Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ENTREVISTA - MICHAEL SCHUMACHER
'Quero ser amado para sempre'
Pela primeira vez após se aposentar em outubro, maior recordista da F-1
fala de sua vida dentro e fora das pistas
DEPOIS DE acompanhar Michael Schumacher por 16 temporadas na
F-1, 250 GPs, 91 vitórias, sete títulos e inúmeras entrevistas coletivas,
muitos torcedores podem achar que conhecem bem o alemão. Frio,
reservado, politicamente correto, entre outros adjetivos. Mas não é
bem assim. Em sua primeira entrevista como ex-piloto -deixou as pistas após um
desempenho bem a seu estilo no GP Brasil-, ele revela à revista do diário alemão
"Süddeutsche Zeitung" uma outra faceta. Mostra como é do outro lado do "muro"
que criou para se proteger. Fala de Senna, da família, de medo, do futuro...
ALEXANDROS STEFANIDIS
GERALD SELCH
DOMINIK WICHMANN
DA SÜDDEUTSCHE ZEITUNG MAGAZIN
SZ-MAGAZIN - Senhor Schumacher,
como se sente depois do primeiro
dia de aposentadoria?
MICHAEL SCHUMACHER - Muito
bem. Não posso me queixar.
SZ-MAGAZIN - O senhor aceitou um
papel no filme Asterix. É bom ator?
SCHUMACHER - Não. Um ator
tem que saber incorporar outras personalidades, isto é difícil para mim. Eu prefiro representar a mim mesmo: um piloto. É isto que eu sou.
SZ-MAGAZIN - Piloto em Asterix?
SCHUMACHER - Sim, numa biga.
Quatro cavalos em vez de 800,
rédeas em vez de volante. Talvez tenha sido a última vez que
participei de uma corrida.
SZ-MAGAZIN - O senhor não foi
obrigado a parar.
SCHUMACHER - Mas eu quis parar, porque correr só por correr
não é o que quero. Conversei
com a Corinna e depois com o
Willi Weber, meu empresário,
além do Jean Todt. Jean disse:
"Michael, espere um pouco. Seria errado decidir precipitadamente". Mas a cada corrida fui
me despedindo mais um pouco
da vida de piloto. Pela primeira
vez na minha carreira, me perguntei: "Por que você está fazendo isto? Por que está investindo tanto tempo neste trabalho quando na verdade prefere
estar em casa com a família?"
SZ-MAGAZIN - E então, por que?
SCHUMACHER - Pode parecer banal dizer isto agora, mas a F-1
era uma pura fonte de prazer,
um sonho de infância que se
tornou realidade: quatro rodas,
um volante, a disputa na pista.
Para mim foi a consumação de
uma fascinação profundamente enraizada na minha infância.
SZ-MAGAZIN - O senhor ainda é tido como o melhor piloto.
SCHUMACHER - Talvez. Mas nos
treinos eu fui me dando conta
cada vez mais de que estava na
contagem regressiva da minha
trajetória. As corridas ainda me
davam prazer, mas tive que me
forçar a trabalhar de forma
concentrada nos treinos. Já
não tinha mais a força mental
que antes me impulsionava para os desempenhos máximos. O
investimento que se tem de fazer para ficar no topo é imenso.
SZ-MAGAZIN - Michael Jordan dava
sempre a mesma resposta à pergunta sobre o que lhe fazia falta após a
aposentadoria: "Estar na quadra,
dar assistências, enterrar a bola.
Nunca terei isso tão intensamente."
O que lhe fará mais falta?
SCHUMACHER - Creio que vou
precisar de algum tempo para
poder me dar conta disto. Com
certeza, Michael Jordan também se sentiu bem aliviado logo
após o final da sua carreira.
SZ-MAGAZIN - Está feliz de não ter
mais nada a ver com aquele circo?
SCHUMACHER - Sim, estou feliz.
Por isso não estou preocupado
com o que será de mim agora.
Com certeza não quero criar
barriga e engordar. Mas estou
feliz com o fato de não ter mais
nenhuma obrigação pela primeira vez em mais de 20 anos.
