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À moda inglesa, São Paulo bate Ponte
Time marca com Hugo e assume a ponta do Paulista na base da forte marcação, das jogadas pelas laterais e da velocidade
São Paulo 1
Ponte Preta 0
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Não causaria estranhamento
se o atual time do São Paulo, em
vez de disputar o Paulista, exibisse seu futebol na Premier
League. Diante da Ponte Preta,
a equipe venceu ontem, mais
uma vez, no estilo inglês. Sobraram marcação forte, jogadas
pelas laterais e velocidade.
Só o 3-5-2, diferente do tradicional 4-4-2, diferenciava a
equipe são-paulina do estilo de
jogo de um Chelsea ou de um
Manchester United. Mas o
pragmatismo, marca dos times
de Muricy Ramalho, é igual.
E foi assim que o clube do
Morumbi assumiu a liderança,
provisória, do Paulista. Agora,
tem 34 pontos, dois a mais do
que o Santos, que joga hoje.
"O nosso time saber o que
quer. É sempre bastante competitivo", afirmou Muricy.
Nos primeiros minutos, a
equipe exibiu o lado mais feio
do futebol inglês. Souza deu
carrinho frontal em Ricardo
Conceição. Pelas instruções da
Fifa, teria de ser expulso, mas o
árbitro José Henrique de Carvalho lhe deu o cartão amarelo.
O próprio Souza foi repreendido por Muricy e, depois, pediu
desculpas a Conceição.
Se no meio o São Paulo marcava o rival, era pelas pontas
que o ameaçava. A primeira
chance veio em cruzamento de
Ilsinho para cabeçada de Hugo,
espalmada para fora.
Mas, como a marcação era
mais forte sobre o novo lateral-direito da seleção, era com Jadílson que o São Paulo era mais
perigoso. Foi em uma jogada
sua, aos 26min, que saiu o gol
de Hugo. Após receber na área,
o meia driblou e bateu cruzado.
Foi o sexto gol de Hugo no
Estadual -ele é o artilheiro do
time na competição.
Com a vantagem, o São Paulo
seguiu apostando nas laterais.
Mas, no início do segundo tempo, passou a cadenciar mais o
jogo. Isso causou irritação na
torcida, sedenta de lances ofensivos. Mas também fez parte
das preferências de Muricy,
que gosta de ver seu time dominar e não se arriscar.
Tanto que a Ponte teve poucas chances no jogo. A jogada de
maior perigo foi a conclusão de
Anderson Luís, livre, defendida
por Rogério, que ainda fez outra defesa no final da partida.
Mas, a partir da metade da
segunda etapa, o São Paulo voltou a ser veloz quando a Ponte
se abriu. Houve vários contra-ataques, mas faltou acerto nos
passes e nas conclusões. Foram
esses erros que impediram o
São Paulo de aumentar.
Nesse cenário, de poucos lances de gols, restou aos torcedores aplaudir substituições, chutões e roubadas de bola.
"Poderíamos ter feito mais
gols, mas o importante foram
os pontos", explicou Jadílson,
resumindo o espírito do time.
Enquanto isso, o São Paulo já
se preparava para os próximos
jogos. Ontem, Josué e André
Dias já foram poupados com
dores musculares. Assim, descobriu-se um bom volante em
Hernanes, que marcou e distribuiu a bola com acerto.
Foi um ganho para Muricy,
que já pensa em poupar mais
atletas no Paulista, pois alega
que se o time começa a sentir o
desgaste da temporada.
Outro benefício foi o cartão
amarelo recebido por Ilsinho,
que cumprirá suspensão quando estará com a seleção.
Ao final, restou a vitória por
diferença de um gol, também
típica dos gramados ingleses.
Foi um complemento ideal para a tarde de chuva fina em São
Paulo, que remetia a Londres.
O São Paulo volta a jogar na
quarta, contra o Necaxa, no
México, pela Libertadores. No
Estadual, pegará o São Caetano, fora de casa, no domingo.
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