São Paulo, terça-feira, 18 de maio de 2004

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ATENAS 2004

PF avalia que risco é ficar perto de prováveis alvos de atentados

Por segurança, Brasil torce para ficar longe dos EUA

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O delegado José Milton Rodrigues, convidado pelo Comitê Olímpico Brasileiro para elaborar o esquema de segurança do país nos Jogos de Atenas, torce para que a delegação nacional fique longe das de EUA e Inglaterra.
Isso porque, para Rodrigues, essas nações correm maior risco de sofrer algum atentado terrorista.
Rodrigues, que também é o novo superintendente da PF no Estado do Rio, diz que espera ter até 15 policiais federais em Atenas.
Eles acompanharão cerca de 300 brasileiros (atletas, integrantes de comissões técnicas e dirigentes) que estarão na Vila Olímpica. A PF enviará um especialista em explosivos e um delegado.
"A localização da delegação dentro da Vila é importante. Às vezes, você ficar vizinho dos norte-americanos, dos canadenses e dos ingleses é mais perigoso do que ficar [perto] do Paraguai ou do Equador", apontou Rodrigues.
O número de policiais que integrarão a delegação nacional na Olimpíada ainda não está definido. O chefe da equipe seria Rodrigues, mas ele considera que, por causa da nova função, não poderá se ausentar do Rio por 20 dias.
Ainda neste mês o delegado irá viajar até Atenas para conhecer o esquema geral de segurança do evento. Se o policial não for aos Jogos, passará as informações ao delegado que o substituirá.
Rodrigues, 51, esteve no Pan-Americano de Santo Domingo, no ano passado. Foi o único policial federal na delegação brasileira. À época, dirigia a Coordenação Geral de Defesa Institucional, em Brasília. A PF o indicou ao Comitê Olímpico Brasileiro.
"Foi muito bom porque a gente abriu um espaço na delegação brasileira. Fui bem recebido pelos atletas. Viram que a Polícia Federal trazia um sentimento de segurança para eles", disse o delegado.
Mesmo que não vá à Olimpíada, Rodrigues pretende conversar com os atletas antes da viagem. A intenção é passar a eles informações sobre a segurança do evento e dar as orientações necessárias.
"Não existe segurança 100%. O primeiro aspecto fundamental é a integração com a equipe de segurança na Grécia e passar para a nossa delegação as orientações", afirmou ele. "Às vezes, os caras preparam um esquema muito grande, mas aquelas informações, aquelas precauções não chegam ao pessoal aqui", completou.
Rodrigues acredita que a presença de policiais brasileiros na Grécia trará mais tranqüilidade aos competidores nacionais.
"Vamos passar a eles o que fazer no momento em que ocorrer algo, [mostrar] o plano de evacuação do local. Eles [os atletas] vão ver uma equipe de brasileiros a quem podem recorrer em caso de necessidade. A gente vai aprender muito para o Pan de 2007 no Rio, que ainda é candidato à Olimpíada de 2012", afirmou Rodrigues.


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