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entrevista
"Inglaterra era como o Brasil", diz especialista
DA REPORTAGEM LOCAL
O inglês Andrew Martin, 46, professor sênior da
Youth Sports Trust, entidade que revolucionou o
esporte escolar inglês, enxerga paralelos entre Brasil e Inglaterra. À Folha
Martin, que visitou o Brasil em evento da Unilever,
compara os países e cita as
dificuldades para implantar seu projeto.0
(EO)
FOLHA - Como era o esporte
na Inglaterra?
ANDREW MARTIN - Há dez
anos, não era tratado de
forma específica. Era como no Brasil. A educação
física estava na legislação e
no currículo, mas não era
bem conduzida por falta
de tempo e de técnica.
FOLHA - O que acha da monocultura esportiva, como
ocorre com o futebol no Brasil?
MARTIN - Na Inglaterra, o
futebol também é tradicional. Tivemos de persuadir diretores e professores de que não existe só
o futebol, que é tão popular [na Inglaterra] que os
meninos perdem oportunidades em outras modalidades. E muitas crianças
não gostam de esportes
em equipe, preferem os individuais. No passado,
educação física era dar
uma bola para 30 crianças.
Hoje se trabalha com grupos bem menores, e há
mais equipamentos disponíveis. Alunos praticam
natação, futebol, tênis, ginástica olímpica, atividades ao ar livre, como passeios na floresta com o auxílio de mapas. Em alguns
casos, as crianças, entre
esses tipos de ações, experimentam até cinco horas
semanais de atividades.
FOLHA - Qual foi a principal
dificuldade que enfrentou?
MARTIN - O desafio foi fazer os diretores das escolas entenderem que não
estávamos brincando. A
conscientização foi muito
importante, pois eles são
uma peça-chave. Se não
implantam, não tem jeito.
Preparamos 400 profissionais só para fazer o trabalho de convencê-los. E
os atletas ajudaram.
FOLHA - De onde saiu a verba
para implantar o projeto?
MARTIN - A verba veio do
Departamento de Educação, que é o terceiro mais
poderoso do governo.
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