São Paulo, domingo, 18 de março de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

À moda inglesa, São Paulo bate Ponte

Time marca com Hugo e assume a ponta do Paulista na base da forte marcação, das jogadas pelas laterais e da velocidade

São Paulo 1
Ponte Preta 0

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Não causaria estranhamento se o atual time do São Paulo, em vez de disputar o Paulista, exibisse seu futebol na Premier League. Diante da Ponte Preta, a equipe venceu ontem, mais uma vez, no estilo inglês. Sobraram marcação forte, jogadas pelas laterais e velocidade.
Só o 3-5-2, diferente do tradicional 4-4-2, diferenciava a equipe são-paulina do estilo de jogo de um Chelsea ou de um Manchester United. Mas o pragmatismo, marca dos times de Muricy Ramalho, é igual.
E foi assim que o clube do Morumbi assumiu a liderança, provisória, do Paulista. Agora, tem 34 pontos, dois a mais do que o Santos, que joga hoje.
"O nosso time saber o que quer. É sempre bastante competitivo", afirmou Muricy.
Nos primeiros minutos, a equipe exibiu o lado mais feio do futebol inglês. Souza deu carrinho frontal em Ricardo Conceição. Pelas instruções da Fifa, teria de ser expulso, mas o árbitro José Henrique de Carvalho lhe deu o cartão amarelo. O próprio Souza foi repreendido por Muricy e, depois, pediu desculpas a Conceição.
Se no meio o São Paulo marcava o rival, era pelas pontas que o ameaçava. A primeira chance veio em cruzamento de Ilsinho para cabeçada de Hugo, espalmada para fora.
Mas, como a marcação era mais forte sobre o novo lateral-direito da seleção, era com Jadílson que o São Paulo era mais perigoso. Foi em uma jogada sua, aos 26min, que saiu o gol de Hugo. Após receber na área, o meia driblou e bateu cruzado.
Foi o sexto gol de Hugo no Estadual -ele é o artilheiro do time na competição.
Com a vantagem, o São Paulo seguiu apostando nas laterais. Mas, no início do segundo tempo, passou a cadenciar mais o jogo. Isso causou irritação na torcida, sedenta de lances ofensivos. Mas também fez parte das preferências de Muricy, que gosta de ver seu time dominar e não se arriscar.
Tanto que a Ponte teve poucas chances no jogo. A jogada de maior perigo foi a conclusão de Anderson Luís, livre, defendida por Rogério, que ainda fez outra defesa no final da partida.
Mas, a partir da metade da segunda etapa, o São Paulo voltou a ser veloz quando a Ponte se abriu. Houve vários contra-ataques, mas faltou acerto nos passes e nas conclusões. Foram esses erros que impediram o São Paulo de aumentar.
Nesse cenário, de poucos lances de gols, restou aos torcedores aplaudir substituições, chutões e roubadas de bola.
"Poderíamos ter feito mais gols, mas o importante foram os pontos", explicou Jadílson, resumindo o espírito do time.
Enquanto isso, o São Paulo já se preparava para os próximos jogos. Ontem, Josué e André Dias já foram poupados com dores musculares. Assim, descobriu-se um bom volante em Hernanes, que marcou e distribuiu a bola com acerto.
Foi um ganho para Muricy, que já pensa em poupar mais atletas no Paulista, pois alega que se o time começa a sentir o desgaste da temporada.
Outro benefício foi o cartão amarelo recebido por Ilsinho, que cumprirá suspensão quando estará com a seleção.
Ao final, restou a vitória por diferença de um gol, também típica dos gramados ingleses. Foi um complemento ideal para a tarde de chuva fina em São Paulo, que remetia a Londres.
O São Paulo volta a jogar na quarta, contra o Necaxa, no México, pela Libertadores. No Estadual, pegará o São Caetano, fora de casa, no domingo.


Texto Anterior: Tostão: Uns saem, outros chegam
Próximo Texto: Sem perder: Muricy usa série para motivar
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.