Atacante faz os gols da vitória de virada do São Paulo em Guaratinguetá e é co-artilheiro do Paulista

Guaratinguetá 1
São Paulo 2

JULYANA TRAVAGLIA
ENVIADA ESPECIAL A GUARATINGUETÁ

O primeiro contato foi uma hora antes de a partida começar. De chinelos, Adriano pisou no gramado de Guaratinguetá, do estádio Dario Rodrigues Leite -que nem de longe lembra a grandiosidade do San Siro, onde defendia a Inter de Milão- e tocou a grama. Foram menos de cinco minutos.
Antes de retornar aos vestiários, o novo camisa 10 são-paulino foi cercado pelos repórteres, sedentos por uma palavra. "Estou bem, estou bem!", limitou-se a dizer, seco.
A noite, como esperado, foi realmente dele. "Todo mundo esperava muito dele [Adriano], principalmente a imprensa. Falavam que ele estava voltando, a prova está aí. Ele voltou", reconheceu Jackson, volante do Guaratinguetá.
Principal contratação do São Paulo para a temporada, Adriano, que sempre afirma estar feliz no Morumbi, ontem fez a felicidade de seus novos torcedores marcando dois gols na estréia. Levou pouco mais de 46 minutos -e precisou de um novo par de chuteiras- para anotar seu primeiro gol com as novas cores que carrega no corpo.
Durante todo o primeiro tempo, o atacante, calçando chuteiras alaranjadas, foi vigiado de perto por Renato, zagueiro do Guaratinguetá. Isso quando não estava cercado por mais dois adversários.
Adriano correu, deu passes, cabeceou para a linha de fundo. Foi bem marcado e cavou espaço entre os adversários.
Mas foi justamente quem tanto o seguiu em campo que abriu o placar. Em cobrança de falta, Renato bateu forte para vencer Rogério -a bola desviou na barreira, e o goleiro falhou.
O São Paulo mostrou-se desordenado na etapa inicial e pouco chegou ao gol de Fábio.
Só Juninho, em cobrança de falta, e Adriano, com um chute cruzado pelo lado esquerdo, levaram algum perigo ao gol do time da casa. Enquanto isso, o Guaratinguetá apertava com as investidas de Michael, veloz camisa 10 da equipe mandante.
"Infelizmente, tomamos um gol de falta. Está complicado", comentou Adriano, preocupado, no intervalo da partida.
Na volta, de chuteiras azuis e mais discretas, Adriano teve no ataque a companhia de Aloísio, com Dagoberto mais recuado.
E, logo no primeiro lance, o atleta deixou sua marca. De pé esquerdo, ele aproveitou rebote da dividida entre Carlinhos e Miranda e estufou as redes de Fábio com um chutaço de pé esquerdo. Fez questão de abraçar todos os novos companheiros na comemoração: 1 a 1. ""As azuis estavam mais amaciadas. Tinha usado pouco as outras [laranjas]", falou Adriano.
O jogo ficou mais fácil para o São Paulo. Eram constantes as tentativas de Adriano e Aloísio, que chegou a chutar rente à trave uma bola que recebeu desviada do 10. Sempre ele.
Adriano voltou a marcar com a ajuda de Aloísio, que sofreu falta no lado direito do ataque. Com outro chute de canhota, desta vez com menos potência, ele, agora de falta, virou o jogo.
"Todo mundo correu e ajudou um ao outro. Consegui me movimentar bastante e estou feliz com o resultado", limitou-se a falar o herói da noite. E precisava dizer algo mais?


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