São Paulo, domingo, 18 de junho de 2006

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Jogo opõe atletas da mesma geração

Somados, brasileiros têm apenas um ano a mais de vida do que os australianos, adversários desta tarde em Munique

Apesar dessa semelhança, duelo da segunda rodada é marcado pelas diferenças tanto no estilo de jogo como no status das duas seleções

DOS ENVIADOS A MUNIQUE

Eles são, de forma incrivelmente próxima, da mesma geração. Mas as semelhanças entre os jogadores brasileiros e os australianos param por aí.
Juntos, os 23 comandados de Carlos Alberto Parreira somam 660 anos, apenas um a mais do que os 23 do elenco que tem o holandês Guus Hiddink como chefe -se não fosse o corte do volante Edmílson (um ano mais jovem do que Mineiro), a conta seria idêntica.
Se a faixa etária é a mais próxima que vai encontrar na Copa, a Austrália será o adversário mais diferente do Brasil.
Seja pela forma de jogar, pelo modo de se preparar e pelo status, os australianos, que vestem Nike e usam geralmente amarelo (o que não vai acontecer hoje), são radicalmente diferentes dos brasileiros.
Adeptos de esportes viris, como futebol australiano e rúgbi, os jogadores da Oceania muitas vezes abusam das faltas -contra o Japão, por exemplo, fizeram 23 e sofreram apenas 11.
Eles são bem mais fortes do que os brasileiros -têm média de altura 3 cm maior e um peso médio 4 kg maior. Isso com a ajuda de muitos treinos. Enquanto o Brasil só faz atividades em meio período depois que a Copa começou, os australianos treinam em dois períodos freqüentemente, muitas vezes sob o calor do meio-dia.
"Vai ser complicado. Eles são fisicamente muito fortes. Vamos ter que rodar muito a bola", disse Ronaldinho.
O atacante, aliás, é o símbolo maior da diferença de status entre brasileiros e australianos. Duas vezes eleito o melhor do mundo, tem a marca mais famosa de um jogador de futebol.
Enquanto isso, os australianos são pouco conhecidos até no próprio país. Muitos vão tentar a sorte na Inglaterra -dos 23 convocados, 10 atuam nas ligas inglesas.
A pouca fama fez até uma declaração de Ronaldo gerar uma rusga com os rivais de hoje. O atacante declarou que quase nada conhecia do futebol australiano. Bastou isso para que os representantes da Oceania prometessem vingança.
"É uma falta de respeito dizer isso. Se ele não conhece nossos jogadores, que seja humilde e diga que temos uma boa equipe. Isso pode ser útil para a gente, já que teremos o fator surpresa", disse Frank Farina, ex-técnico da seleção da Austrália, que enfrenta o Brasil pela primeira vez num Mundial. (EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)


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