São Paulo, domingo, 18 de março de 2007

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F-1 inova para correr sem marcas de cigarro

Equipes estréiam patrocínios e pinturas para seguir regras antitabagistas; Ferrari é a única que, de forma velada, mantém apoio

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MELBOURNE

Um globo terrestre, um leão cor de laranja, códigos de barra e um círculo vermelho ou branco. Após anos de polêmicas, leis e discussões, a indústria tabagista finalmente perdeu a queda-de-braço e se rendeu.
Neste fim de semana, em Melbourne (Austrália), na abertura do Mundial de F-1, nenhum carro exibirá marcas de cigarro. Os patrocínios foram substituídos para atender a restrições cada vez maiores da maioria dos países onde a categoria realiza suas corridas.
Até a temporada passada, as três equipes grandes (Ferrari, McLaren e Renault), mais a Honda, ganhavam dinheiro da indústria tabagista e ostentavam as marcas Marlboro, West, Mild Seven e Lucky Strike, respectivamente, em seus carros.
Em 2007, a única exceção no grid é a escuderia italiana, parceira da Philip Morris há mais de 30 anos. A equipe do brasileiro Felipe Massa, que na madrugada de hoje participaria do GP da Austrália, após o fechamento desta edição, caminha na contramão. Seu acordo com a empresa vai até 2011.
O patrocínio, entretanto, já não é mais ostensivo.
Em vez de estampar sua principal marca de cigarros, a empresa é representada no F2007 apenas por códigos de barras brancos.
"As expectativas da sociedade, as leis da propaganda e o patrocínio mudaram, assim como a maneira como nós apoiamos esportes a motor", declarou Tommaso Di Giovanni, gerente de comunicações da Philip Morris International.
De acordo com a FIA (Federação Internacional de Automobilismo), as fabricantes de cigarro chegaram a injetar US$ 350 milhões na indústria automobilística em 2002.
"Continuaremos a exibir a aliança com a Ferrari e faremos isso de maneira inovadora, dentro da lei e agradando aos acionistas", disse Di Giovanni.
Os times que aboliram a propaganda tabagista resolveram diversificar os patrocínios.
A Renault, bicampeã do Mundial de Construtores, terá o apoio do banco holandês ING, que estampa sua cor laranja no carro da equipe francesa. Já a McLaren, do piloto espanhol Fernando Alonso, terá a Vodafone (telefonia móvel) como maior parceira.
Já Honda, equipe de Rubens Barrichello, radicalizou com o polêmico eco-carro, que exibe uma imagem da Terra na carenagem e alerta sobre questões ambientais. A pintura do carro terá o nome de quem fizer doações para apoiar a iniciativa.


Quem ganhou o GP? >> www.folha.com.br/070744


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