São Paulo, sábado, 18 de abril de 2009

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Na mesmice, Superliga feminina define campeã

Rio de Janeiro e Osasco decidem título do campeonato pelo 5º ano consecutivo

Paula Pequeno e Fabiana, que voltam a se enfrentar hoje, foram rivais nas cinco edições do torneio que as suas equipes decidiram

MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Cinco temporadas e o mesmo enredo. Rio de Janeiro e Osasco começam a Superliga como favoritos. No meio do torneio, um dos dois times demonstra oscilação, mas avança. Nos mata-matas, o rival até assusta, e a série fica complicada. Mas o final é sempre o mesmo.
E se repete hoje. Às 9h30, as duas equipes entram no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, para, pela quinta vez consecutiva, buscarem o título nacional de vôlei.
Para duas jogadoras, a sensação de mesmice é ainda maior. Paula Pequeno e Fabiana estavam de lados opostos da rede durante todos os campeonatos que seus clubes decidiram. Sempre com a mesma camisa.
O ano de 2005, início da série de finais, foi especial para Paula Pequeno, então com 23 anos. Depois de ficar fora dos Jogos de Atenas-2004 por causa de uma contusão, a promissora atacante voltava a brilhar. O mesmo joelho voltou a doer agora e a jogadora está em tratamento, porém irá jogar.
Fabiana, então com 20 anos, já se firmava como uma das promessas do vôlei, após anos sendo disputada pelas seleções adulta e juvenil. Mas ainda se sentia como uma iniciante.
No duelo pelo título, o Osasco de Paula Pequeno teve atuação surpreendente: 3 jogos a 0 na série melhor de cinco sobre o time de Bernardinho. A taça ganhou significado de redenção para o técnico José Roberto Guimarães e para jogadoras que o acompanharam no sofrido quarto lugar em Atenas.
"Foi a final mais gostosa. O time jogou bem e estava fechado. Tínhamos causas internas que nos ajudaram", diz a ponteira.
Desde então, contudo, foi a central Fabiana quem deixou a quadra sorrindo -as cariocas tentam o quarto título seguido.
"Na primeira final, eu era inexperiente e muitas jogadoras nunca haviam disputado uma decisão direito. Fiquei abalada com aquela derrota", relembra a jogadora.
"Mas a final que ficou mais marcada foi a de 2006/2007. Pela superação. A série estava apertada e, no último jogo, estávamos perdendo. Mas o time conseguiu virar, foi demais."
Naquele torneio, as duas atletas já eram titulares da seleção. Ganharam juntas a prata no Pan do Rio-07. Em 2008, foram campeãs olímpicas.
"A Superliga é uma vitrine, e o fato de aparecermos bem nas finais ajudou a nos firmar. Isso ocorreu com várias atletas novatas que passaram por uma ou pelas duas equipes", diz Paula.
Ela e Fabiana são exemplos raros de fidelidade. A campeã olímpica Thaísa é um exemplo do troca-troca constante entre os times. Ela despontou no Rio, brilhou na Olimpíada e, nesta temporada, foi para o Osasco.
"As atletas vão mudando de papel. No início, eu era novata em um time de feras como Fernanda Venturini. Hoje, penso em ajudar as mais novas. Em 2005, não imaginava que estaria assim agora", diz Fabiana, que só não encarou Paula na quadra na final de 2006.
Naquele ano, a atacante do time paulista assistiu aos jogos da arquibancada. Estava grávida da filha, Mel, mas jogou até o quinto mês de gestação e ajudou o time a chegar à decisão.



NA TV - Rio de Janeiro x Osasco Globo e Sportv, às 9h30, ao vivo



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