SZ-MAGAZIN - O senhor não sabe o
que vai acontecer em seis meses?
SCHUMACHER - Quero cair conscientemente numa espécie de
buraco para ver como ele deve
ser preenchido. Não conheço
esta sensação. Com certeza,
chegará o momento em que
vou me entediar pela primeira
vez na vida. E, de alguma forma,
fico feliz com isso. Neste momento procurarei algo novo.
SZ-MAGAZIN - Michael Jordan voltou duas vezes da aposentadoria.
SCHUMACHER - É possível. De
qualquer forma eu não voltaria,
caso tivesse que pensar nisso.
Além disso não se pode comparar basquete e F-1. No nosso caso, o preparo físico não é a única coisa importante. A F-1 se
modifica: a técnica, os motores,
as regras, as pistas. Quando você cai fora, está fora.
SZ-MAGAZIN - O dia na vida em que
finda algo iniciado na infância é um
momento comovente?
SCHUMACHER - Não quando se
sabe de antemão que este momento está para acontecer.
SZ-MAGAZIN - O senhor fala sobre o
final da sua carreira sem emoção.
Como se se tratasse de negócios.
SCHUMACHER - Eu poderia lhe
contar agora como a minha
equipe e eu nos despedimos em
Monza, com os olhos rasos de
água. É isto o que quer ouvir?
SZ-MAGAZIN - Então foi assim?
SCHUMACHER - Sim, foram momentos tocantes que eu não esquecerei. A despeito disto, minha decisão estava certa. Além
disso, eu sempre disse que,
quando chegasse alguém mais
novo, que ficasse na minha cola, seria a hora de parar.
SZ-MAGAZIN - E alguém chegou?
SCHUMACHER - Bem, na realidade não. Com o tempo outras
coisas se tornaram mais importantes para mim do que a F-1.
SZ-MAGAZIN - Gostou do seu desempenho nesta temporada?
SCHUMACHER - Sim e não. Cometi alguns erros, como por
exemplo aquela derrapada em
Melbourne. Ou em Budapeste,
onde bati com o [Nick] Heidfeld a três voltas do final.
SZ-MAGAZIN - O senhor admite erros? Supostamente não.
SCHUMACHER - Supostamente.
SZ-MAGAZIN - O senhor sentiu falta
de respeito por parte de outros?
SCHUMACHER - Senti mais a falta
de um equilíbrio saudável. Isto
é importante para mim. Um
exemplo. Bem no início da minha carreira, quando ainda corria pela Mercedes, as manchetes já falavam de "talento do século" ou "superstar em ascensão". Fui totalmente superestimado. Vivia repetindo aos jornalistas: "Não encham tanto a
minha bola, pois quando houver algum problema não quero
cair muito". Procurei conversar
com a mídia, chegar a um acordo. Mas naquela época eu ainda
não compreendia como era o
andar da carruagem. Era muito
bonzinho, muito crédulo e, de
vez em quando, o otário.
SZ-MAGAZIN - Era muito inocente?
SCHUMACHER - Era jovem e
inexperiente. Foi realmente
muita inocência acreditar que
poderia convencer algumas
pessoas com argumentos e boa
vontade a escrever a verdade.
SZ-MAGAZIN - O senhor refletiu se
deveria se curvar diante da mídia?
SCHUMACHER - Durante algum
tempo, sim. Tentei sorrir quando não me sentia bem. Acenar
sendo de outra opinião. Quando uma situação se tornava desagradável, não deixava transparecer. Eu não era eu mesmo.
SZ-MAGAZIN - O que ficará na memória das pessoas sobre o senhor?
SCHUMACHER - É muito difícil
para mim me descrever. Nem
quero. Geralmente os outros
fazem isto melhor. Depende do
quanto a pessoa me conhece.
Sempre escuto que as pessoas
que conversam comigo formam uma outra opinião a meu
respeito e são positivamente
surpreendidas. No contato pessoal sou mais aberto e solto do
que numa entrevista, onde...
SZ-MAGAZIN - ...O senhor causa
uma impressão muito fechada.
