DA REPORTAGEM LOCAL

Os maiores clubes da Europa anunciaram ontem sua total oposição ao Mundial de Clubes da Fifa, que, segundo os planos da entidade, seria realizado em 2005.
Os 102 clubes que participam do Fórum de Clubes Europeus, cuja reunião durou dois dias e acabou ontem em Barcelona, decidiram também pressionar as confederações para receber dinheiro quando seus jogadores forem convocados para as respectivas seleções.
"Todos os clubes acham justo pedir às confederações, incluindo a Uefa e a Fifa, que compensem os clubes pela liberação dos jogadores para torneios internacionais", disse o ex-jogador alemão Karl-Heinz Rummenigge, dirigente do Bayern de Munique e representante dos clubes reunidos.
Segundo o documento emitido pelo grupo, os times se unirão contra o Mundial. "Concordamos de forma unânime em rejeitar qualquer proposta para um Mundial de Clubes da Fifa."
A decisão foi um duro golpe para a Fifa, que planejava a segunda edição do torneio para 2005. O presidente da entidade, Joseph Blatter, vinha tentando minar a resistência da confederação européia, a Uefa, que inicialmente era contra a idéia. Embora Blatter tenha anunciado uma trégua com os europeus -Lennart Johanson, presidente da Uefa, prometera não boicotar o torneio-, os clubes do continente parecem ter fechado questão sobre o assunto.
A competição, cuja primeira e única edição ocorreu em 2000 no Brasil e teve o Corinthians como campeão, foi cancelado em 2001 devido ao colapso da ISL, empresa de marketing parceira da Fifa.
Blatter planeja uma nova edição na Ásia ou nos EUA. Amanhã, a comissão da entidade para o Mundial fará uma reunião para discutir o futuro da competição.