São Paulo, domingo, 18 de março de 2007

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Seletiva leva em conta até disciplina

Confederações usam diferentes critérios para a formação de suas equipes, mesclando desempenho e análise subjetiva

Alguns brasileiros que vão competir no Pan irão passar por classificatórios; outros precisarão apenas do aval de técnicos de seus esportes

DA REPORTAGEM LOCAL

A liberdade garantida pelo Comitê Olímpico Brasileiro para cada confederação estipular seus métodos particulares do qualificatório para os Jogos Pan-Americanos gerou um verdadeiro vale-tudo de critérios.
Há entidades que consideram apenas o desempenho e outras que conjugam marcas e opiniões dos treinadores.
O grau de arbitrariedade dos cartolas também variou. A confederação de triatlo, por exemplo, terceirizou a incumbência de traçar as regras.
"Deixamos a critério dos técnicos dos principais atletas a definição das provas qualificatórias. Em outras palavras, foram os competidores que escolheram os eventos que serviriam para levá-los ao Pan", conta José Reinaldo Lima, o vice-presidente da Confederação Brasileira de Triatlo.
Nesse mosaico de critérios, há até quem ainda não sabe sequer quantos atletas poderá inscrever nos Jogos do Rio, caso do tênis, que aguarda a Odepa (entidade que comanda o movimento olímpico nas Américas) definir o formato do torneio para traçar o qualificatório brasileiro -a expectativa é fazer isso nesta semana.
Até mesmo quem acredita estar com vaga assegurada pode deixar a delegação, caso dos caratecas. "Os nove anunciados estão 80% garantidos. Se cometerem atos de indisciplina, faltarem aos treinos ou tiverem dificuldade em manter os pesos, serão cortados", diz Edgar Ferraz de Oliveira, presidente da confederação de caratê.
Na seletiva dessa modalidade, os dois atletas que haviam avançado até a fase final acabaram cortados pelos técnicos, que chamaram um terceiro.
A única modalidade de combate que oporá os postulantes para definir o time é a luta olímpica. As demais -além do caratê, judô, taekwondo e boxe- selecionaram dois competidores por classe de peso e terão os titulares no Pan definidos pelas comissões técnicas, a partir do desempenho em treinos e competições neste ano.
No tênis de mesa, o sistema foi parecido. Uma seletiva definiu dois nomes -Hugo Hoyama e Lígia Silva. Agora, outros seis atletas (três de cada gênero) disputam outras quatro vagas, que serão preenchidas por indicação dos técnicos.
Em maio, quando saírem os quatro nomes que faltam, a confederação também deve informar quem serão os atletas que jogarão apenas em duplas no torneio por equipes.
Já no squash, a definição dos quatro jogadores que entrarão no torneio individual será só na data da abertura do Pan.
"A definição dos dois nomes que jogarão o individual será apenas no congresso técnico dos Jogos, no dia 13 de julho", explica o coordenador do Pan-2007 da confederação de squash, Nelson Neto, cuja entidade já selecionou os nomes dos três titulares e do reserva de cada gênero.
O ciclismo tem um longo processo. Primeiro, os interessados serão observados, "física e tecnicamente", em treinos marcados para o Paraná. Alguns serão indicados para a realização de seletivas.
0 (LUÍS FERRARI E PAULO COBOS)

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