pelas eliminatórias, tem cometido mais faltas e levado mais cartões com o técnico
Com o atual comandante, equipe nacional registra 30% a mais de infrações do que quando era orientada por Carlos Alberto Parreira
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O Rio e o Maracanã ficaram
sete anos sem a seleção. E hoje,
quando revirem o time nacional, irão assistir a uma equipe
que perdeu os bons modos.
O Brasil, que enfrenta o
Equador no mítico estádio carioca, às 21h45, anda de mal
com o "fair play" depois que
Dunga assumiu o cargo.
A começar pelo próprio treinador, que em dois dias discutiu com dedo em riste com um
cinegrafista, na Colômbia, e bateu boca com jornalistas. Também foi expulso antes de um
amistoso, contra o México, por
ofender de forma grosseira um
árbitro norte-americano. Comportamento que parece ter
contagiado seus atletas.
O Brasil de Dunga foi o time
mais faltoso da Copa América.
Na rodada de abertura das eliminatórias, também bateu o recorde de infrações -foram 25
no empate sem gols contra a
Colômbia, em Bogotá.
Em competições oficiais, o time tem sob seu atual comando
média de 22,3 faltas por jogo,
ou 30% a mais do que cometia
com Carlos Alberto Parreira.
A marca da equipe com o ex-treinador em jogos oficiais deixaria a seleção como o time menos faltoso do atual Brasileiro.
A de Dunga a colocaria entre as
12 mais violentas do Nacional.
A arbitragem não vem perdoando as faltas e as reclamações. Kaká foi advertido contra
os colombiano por se queixar
do juiz Carlos Amarilla.
O número de amarelos em
partidas oficiais quase dobrou
em relação aos tempos de Parreira -passou de 1,78 por jogo
com o ex-treinador para 3,29
na era Dunga. Em amistosos, o
aumento também é substancial
-de 0,79 para 1,14.
A Argentina, que muitos brasileiros adoram acusar de desleal e reclamona, teve, no mesmo número de partidas (seis)
que o Brasil na Copa América,
37 faltas cometidas e nove cartões amarelos a menos.
Ontem, Dunga não falou sobre o jogo. No treino de reconhecimento do Maracanã,
aproveitou para eternizar seus
pés na calçada da fama do estádio -teve sua marca colocada
ao lado da feita por Jorginho,
seu auxiliar e companheiro de
equipe na conquista do tetra.
Foi acompanhado no evento
pelo secretário estadual de Esportes do Rio, Eduardo Paes,
que já foi funcionário da CBF e
com quem, antes do início do
treino, vistoriou o gramado do
estádio, que aparenta estar em
melhores condições do que na
semana passada, quando foi
massacrado por Jorginho.
Por meio do site da CBF, fez
média com a torcida carioca,
que não se entusiasmou com a
presença da seleção na cidade.
O hotel que abriga o time está
livre de fãs, e o treino de ontem,
fugindo do que é normal para o
time nos últimos anos, foi realizado com portões fechados.
"Quero retribuir a confiança
depositada pelo público, que na
semana anterior à partida já tinha comprado todos os ingressos disponíveis", disse Dunga
sobre o duelo, rotulado como o
"jogo das famílias" pela CBF.
A seleção começou a segunda
rodada das eliminatórias dividindo o quarto lugar com Colômbia, Peru e Paraguai. Os
quatro primeiros da América
do Sul se classificam direto para a Copa de 2010; o quinto joga
uma repescagem.
Após o jogo de hoje, o Brasil
fecha a temporada 2007 das eliminatórias em novembro, contra Peru, em Lima, e Uruguai,
no Morumbi. Depois, só joga
em junho de 2008 pelo torneio.
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