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FUTEBOL
Após quase precisar de uma "segunda chance" para ir à Copa-02, país passa por "recuperação" no caminho a Atenas
Brasil descobre enfim o que é repescagem
ENVIADO ESPECIAL A VIÑA DEL MAR
O que seria uma repescagem?
"É uma segunda chance", explica
Gomes, o goleiro titular da seleção brasileira sub-23.
Essa fase que alguns torneios reservam para equipes que não conseguiram inicialmente seus objetivos faz parte agora da história do
chamado país do futebol.
Acostumado a se classificar por
antecipação ou entre os primeiros
colocados em quase todas as disputas que entra, o Brasil experimentará hoje uma situação que
quase todas as demais seleções de
grande nome já enfrentaram.
Alemanha, Argentina, Itália, Inglaterra, Uruguai, Espanha e Holanda tiveram que passar por repescagem nos últimos anos, em
eliminatórias de Copa ou de torneio continental. O Brasil, por sua
vez, nunca tinha precisado dessa
"segunda chance" em uma tradicional competição.
"Se você comparar com a Copa,
é uma quarta-de final, no caso
uma oitava-de-final", diz o técnico Ricardo Gomes. "Você sabe
que mudaram o regulamento,
não sabe? No início, era para classificar os dois primeiros. Para nós,
não é um jogo. São quatro jogos.
Passando pela Colômbia, temos
que continuar vencendo."
Ele conta com uma vitória sobre
os colombianos para avançar ao
quadrangular final do Pré-Olímpico -se isso acontecer, pegará a
Argentina na quarta, o Chile na
sexta e o vencedor da outra repescagem no próximo domingo.
"Vamos jogar como se estivéssemos no quadrangular final",
disse o goleiro Gomes -um discurso afinado com o do técnico.
O treinador brasileiro viu na estréia do torneio o chefe da delegação, Branco, orientar seus atletas
no vestiário. Depois, sofreu quando o técnico do Santos, Leão, ligou para o hotel da seleção para
dar dicas de um melhor posicionamento para o zagueiro Alex.
O último a falar sobre a equipe
de Gomes foi o presidente da
CBF, Ricardo Teixeira, que mostrou anteontem grande descontentamento com o fato de a seleção sub-23 estar apenas por um
jogo de não ir à Olimpíada.
"É a opinião do presidente. E
parou por aí. Ele viu dessa forma.
Respeito a opinião de todos", disse o treinador sobre as declarações de Teixeira, que elogiou o árbitro argentino que apitou o jogo
com o Chile e criticou a falta de
empenho do time. "Não faltou
empenho. Faltou alguma coisa
porque senão teríamos vencido.
Empenho não faltou", falou Gomes na chegada a Viña del Mar.
O treinador disse que Ricardo
Teixeira tem falado com ele com
freqüência. "O presidente costuma me ligar após os jogos. Da última vez, ele não gostou do jogo
[contra o Chile]. Gostou do primeiro tempo, mas não do segundo. É uma análise que todos nós
fizemos também", afirmou.
Ricardo Gomes pode perder seu
emprego ainda hoje se sua equipe
não superar a Colômbia em 90
minutos ou na decisão por pênaltis -empate leva diretamente à
disputa de penalidades.
O rival de hoje não será a Argentina, pois essa venceu a Colômbia
por 4 a 2 anteontem e só espera
pelo vencedor da primeira repescagem do selecionado brasileiro.
"Se viesse a Argentina ou o Peru
seria a mesma coisa", afirmou o
lateral-direito Maicon.
Ao mesmo tempo que promete
a classificação e fala com segurança de quatro jogos ainda no Pré-Olímpico, Ricardo Gomes mostra
respeito pela Colômbia.
"Pelo que observei, é um time
forte fisicamente. Será um grande
jogo. O Cristóvão [auxiliar técnico] viajou para ver a partida dela
contra a Argentina e nos dará
mais informações."
O grupo mostra a mesma confiança do técnico. "Nos reunimos
e conversamos muito. Estávamos
abatidos, mas agora estamos confiantes", declarou Maxwell, lateral-esquerdo que está sendo quase tão contestado como o técnico.
(RODRIGO BUENO)
NA TV - Brasil x Colômbia, ao
vivo, às 18h, na Globo
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