SCHUMACHER - Sou objetivo. Altamente concentrado. Naquele
momento eu estou falando sobre a minha profissão, estou
com a cabeça na F-1.
SZ-MAGAZIN - O ex-chanceler Gerhard Schröder escreveu em sua biografia sobre a "fome". Ele também
tem origem humilde, para ele a fome física foi o impulso para dar a
volta por cima. Dela evoluiu um tipo
de fome de poder, uma necessidade
de vencer. Sua origem foi uma boa
condição para trilhar o caminho?
SCHUMACHER - Eu compreendo
muito bem a fome de Schröder.
Não no aspecto físico. É preciso
sentir fome para alcançar seus
objetivos. Também fui criado
dentro de uma condição bem
simples e tive que me virar num
mundo que não tinha nada a
ver com essa simplicidade.
SZ-MAGAZIN - Seus filhos estão
sendo criados assim também.
SCHUMACHER - Corinna e eu tomamos muito cuidado para que
os nossos filhos não cresçam
num mundo arrogante. Procuramos mantê-los sob as nossas
asas, mas queremos também
que eles sejam conscientes de
que é preciso realizar alguma
coisa para obter sucesso.
SZ-MAGAZIN - Mas seu mundo não
é o de uma pessoa comum.
SCHUMACHER - Não existe receita pronta para uma boa educação. É claro que todo pai afirma
ser no mínimo medianamente
bom. Eu sempre me perguntei:
"Como você deve agir, em que
deve prestar atenção?". Agora
digo: "Não faz diferença se os filhos nascem numa família rica
ou pobre, isto é secundário. Importante é o tempo que se passa
com os filhos. Como, em que nível, e com que qualidade".
SZ-MAGAZIN - Agora se percebe
que o senhor está falando de uma
coisa que lhe vai ao coração.
SCHUMACHER - É verdade. Nossos filhos talvez tenham mais
brinquedos do que muitos outros, ou do que nós jamais tivemos. Mas isto não é importante. Noto isto sempre que fazemos alguma coisa juntos. Os
brinquedos ficam em segundo
plano. Ou quando vejo o prazer
de nossa filha com os cavalos.
SZ-MAGAZIN - Animais domésticos
como método de educação?
SCHUMACHER - É interessante
observar como se desenvolveu
a personalidade de Gina no
contato com os cavalos. Animais valem ouro. Eles não sabem que o papai é um piloto famoso. Para um cavalo não faz
diferença. Talvez por isto tenhamos tantos cavalos.
SZ-MAGAZIN - Não foi um erro bater no Jacques Villeneuve em 1997?
SCHUMACHER - Se existe alguma
situação na minha carreira que
eu pudesse apagar seria esta.
SZ-MAGAZIN - O senhor se destaca
por ter se mantido leal aos seus antigos companheiros de trajetória.
SCHUMACHER - O ambiente que
me cerca foi e é muito importante para mim. Voltemos ao
ponto que tentei esclarecer antes: as pessoas que me conhecem pelas entrevistas fazem
uma idéia diferente de mim.
Construí um muro que praticamente não deixa ninguém se
aproximar. Um muro alto, atrás
do qual eu fico entrincheirado.
SZ-MAGAZIN - Este muro não só o
protege como o aprisiona.
SCHUMACHER - Este é um ponto
interessante, pois meu ceticismo também tem desvantagens
das quais tenho pleno conhecimento. Na minha vida dificilmente eu irei conhecer alguém
que não veja em mim primeiro
o piloto, a pessoa cuja fama se
projeta sobre mim. Isto é uma
pena. Mas a vantagem é que até
agora me protegi de infortúnios
ou de quebras de confiança.
SZ-MAGAZIN - Ainda se lembra das
palavras de Ayrton Senna, depois
que o senhor bateu nele em 1992?
SCHUMACHER - Sim. Mas não
acredito que o senhor saiba. Até
hoje ninguém sabe, fora eu.
SZ-MAGAZIN - O que ele disse?
SCHUMACHER - Ele quis dizer:
"Preste atenção. O que aconteceu, aconteceu. Mas, ao contrário de você, venho dizer pessoalmente que você fez merda.
