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São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 2003

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AUTOMOBILISMO

Presidente da FIA celebra resultado das novas regras da F-1 e diz que a eletrônica será barrada em 2004

Mosley canta vitória e congela motores

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A IMOLA

Max Mosley esperou três corridas em silêncio. Ontem, enfim, surgiu para colher os louros pela concepção da nova F-1 e para selar vitória sobre as equipes que ameaçam se rebelar contra a FIA.
Em Imola, na Itália, onde hoje começam os treinos para o GP de San Marino, o presidente da entidade máxima do automobilismo garantiu a estabilidade do regulamento até o fim do ano, bateu o pé quanto ao uso de pneus de chuva e disse que a eletrônica deixará mesmo a categoria em 2004.
Foi a primeira entrevista coletiva do dirigente desde o início do campeonato -coletivas na Austrália e na Malásia foram adiadas. Embora as justificativas sejam outras, o real motivo para os adiamentos sempre esteve claro. Mosley esperava uma situação em que as mudanças geradas pelo novo regulamento fossem evidentes.
A hora chegou. Três pilotos diferentes venceram as três primeiras etapas, cenário que não se via desde 1999. Jovens como Kimi Raikkonen, 23, e Fernando Alonso, 21, ganharam destaque. E os índices de audiência dos GPs estão crescendo no mundo inteiro.
"Em reunião agora há pouco as equipes concordaram em manter o regulamento até o final do ano. O que me interessa é saber que a F-1 se tornou imprevisível. As pessoas falam sobre as corridas nos bares e não chegam a um consenso", disse Mosley com um ar de vitória. "Haverá só alguns ajustes, para evitar polêmicas."
Um desses ajustes é a proibição, a partir deste final de semana, de as equipes trocarem os motores dos carros. Quem o fizer terá que largar do último lugar no grid.
Até Interlagos, a mudança era permitida, sem prejuízo da posição de largada, desde que o time convencesse a FIA de que havia "motivo de força maior", um problema com a segurança do piloto, por exemplo. No Brasil, McLaren e BAR usaram esse argumento para trocar os motores de Kimi Raikkonen e Jacques Villeneuve. Agora não haverá perdão.
Outro "ajuste", pedido pelas cinco escuderias que usam pneus Bridgestone, não foi aprovado: o fim da limitação de só um tipo de pneu de chuva por corrida. A proposta foi vetada pelas outras cinco equipes, clientes da Michelin.
"As fábricas e as equipes foram unânimes em aprovar isso antes do campeonato. Então, não haveria mesmo motivo para mudar."
Aproveitando a boa fase, Mosley já comprou outra briga: a do fim da eletrônica em 2004. "Sei que algumas equipes querem manter os controles de tração e de largada. Mas acho que vou convencê-las do contrário", disse.


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