São Paulo, quarta-feira, 18 de fevereiro de 2004

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FUTEBOL

Técnico, que pega Corinthians na lanterna, irá receber R$ 65 mil por mês, menos do que ganhava no time em 2000

Oliveira volta mais barato e pede reforço

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Após quase quatro anos, o técnico Oswaldo de Oliveira, 53, voltou ontem ao Corinthians com a missão de tirar o clube da lanterna do Grupo 1 do Paulista.
Ele é o escolhido para tocar o plano B do time em 2004, já que a aposta no demitido Juninho, a primeira opção, não deu certo.
O treinador chega com um salário de aproximadamente R$ 65 mil, menos do que os R$ 80 mil pagos a ele em 2000, quando terminou sua passagem anterior pelo Parque São Jorge.
A diferença é maior ainda em relação ao que recebia no São Paulo, de onde foi demitido em 2003. O clube do Morumbi lhe pagava R$ 140 mil por mês.
Para a nova missão, o técnico já avisou que precisa de reforços, apesar de a diretoria ter contratado 13 jogadores para o Paulista.
Oliveira não definiu as posições, mas já falou sobre o assunto com os diretores. "Foi uma conversa superficial, já que não conheço bem a equipe. Mas precisamos contratar", disse o treinador.
O vice de futebol corintiano, Antonio Roque Citadini, afirmou que concorda com o técnico.
Os reforços virão para a Copa do Brasil e o Brasileiro, já que não são mais permitidas inscrições no Campeonato Paulista.
O plano emergencial que começa a ser colocado em prática já havia sido previsto pelo presidente do clube, Alberto Dualib. Em janeiro, após contratar 12 reforços -Edson Araújo chegou na semana passada-, ele disse que poderia reformular o time no caso de maus resultados no Estadual.
Porém Oliveira terá de se contentar com contratações mais modestas em relação às outras vezes em que comandou o clube que o lançou como treinador.
Antes, com o dinheiro do HMTF, ex-parceiro corintiano, não faltavam jogadores que haviam atuado pela seleção brasileira, como Dida, Vampeta, Edílson, Marcelinho e Luizão.
Agora, ele não encontrou nenhum atleta que tenha participado das últimas convocações de Carlos Alberto Parreira. Só Fábio Costa, Rogério e Gil já vestiram a camisa amarela do time nacional.
Da equipe titular na conquista do Mundial de Clubes da Fifa, em 2000, só sobrou o volante Rincón, 37, que acaba de encerrar dois anos de aposentadoria.
E a primeira decisão do treinador é justamente em relação ao colombiano, que será efetivado como capitão. Rincón ficou com a braçadeira na derrota para o São Paulo só porque Rogério, com um trauma no olho direito, não jogou. "O Rincón é o capitão que levantou a taça do Mundial, claro que será o capitão", avisou.
"Desde que cheguei aqui, nunca pedi para ser capitão. É critério do treinador", afirmou o volante.
Com a lembrança de jogos épicos na cabeça, como o empate com o Real Madrid pelo Mundial de Clubes e os confrontos com o Palmeiras pela Libertadores, Oliveira sentirá na pele o contraste entre a fase anterior e atual no clube logo na estréia. Em vez de um arquiinimigo num jogo que vale título, enfrentará o Juventus, no dia 26, precisando vencer para se afastar da zona de rebaixamento -o último de cada grupo cai.
Oliveira terá a companhia do irmão Waldemar, seu auxiliar. O preparador físico Fábio Mahseredijian tenta se desligar do Flamengo para também acompanhá-lo. Eles serão os substitutos do auxiliar Jairo Leal e do preparador físico Moraci Sant'Anna, demitidos com Juninho.
"Eu esperava continuar, tinha condições de fazer o time melhorar", disse o técnico dispensado.


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