|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Fora do padrão, Kobayashi tenta se firmar na F-1
Revelação no fim de 2009, japonês ainda não terminou nenhum GP nesta temporada e diz que precisa de tempo
Único piloto de seu país no Mundial nunca sonhou em chegar à categoria, não tem ídolos no esporte e é ávido leitor de revistas de moda
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A XANGAI
No ambiente pasteurizado
da F-1, Kamui Kobayashi destoa do resto dos pilotos do grid.
Nunca sonhou em chegar à
categoria, não tem ídolos no esporte e é bastante pragmático
ao falar sobre sua profissão.
"Eu não via corridas quando
era criança porque no Japão
elas são sempre de madrugada", disse à Folha o piloto da
Sauber. "Quando eu era mais
novo, me interessava em guiar
qualquer carro, mas não imaginava em chegar na F-1. Nunca
cresci sonhando com isso."
Revelação das últimas duas
corridas do Mundial passado,
quando substituiu o acidentado Timo Glock, Kobayashi quase teve de deixar a Europa, onde vive atualmente, para voltar
a trabalhar no restaurante de
seus pais, em Osaka, onde era
entregador de sushi.
"O problema é que acho que
eles não iam me aceitar de volta. Eu era muito rápido e podia
fazer o trabalho de duas pessoas. Mas sempre levava multas porque não respeitava nenhum semáforo", relembrou.
"Mas não era só isso. Muitas
vezes eu batia com a scooter e
estragava todo o sushi. Eles tinham que trabalhar dobrado."
Piloto da Toyota desde que
tinha 14 anos, Kobayashi ficou
desempregado de uma hora para a outra depois que a montadora japonesa anunciou sua
saída da F-1, no final de 2009.
"Foi uma frustração muito
grande. Eu tinha acabado de
chegar", afirmou ele. "Não queria desistir naquela hora e comecei a procurar uma nova vaga. A verdade é que tive sorte
de ter feito duas boas corridas."
Após conversar com algumas
equipes, assinou com o time de
Peter Sauber. Realizou uma
boa pré-temporada, mas neste
ano ainda não conseguiu terminar nenhuma corrida -nesta madrugada, teria mais uma
oportunidade, no GP da China,
que seria realizado depois do
fechamento desta edição.
"Sei que não fui bem neste
ano, mas estou numa equipe
nova e não está sendo fácil depois de tanto tempo na Toyota.
Acho que me faltou um pouco
sorte. Ainda preciso de um
pouco mais de tempo", declarou Kobayashi, leitor contumaz de revistas de moda, entre
uma ajeitada e outra em seus
cabelos descoloridos.
Único japonês no grid nesta
temporada, Kobayashi, 23, diz
ser uma grande responsabilidade representar seu país.
"Tenho que ser profissional.
A F-1 não é um hobby. Além
disso há muito dinheiro envolvido, os patrocinadores gastam
bastante e querem resultados."
Falante e bem humorado,
Kobayashi diz ser amigo de
quase todos os outros pilotos.
Mas não nutre admiração especial por nenhum deles. "Não
me espelho em ninguém porque não me interessa parecer
com outra pessoa. Acho que as
pessoas são diferentes e quero
ter o meu próprio estilo. Pretendo vencer do meu jeito."
FOLHA ONLINE
Saiba o que aconteceu no
GP da China
www.folha.com.br/101062
Texto Anterior: Hipismo: Pessoa cai para 6º na Copa do Mundo Próximo Texto: Inglês: Manchester United marca no fim e cola no líder Chelsea Índice
|