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Na festa do 5º mandato, Teixeira distribui comendas e é aplaudido
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Pouco mais de dois anos depois
de quase renunciar ao cargo em
meio às investigações das CPIs e à
confusa campanha da seleção nas
eliminatórias da Copa do Mundo
de 2002, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, foi ovacionado na
noite de anteontem na festa da
posse do seu quinto mandato -o
dirigente tem direito a permanecer no cargo até 2006.
Ao contrário dos tempos conturbados em que se recusava a
freqüentar a antiga sede da entidade no centro do Rio por temer
vaias, o dirigente deu mostras da
volta da sua força política.
Em cerca de cinco horas de festa, realizada em uma casa noturna
da Barra da Tijuca (zona oeste do
Rio), ele foi bajulado por governadores, senadores, deputados, secretários de Estado e prefeitos.
"Contra fatos, não há argumentos. Nada cai do céu. Não há efeito
sem causa. O Ricardo Teixeira está fazendo um bom trabalho",
disse o prefeito do Rio, Cesar
Maia, que se sentou à mesa com o
dirigente e foi um dos agraciados
com a Comenda João Havelange
-condecoração que foi oferecida
pela entidade a mais de 70 políticos e dirigentes na festa.
Além de Maia, outros políticos
fizeram questão de discursar em
homenagem a Teixeira, que foi
acusado de apropriação indébita,
desvio de recursos de empréstimos, evasão de divisas, sonegação
fiscal e lavagem de dinheiro no relatório final da CPI do Futebol.
"Se tudo no país fosse como no
futebol, especialmente na administração do presidente [da CBF],
o país estaria bem melhor", disse
o senador Leomar Quintanilha
(PFL-TO), que foi um dos maiores defensores de Teixeira no
evento. Quintanilha, que também
é o presidente da Federação Tocantinense de Futebol, classificou
como "inquestionável" e "primorosa" a administração de Teixeira.
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), era um dos
mais empolgados na festa.
"Receber a comenda de um presidente vencedor é um orgulho. O
Estado de Goiás também se sente
prestigiado", disse o governador
goiano, que levou fotógrafo oficial
e uma equipe da TV Brasil Central, que é pública, ao evento.
Com as CPIs já encerradas e o título da Copa de 2002, vários políticos não se cansaram de defender
o presidente da CBF.
O ex-presidente da Fifa João
Havelange, que havia rompido
com Teixeira, também participou
da festa. "Se pude influenciar o
presidente, ele absorveu tudo de
forma perfeita", disse Havelange
sobre Teixeira.
Entusiasmado com os elogios
dos seus convidados, Teixeira disse que a volta da sua força política
se deve aos resultados da seleção.
"Esta é a vitória do futebol. Sei
que os títulos conquistados têm
uma participação grande nisso."
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