Não vou procurar a imprensa e
divulgar isto pela mídia".
SZ-MAGAZIN - O que foi que o senhor divulgou pela mídia?
SCHUMACHER - Algumas corridas antes ele agiu de forma desleal, por motivos que não consigo entender. E depois da corrida eu me aborreci. Não me lembro do teor exato. Mas ele não
achou legal, principalmente
porque eu era o fedelho da F-1.
SZ-MAGAZIN - Senna veio até o senhor e disse: "Garoto, assim não!"?
SCHUMACHER - Ele fazia isto
com freqüência. Naquela época
não nos bicávamos muito.
SZ-MAGAZIN - Ele quis educá-lo?
SCHUMACHER - Para mim não foi
uma lição, foi uma encenação
teatral típica da F-1, como era
usual nos tempos dele. O que
marcou a nossa relação foi que,
de repente, a partir de 94, passamos a nos entender melhor.
SZ-MAGAZIN - O senhor conquistou
o respeito dele?
SCHUMACHER - Em um momento conversamos com coleguismo e abertamente. Senna pertenceu a uma geração que agia
de outra forma. Existia uma
hierarquia invisível à qual todo
novato tinha que se submeter.
SZ-MAGAZIN - Quais são as diferenças entre a geração dele e a sua?
SCHUMACHER - Vou lhe contar
um exemplo, de um treino em
Hockenheim. Estou numa volta rápida, e o Senna passa pelos
boxes. Ele entra devagar numa
curva, olha pelo retrovisor, me
vê, e na reta ele de repente acelera até o fundo. O que eu devo
fazer? Primeiro freio, mas depois fico preso atrás, porque
não consigo passar. Próxima
curva, a mesma coisa. Então o
Senna entra calmamente nos
boxes, mas com isto ele estraga
uma volta minha. Pouco tempo
depois, a mesma droga. Estou
atrás dele de novo, novamente
numa volta rápida, ele olha de
novo pelo retrovisor, entra novamente devagar na curva e
acelera na reta. Eu mantive a
calma, mas isto dá nos nervos, e
arruina o programa de treinos
da pessoa. De qualquer forma:
no decorrer do mesmo dia a
mesma situação. Eu na frente,
Senna atrás. E o que eu faço?
SZ-MAGAZIN - O senhor faz a curva
devagar e depois acelera.
SCHUMACHER - Certo. Mas o
Senna não suporta isto. Interrompe a sua volta e me segue
até os boxes. Salta do carro e
pula no meu pescoço. Há umas
fotos muito legais disto.
SZ-MAGAZIN - Este joguinho entre
o velho Senna e o jovem Schumacher tornou-se perigoso ?
SCHUMACHER - Houve sempre
situações que ficaram próximas do limite. Eram brincadeiras inconseqüentes, que o Senna, o Alain Prost, o Nigel Mansell ou o Gerhard Berger freqüentemente faziam. O lema
era: "Escute aqui, garoto!
Quem manda aqui somos nós".
SZ-MAGAZIN - O senhor pensou alguma vez, mesmo que por um segundo, em parar de correr?
SCHUMACHER - Sim. E não foi só
por um segundo. Foi em 1994,
quando Ayrton Senna morreu.
SZ-MAGAZIN - O que pensou?
SCHUMACHER - Já estava no automobilismo havia 20 anos,
mas nunca tinha vivido nenhuma experiência ruim. Naquele
fim de semana não morreu só o
Senna, o Roland Ratzenberger
morreu também. Eu refleti e
me perguntei o que a F-1 e as
corridas ainda poderiam significar. Por isto também não fui
ao enterro do Ayrton, e sim testar. Precisava saber se conseguiria continuar a correr, e se
aquilo ainda me dava prazer. E
eu não queria chorar publicamente, todos estariam aguardando minhas lágrimas. Mais
tarde, fui sozinho ao túmulo do
Ayrton. Com Corinna.
SZ-MAGAZIN - E continuou correndo. Dominou o medo da morte?
