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Na mesmice, Superliga feminina define campeã
Rio de Janeiro e Osasco decidem título do campeonato pelo 5º ano consecutivo
Paula Pequeno e Fabiana, que voltam a se enfrentar hoje, foram rivais nas cinco edições do torneio que as suas equipes decidiram
MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
Cinco temporadas e o mesmo enredo. Rio de Janeiro e
Osasco começam a Superliga
como favoritos. No meio do
torneio, um dos dois times demonstra oscilação, mas avança.
Nos mata-matas, o rival até assusta, e a série fica complicada.
Mas o final é sempre o mesmo.
E se repete hoje. Às 9h30, as
duas equipes entram no ginásio
do Maracanãzinho, no Rio de
Janeiro, para, pela quinta vez
consecutiva, buscarem o título
nacional de vôlei.
Para duas jogadoras, a sensação de mesmice é ainda maior.
Paula Pequeno e Fabiana estavam de lados opostos da rede
durante todos os campeonatos
que seus clubes decidiram.
Sempre com a mesma camisa.
O ano de 2005, início da série
de finais, foi especial para Paula
Pequeno, então com 23 anos.
Depois de ficar fora dos Jogos
de Atenas-2004 por causa de
uma contusão, a promissora
atacante voltava a brilhar. O
mesmo joelho voltou a doer
agora e a jogadora está em tratamento, porém irá jogar.
Fabiana, então com 20 anos,
já se firmava como uma das
promessas do vôlei, após anos
sendo disputada pelas seleções
adulta e juvenil. Mas ainda se
sentia como uma iniciante.
No duelo pelo título, o Osasco de Paula Pequeno teve atuação surpreendente: 3 jogos a 0
na série melhor de cinco sobre
o time de Bernardinho. A taça
ganhou significado de redenção para o técnico José Roberto
Guimarães e para jogadoras
que o acompanharam no sofrido quarto lugar em Atenas.
"Foi a final mais gostosa. O time jogou bem e estava fechado.
Tínhamos causas internas que
nos ajudaram", diz a ponteira.
Desde então, contudo, foi a
central Fabiana quem deixou a
quadra sorrindo -as cariocas
tentam o quarto título seguido.
"Na primeira final, eu era
inexperiente e muitas jogadoras nunca haviam disputado
uma decisão direito. Fiquei
abalada com aquela derrota",
relembra a jogadora.
"Mas a final que ficou mais
marcada foi a de 2006/2007.
Pela superação. A série estava
apertada e, no último jogo, estávamos perdendo. Mas o time
conseguiu virar, foi demais."
Naquele torneio, as duas
atletas já eram titulares da seleção. Ganharam juntas a prata
no Pan do Rio-07. Em 2008, foram campeãs olímpicas.
"A Superliga é uma vitrine, e
o fato de aparecermos bem nas
finais ajudou a nos firmar. Isso
ocorreu com várias atletas novatas que passaram por uma ou
pelas duas equipes", diz Paula.
Ela e Fabiana são exemplos
raros de fidelidade. A campeã
olímpica Thaísa é um exemplo
do troca-troca constante entre
os times. Ela despontou no Rio,
brilhou na Olimpíada e, nesta
temporada, foi para o Osasco.
"As atletas vão mudando de
papel. No início, eu era novata
em um time de feras como Fernanda Venturini. Hoje, penso
em ajudar as mais novas. Em
2005, não imaginava que estaria assim agora", diz Fabiana,
que só não encarou Paula na
quadra na final de 2006.
Naquele ano, a atacante do time paulista assistiu aos jogos
da arquibancada. Estava grávida da filha, Mel, mas jogou até o
quinto mês de gestação e ajudou o time a chegar à decisão.
NA TV - Rio de Janeiro x Osasco
Globo e Sportv, às 9h30, ao vivo
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