São Paulo, domingo, 18 de janeiro de 2004

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Na festa do 5º mandato, Teixeira distribui comendas e é aplaudido

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Pouco mais de dois anos depois de quase renunciar ao cargo em meio às investigações das CPIs e à confusa campanha da seleção nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2002, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, foi ovacionado na noite de anteontem na festa da posse do seu quinto mandato -o dirigente tem direito a permanecer no cargo até 2006.
Ao contrário dos tempos conturbados em que se recusava a freqüentar a antiga sede da entidade no centro do Rio por temer vaias, o dirigente deu mostras da volta da sua força política.
Em cerca de cinco horas de festa, realizada em uma casa noturna da Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), ele foi bajulado por governadores, senadores, deputados, secretários de Estado e prefeitos.
"Contra fatos, não há argumentos. Nada cai do céu. Não há efeito sem causa. O Ricardo Teixeira está fazendo um bom trabalho", disse o prefeito do Rio, Cesar Maia, que se sentou à mesa com o dirigente e foi um dos agraciados com a Comenda João Havelange -condecoração que foi oferecida pela entidade a mais de 70 políticos e dirigentes na festa.
Além de Maia, outros políticos fizeram questão de discursar em homenagem a Teixeira, que foi acusado de apropriação indébita, desvio de recursos de empréstimos, evasão de divisas, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no relatório final da CPI do Futebol.
"Se tudo no país fosse como no futebol, especialmente na administração do presidente [da CBF], o país estaria bem melhor", disse o senador Leomar Quintanilha (PFL-TO), que foi um dos maiores defensores de Teixeira no evento. Quintanilha, que também é o presidente da Federação Tocantinense de Futebol, classificou como "inquestionável" e "primorosa" a administração de Teixeira.
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), era um dos mais empolgados na festa.
"Receber a comenda de um presidente vencedor é um orgulho. O Estado de Goiás também se sente prestigiado", disse o governador goiano, que levou fotógrafo oficial e uma equipe da TV Brasil Central, que é pública, ao evento.
Com as CPIs já encerradas e o título da Copa de 2002, vários políticos não se cansaram de defender o presidente da CBF.
O ex-presidente da Fifa João Havelange, que havia rompido com Teixeira, também participou da festa. "Se pude influenciar o presidente, ele absorveu tudo de forma perfeita", disse Havelange sobre Teixeira.
Entusiasmado com os elogios dos seus convidados, Teixeira disse que a volta da sua força política se deve aos resultados da seleção.
"Esta é a vitória do futebol. Sei que os títulos conquistados têm uma participação grande nisso."


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