São Paulo, quarta-feira, 17 de outubro de 2007

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Ferrari renova com Massa até 2010

Brasileiro só perderá para Michael Schumacher como piloto a mais tempo ficar sob contrato com a escuderia italiana

Ferrarista, que deve ganhar cerca de US$ 15 mi por ano, afirma que, se necessário, ajudará Raikkonen na prova de Interlagos, no domingo

Antonio Scorza/France Presse
Mecânicos trabalham na montagem dos boxes da Ferrari em Interlagos, à frente de foto de Felipe Massa


FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma demonstração de carinho. Foi assim que Felipe Massa traduziu ontem o anúncio de sua renovação de contrato com a Ferrari até o fim de 2010.
A extensão do compromisso, firmado em 2001 e que valia até o fim de 2008, fará de Massa o segundo piloto com contrato mais duradouro a correr por Maranello -no total, serão dez anos a serviço da Ferrari.
Apenas Michael Schumacher, entre os 92 pilotos que já passaram pela escuderia, ficou ligado a ela por mais tempo. Foram 11 temporadas na Ferrari, período em que conquistou cinco títulos do Mundial de Pilotos e seis do de Construtores.
"Sem dúvida eles terem esperado a semana do GP Brasil para fazer este anúncio é um sinal de carinho", disse Massa, que ontem deu início a uma série de compromissos que antecedem a corrida deste domingo, última etapa do Mundial de F-1.
"Tenho total consciência da importância dessa renovação não só para o Brasil mas para mim como piloto", falou. "Sei que agora tenho mais três anos num time competitivo e com chances de vitória e vou poder fazer planos a longo prazo. "
O anúncio feito ontem pela Ferrari coloca fim às especulações de que o brasileiro poderia se transferir para a Toyota, cedendo sua vaga para Fernando Alonso, em crise na McLaren.
De acordo com Massa, a renovação vinha sendo discutida desde o meio da temporada. A assinatura do contrato, porém, só aconteceu no final de semana do GP da China, há dez dias.
"Na verdade, as negociações não começaram numa data, elas foram acontecendo normalmente. Acho que minha evolução desde o ano passado ajudou para isso", afirmou.
Apesar de não entrar em detalhes, Massa afirmou que a base contratual é praticamente a mesma da anterior, que assinou em 2001. À época, tinha 20 anos, corria no Europeu de F-3000 e foi visto por Jean Todt, diretor-geral da escuderia, como uma solução para encaminhar o filho. Até hoje, Nicolas Todt, que antes trabalhava com sites, é o empresário de Massa.
"Só fizemos algumas mudanças que me deixaram mais feliz", disse. "Um aumento é normal, tenho família para sustentar", brincou o piloto, 26, que se casa no dia 24 de novembro.
Massa ganha hoje cerca de US$ 5 milhões (R$ 9 milhões) por temporada, além de bônus por pontos. Isso equivalia a um terço do salário de Kimi Raikkonen, seu companheiro de time, cujo contrato vai até 2009.
Com a renovação, os ganhos do brasileiro devem chegar à casa dos US$ 15 milhões anuais.
"Claro que isso me deixa muito orgulhoso e também é motivo de trabalho para mim. Agora vou me concentrar nos próximos três anos", disse ele.
"A vontade de ser campeão eu sempre tive, desde criança, mas a gente sabe que para isso é preciso que uma série de fatores se encaixem, que as coisas certas aconteçam na hora certa, o que definitivamente não aconteceu neste ano", completou o piloto, que teve chances de lutar pelo título até a antepenúltima etapa, o GP do Japão.
Vencedor do GP Brasil de 2006, colocando fim a um jejum de 12 anos sem vitórias brasileiras em Interlagos, Massa disse que a notícia de ontem não muda sua motivação para repetir o resultado. "Sempre chego a essa corrida no Brasil motivado", falou. "Claro que, se tiver que ajudar o Kimi e a equipe, vou ajudar, mas a minha intenção é entrar para vencer."


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