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AUTOMOBILISMO
Presidente da FIA celebra resultado das novas regras da F-1 e diz que a eletrônica será barrada em 2004
Mosley canta vitória e congela motores
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A IMOLA
Max Mosley esperou três corridas em silêncio. Ontem, enfim,
surgiu para colher os louros pela
concepção da nova F-1 e para selar vitória sobre as equipes que
ameaçam se rebelar contra a FIA.
Em Imola, na Itália, onde hoje
começam os treinos para o GP de
San Marino, o presidente da entidade máxima do automobilismo
garantiu a estabilidade do regulamento até o fim do ano, bateu o pé
quanto ao uso de pneus de chuva
e disse que a eletrônica deixará
mesmo a categoria em 2004.
Foi a primeira entrevista coletiva do dirigente desde o início do
campeonato -coletivas na Austrália e na Malásia foram adiadas.
Embora as justificativas sejam outras, o real motivo para os adiamentos sempre esteve claro. Mosley esperava uma situação em que
as mudanças geradas pelo novo
regulamento fossem evidentes.
A hora chegou. Três pilotos diferentes venceram as três primeiras etapas, cenário que não se via
desde 1999. Jovens como Kimi
Raikkonen, 23, e Fernando Alonso, 21, ganharam destaque. E os
índices de audiência dos GPs estão crescendo no mundo inteiro.
"Em reunião agora há pouco as
equipes concordaram em manter
o regulamento até o final do ano.
O que me interessa é saber que a
F-1 se tornou imprevisível. As
pessoas falam sobre as corridas
nos bares e não chegam a um consenso", disse Mosley com um ar
de vitória. "Haverá só alguns ajustes, para evitar polêmicas."
Um desses ajustes é a proibição,
a partir deste final de semana, de
as equipes trocarem os motores
dos carros. Quem o fizer terá que
largar do último lugar no grid.
Até Interlagos, a mudança era
permitida, sem prejuízo da posição de largada, desde que o time
convencesse a FIA de que havia
"motivo de força maior", um problema com a segurança do piloto,
por exemplo. No Brasil, McLaren
e BAR usaram esse argumento
para trocar os motores de Kimi
Raikkonen e Jacques Villeneuve.
Agora não haverá perdão.
Outro "ajuste", pedido pelas
cinco escuderias que usam pneus
Bridgestone, não foi aprovado: o
fim da limitação de só um tipo de
pneu de chuva por corrida. A proposta foi vetada pelas outras cinco
equipes, clientes da Michelin.
"As fábricas e as equipes foram
unânimes em aprovar isso antes
do campeonato. Então, não haveria mesmo motivo para mudar."
Aproveitando a boa fase, Mosley já comprou outra briga: a do
fim da eletrônica em 2004. "Sei
que algumas equipes querem
manter os controles de tração e de
largada. Mas acho que vou convencê-las do contrário", disse.
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