São Paulo, domingo, 18 de abril de 2010

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Fora do padrão, Kobayashi tenta se firmar na F-1

Revelação no fim de 2009, japonês ainda não terminou nenhum GP nesta temporada e diz que precisa de tempo

Único piloto de seu país no Mundial nunca sonhou em chegar à categoria, não tem ídolos no esporte e é ávido leitor de revistas de moda

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A XANGAI

No ambiente pasteurizado da F-1, Kamui Kobayashi destoa do resto dos pilotos do grid.
Nunca sonhou em chegar à categoria, não tem ídolos no esporte e é bastante pragmático ao falar sobre sua profissão.
"Eu não via corridas quando era criança porque no Japão elas são sempre de madrugada", disse à Folha o piloto da Sauber. "Quando eu era mais novo, me interessava em guiar qualquer carro, mas não imaginava em chegar na F-1. Nunca cresci sonhando com isso."
Revelação das últimas duas corridas do Mundial passado, quando substituiu o acidentado Timo Glock, Kobayashi quase teve de deixar a Europa, onde vive atualmente, para voltar a trabalhar no restaurante de seus pais, em Osaka, onde era entregador de sushi.
"O problema é que acho que eles não iam me aceitar de volta. Eu era muito rápido e podia fazer o trabalho de duas pessoas. Mas sempre levava multas porque não respeitava nenhum semáforo", relembrou.
"Mas não era só isso. Muitas vezes eu batia com a scooter e estragava todo o sushi. Eles tinham que trabalhar dobrado."
Piloto da Toyota desde que tinha 14 anos, Kobayashi ficou desempregado de uma hora para a outra depois que a montadora japonesa anunciou sua saída da F-1, no final de 2009.
"Foi uma frustração muito grande. Eu tinha acabado de chegar", afirmou ele. "Não queria desistir naquela hora e comecei a procurar uma nova vaga. A verdade é que tive sorte de ter feito duas boas corridas."
Após conversar com algumas equipes, assinou com o time de Peter Sauber. Realizou uma boa pré-temporada, mas neste ano ainda não conseguiu terminar nenhuma corrida -nesta madrugada, teria mais uma oportunidade, no GP da China, que seria realizado depois do fechamento desta edição.
"Sei que não fui bem neste ano, mas estou numa equipe nova e não está sendo fácil depois de tanto tempo na Toyota.
Acho que me faltou um pouco sorte. Ainda preciso de um pouco mais de tempo", declarou Kobayashi, leitor contumaz de revistas de moda, entre uma ajeitada e outra em seus cabelos descoloridos.
Único japonês no grid nesta temporada, Kobayashi, 23, diz ser uma grande responsabilidade representar seu país. "Tenho que ser profissional.
A F-1 não é um hobby. Além disso há muito dinheiro envolvido, os patrocinadores gastam bastante e querem resultados."
Falante e bem humorado, Kobayashi diz ser amigo de quase todos os outros pilotos.
Mas não nutre admiração especial por nenhum deles. "Não me espelho em ninguém porque não me interessa parecer com outra pessoa. Acho que as pessoas são diferentes e quero ter o meu próprio estilo. Pretendo vencer do meu jeito."

FOLHA ONLINE
Saiba o que aconteceu no GP da China
www.folha.com.br/101062



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