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Jogo opõe atletas da mesma geração
Somados, brasileiros têm apenas um ano a mais de vida do que os australianos, adversários desta tarde em Munique
Apesar dessa semelhança, duelo da segunda rodada é marcado pelas diferenças tanto no estilo de jogo como no status das duas seleções
DOS ENVIADOS A MUNIQUE
Eles são, de forma incrivelmente próxima, da mesma geração. Mas as semelhanças entre os jogadores brasileiros e os
australianos param por aí.
Juntos, os 23 comandados de
Carlos Alberto Parreira somam
660 anos, apenas um a mais do
que os 23 do elenco que tem o
holandês Guus Hiddink como
chefe -se não fosse o corte do
volante Edmílson (um ano
mais jovem do que Mineiro), a
conta seria idêntica.
Se a faixa etária é a mais próxima que vai encontrar na Copa, a Austrália será o adversário
mais diferente do Brasil.
Seja pela forma de jogar, pelo
modo de se preparar e pelo status, os australianos, que vestem
Nike e usam geralmente amarelo (o que não vai acontecer
hoje), são radicalmente diferentes dos brasileiros.
Adeptos de esportes viris, como futebol australiano e rúgbi,
os jogadores da Oceania muitas
vezes abusam das faltas -contra o Japão, por exemplo, fizeram 23 e sofreram apenas 11.
Eles são bem mais fortes do
que os brasileiros -têm média
de altura 3 cm maior e um peso
médio 4 kg maior. Isso com a
ajuda de muitos treinos. Enquanto o Brasil só faz atividades em meio período depois
que a Copa começou, os australianos treinam em dois períodos freqüentemente, muitas
vezes sob o calor do meio-dia.
"Vai ser complicado. Eles são
fisicamente muito fortes. Vamos ter que rodar muito a bola", disse Ronaldinho.
O atacante, aliás, é o símbolo
maior da diferença de status
entre brasileiros e australianos.
Duas vezes eleito o melhor do
mundo, tem a marca mais famosa de um jogador de futebol.
Enquanto isso, os australianos são pouco conhecidos até
no próprio país. Muitos vão
tentar a sorte na Inglaterra
-dos 23 convocados, 10 atuam
nas ligas inglesas.
A pouca fama fez até uma declaração de Ronaldo gerar uma
rusga com os rivais de hoje. O
atacante declarou que quase
nada conhecia do futebol australiano. Bastou isso para que
os representantes da Oceania
prometessem vingança.
"É uma falta de respeito dizer
isso. Se ele não conhece nossos
jogadores, que seja humilde e
diga que temos uma boa equipe. Isso pode ser útil para a gente, já que teremos o fator surpresa", disse Frank Farina, ex-técnico da seleção da Austrália,
que enfrenta o Brasil pela primeira vez num Mundial.
(EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS,
RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
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