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F-1 inova para correr sem marcas de cigarro
Equipes estréiam patrocínios e pinturas para seguir regras antitabagistas; Ferrari é a única que, de forma velada, mantém apoio
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MELBOURNE
Um globo terrestre, um leão
cor de laranja, códigos de barra
e um círculo vermelho ou branco. Após anos de polêmicas, leis
e discussões, a indústria tabagista finalmente perdeu a queda-de-braço e se rendeu.
Neste fim de semana, em
Melbourne (Austrália), na
abertura do Mundial de F-1, nenhum carro exibirá marcas de
cigarro. Os patrocínios foram
substituídos para atender a restrições cada vez maiores da
maioria dos países onde a categoria realiza suas corridas.
Até a temporada passada, as
três equipes grandes (Ferrari,
McLaren e Renault), mais a
Honda, ganhavam dinheiro da
indústria tabagista e ostentavam as marcas Marlboro, West,
Mild Seven e Lucky Strike, respectivamente, em seus carros.
Em 2007, a única exceção no
grid é a escuderia italiana, parceira da Philip Morris há mais
de 30 anos. A equipe do brasileiro Felipe Massa, que na madrugada de hoje participaria do
GP da Austrália, após o fechamento desta edição, caminha
na contramão. Seu acordo com
a empresa vai até 2011.
O patrocínio, entretanto, já
não é mais ostensivo.
Em vez de estampar sua
principal marca de cigarros, a
empresa é representada no
F2007 apenas por códigos de
barras brancos.
"As expectativas da sociedade, as leis da propaganda e o patrocínio mudaram, assim como
a maneira como nós apoiamos
esportes a motor", declarou
Tommaso Di Giovanni, gerente
de comunicações da Philip
Morris International.
De acordo com a FIA (Federação Internacional de Automobilismo), as fabricantes de
cigarro chegaram a injetar US$
350 milhões na indústria automobilística em 2002.
"Continuaremos a exibir a
aliança com a Ferrari e faremos
isso de maneira inovadora,
dentro da lei e agradando aos
acionistas", disse Di Giovanni.
Os times que aboliram a propaganda tabagista resolveram
diversificar os patrocínios.
A Renault, bicampeã do
Mundial de Construtores, terá
o apoio do banco holandês ING,
que estampa sua cor laranja no
carro da equipe francesa. Já a
McLaren, do piloto espanhol
Fernando Alonso, terá a Vodafone (telefonia móvel) como
maior parceira.
Já Honda, equipe de Rubens
Barrichello, radicalizou com o
polêmico eco-carro, que exibe
uma imagem da Terra na carenagem e alerta sobre questões
ambientais. A pintura do carro
terá o nome de quem fizer doações para apoiar a iniciativa.
Quem ganhou o GP? >> www.folha.com.br/070744
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