SCHUMACHER - De uma certa
maneira, sim. Para mim este tipo de acidente era coisa do passado. No tempo do Niki Lauda,
pilotar na F-1 equivalia a jogar
roleta. Naquela época os carros
eram, digamos, de papelão.
SZ-MAGAZIN - Não existe segurança absoluta na F-1. O senhor mesmo
sofreu um acidente grave em 1999.
SCHUMACHER - Pisei no freio e
percebi na hora que a coisa não
terminaria bem. Após o acidente tentei sair do carro, mas não
deu. Não conseguia tirar minhas pernas do cockpit. Uma
barra tinha perfurado o chassi e
quebrado minha perna. Eu já
sofrera acidentes, alguns bem
fortes, mas até Silverstone
nunca tinha acontecido nada.
SZ-MAGAZIN - E então?
SCHUMACHER - Eu estava ali deitado, ouvindo meu próprio batimento cardíaco, e ele ia ficando cada vez mais baixo. Foi como uma câmera lenta: bumbum-bumbum-bum e de repente sumiu, e eu também.
SZ-MAGAZIN - O senhor pensou
que fosse morrer?
SCHUMACHER - Eu estava ali deitado, ou melhor, estava deitado
ao meu lado, tudo à minha volta estava escuro. Escutava os
ajudantes e o médico falando,
mas tudo foi ficando mais baixo. Além disso o coração batendo mais fraco. Eu tive medo. Eu
pensei realmente: acabou.
SZ-MAGAZIN - Em 1976, Niki Lauda
sentou no cockpit seis semanas
após seu terrível acidente. Mas na
última corrida do ano parou o carro
com chuva por não se sentir seguro.
O senhor alguma vez chegou a este
ponto por motivos de segurança?
SCHUMACHER - Não, mas com
chuva forte, algumas vezes não
senti segurança para dirigir,
porque não se vê quase nada.
Por isso na verdade eu nunca
gostei de dirigir com chuva.
SZ-MAGAZIN - Espantoso, e apesar
disso é tido como o rei da chuva.
SCHUMACHER - No final das contas mesmo com a pista seca eu
freqüentemente pilotei de maneira mais "bem-sucedida" que
meus colegas. Mas está correto: na chuva é preciso dirigir de
maneira mais sensível, mais
delicada. A diferença entre os
pilotos fica mais evidente. Você
tem menos controle do carro.
SZ-MAGAZIN - Imagine que um dia
seus netos digam: "Vovô, ouvi que
você foi um grande ídolo. Mas por
que na Alemanha você sempre foi
respeitado, mas nunca foi amado
de verdade?". O que responderia?
SCHUMACHER - Creio que o segundo colocado muitas vezes
tem mais chances de receber
amor do que o cara que é o eterno vencedor. Além disso, durante muitos anos me enclausurei e me protegi. Os fãs na
verdade nunca tiveram a oportunidade de conhecer quem
era o Schumacher na realidade.
SZ-MAGAZIN - O senhor queria ser
mais amado pelos conterrâneos?
SCHUMACHER - É claro que sim.
SZ-MAGAZIN - Ao fazer o retrospecto de sua carreira, em que pensa?
SCHUMACHER - Japão, em 2000.
A linha de chegada. Eu passo
por ela e sou campeão com a
Ferrari. Se tivesse saído algo
errado, quem sabe o que teria
sido de mim! Talvez eu fosse só
bicampeão, um entre muitos.
SZ-MAGAZIN - Agora o senhor se
aposenta como o mais bem sucedido piloto da F-1. O que fica no final?
SCHUMACHER - Me vem à cabeça
uma frase roubada da Copa do
Mundo na Alemanha: "Obrigado pelo tempo maravilhoso".
SZ-MAGAZIN - Onde o senhor estará na primeira corrida de 2007?
SCHUMACHER - Não nas pistas.
SZ-MAGAZIN - Onde então?
SCHUMACHER - Provavelmente
em casa. Meu lugar, agora, é lá.
Tradução de KRISTINA MICHAHELLES
Texto Anterior: Tostão: Futebol inventado Próximo Texto: Frases Índice
|