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São Paulo, segunda-feira, 17 de novembro de 2003

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MEMÓRIA

Corrida da Gávea colocou o país no cenário mundial

DA REPORTAGEM LOCAL

Imagine o GP de Mônaco de F-1. No lugar dos pilotos profissionais de hoje em dia, apenas alguns apaixonados por corridas. Em vez de carros com tecnologia de ponta, automóveis de passeio adaptados. No lugar das ruas do principado, as ruas do bairro da Gávea, no Rio. Tudo isso na década de 30.
Foi nesse cenário, em 1933, que o Brasil abrigou pela primeira vez uma prova do calendário da Federação Internacional de Automobilismo, o Grande Prêmio Cidade do Rio de Janeiro, no circuito da Gávea.
O traçado, de pouco mais de 11 km e vários tipos de piso -como asfalto, paralelepípedo, areia e cimento-, desafiava a habilidade dos pilotos da época. Foi justamente por isso que o circuito recebeu o apelido de "Trampolim do Diabo".
A largada da prova acontecia na rua Marquês de São Vicente, seguia pela Visconde de Albuquerque, margeando o canal que liga a lagoa Rodrigo de Freitas ao mar até chegar à avenida Niemeyer. Depois de se afastarem da orla, os competidores seguiam em terreno plano, subiam a Rocinha, passavam pela estrada da Gávea até o topo e retornavam à rua Marquês de São Vicente.
A corrida, que mobilizava praticamente toda a cidade, aconteceu de 1933 a 1954, mas não anualmente. Seu primeiro vencedor foi o brasileiro Manuel de Teffé, pilotando um Alfa Romeo. Até presidentes, como Getúlio Vargas e Eurico Gaspar Dutra, fizeram questão de assisti-la pessoalmente.
Mas a competição começou a ganhar importância a partir de 1936, com a chegada da Ferrari e seus pilotos Carlo Pintacuda e Attilio Marinoni. No mesmo ano, a francesa Hellé Nice participou da prova e chocou a sociedade da época ao posar para fotos de biquíni e fumando.
Em 1952, a prova contou com a participação do argentino Juan Manuel Fangio, que no ano anterior havia conquistado o primeiro de seus cinco títulos na F-1. Mas a vitória ficou com o brasileiro Chico Landi.
Outros participantes ilustres do GP foram o italiano Alberto Ascari, bicampeão de F-1, e o argentino José Froilan Gonzales, também da F-1. (TC)


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