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Recorde de Popov é superado
Australiano Eamon Sullivan obtém marca nos 50 m livre, o mais antigo entre os homens na natação
Novo mais rápido das
piscinas, atleta passa a ser
protagonista da prova e
tenta fugir de sina que tem
atingido estrelas do país
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Eamon Sullivan sabia que
poderia fazer um tempo próximo dos 22s, apesar de ser início
de temporada. Ao finalizar os
50 m livre no Campeonato de
Nova Gales do Sul, em Sydney,
olhou o placar, ainda com a vista embaçada pelos óculos, e sofreu uma grande decepção.
"Achei que tinha feito 22s56
e pensei: "Que droga". Então, vi
que era 21s e me surpreendi.
Estou realmente muito, mas
muito feliz", declarou Sullivan,
logo após deixar a piscina.
Não era para menos. A façanha do jovem nadador, 22, o alçou ao olimpo da modalidade. É
ele o novo homem mais rápido
do mundo nas piscinas.
Com 21s56, o australiano superou o recorde mais antigo entre os homens na natação, que
estava em poder do russo Alexander Popov havia oito anos.
Popov, legenda da modalidade, é o único nadador da história a arrebatar o bicampeonato
olímpico nas duas provas mais
rápidas da natação (50 m livre e
100 m livre), feito obtido em
Barcelona-92 e Atlanta-96.
Sullivan ainda dá braçadas
atrás de glórias olímpicas.
Sua estréia nos Jogos foi modesta para os padrões australianos, uma das potências da modalidade. Em Atenas-04, aos 18
anos, integrou a equipe de revezamento 4 x 100 m livre. Não
passou do sexto lugar na final.
Agora, assume a condição de
protagonista para a Olimpíada
de Pequim, que será em agosto.
"Sempre fui o nadador que
esteve à sombra dos outros.
Agora, foi bom dar esse passo e
dizer às pessoas para elas prestarem atenção em mim porque
estou aqui", declarou Sullivan.
Um de seus rivais no Cubo
D'Água, palco da natação olímpica, deve ser o brasileiro César
Cielo, que nadou a distância em
21s84, no melhor resultado técnico na natação do Pan do Rio.
Com o recorde, Sullivan passa a ser protagonista da competição e o adversário a ser batido.
E também passa a ter a responsabilidade de não ser a nova
decepção de seu país na água.
O jovem vive cenário similar
ao de Libby Lenton, sua compatriota, há quatro anos. A australiana chegou às piscinas de
Atenas credenciada pelo recorde mundial dos 100 m livre, batido cinco meses antes dos Jogos. Não passou das semifinais.
Quatro anos antes -e em casa-, o infortúnio foi vivido por
outro astro do país, Michael
Klim. Após derrubar o recorde
dos 100 m livre no revezamento 4 x 100 m dos Jogos de
Sydney, Klim foi superado pelo
holandês Pieter van den Hoogenband na disputa individual.
"Acho importante conversar
com a Libby e o Michael. Acho
que seria interessante ver o que
eles têm a dizer e estar preparado para tudo", afirma Sullivan.
Apesar da sina australiana,
nada parece abalar a autoconfiança do novo recordista.
"Agora será diferente. É bom
ter uma nova perspectiva, saber que as pessoas estão preocupadas comigo", afirmou ele.
"Claro que terei que sentar e
conversar com minha equipe e
imaginar um novo plano para a
competição. Normalmente eu
tinha como alvo outros nadadores. Agora, é eles que estarão
de olho em mim", completa.
Ao menos em excelente forma, Sullivan mostrou estar.
Logo após surpreender o
mundo aquático com a nova
marca dos 50 m livre, integrou
a equipe de seu clube, o West
Australian, no 4 x 100 m livre.
Cumpriu a distância em
48s11. Foi sua melhor marca
pessoal. Também a mais rápida
da Austrália (0s07 abaixo do
tempo de Klim em Sydney-00).
Com esse desempenho, o terceiro melhor da história, inicia
a perseguição ao recorde de
Hoogenband, o agora mais antigo da natação masculina.
Com agências internacionais
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