São Paulo, domingo, 18 de junho de 2006

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TOSTÃO

Vencer e convencer

Se o time, Adriano e Ronaldo atuarem mal, será inevitável Robinho entrar

HOJE, TODO o Brasil espera uma atuação melhor do que contra a Croácia. Não adianta os operatórios e utilitaristas dizerem que só importa a vitória. Pela importância e excelência do futebol brasileiro, todo o mundo, e não só o Brasil, quer assistir a ótimas partidas da seleção. A Austrália é um time organizado, forte fisicamente e que se destaca pela marcação. Individualmente, é fraco, pior do que a Croácia. A principal jogada são os cruzamentos para o centroavante Viduka, que, além de finalizar bem com os pés e a cabeça, ajeita bem a bola para os que chegam de trás. Contra a Croácia, o Brasil mostrou um futebol lento e burocrático. Não houve uma jogada coletiva em velocidade. Adriano e Ronaldo atuaram muito fixos pelo meio, e Ronaldinho e Kaká, muito abertos. Os dois atacantes estavam muito distantes dos dois meias. Conversei com Ronaldinho, e ele concordou que, no Barcelona, recebe a bola mais à frente, diante de só um marcador. Na seleção, ele inicia as jogadas mais atrás e tem sempre mais marcadores pela frente, além de ficar mais longe do gol. Emerson e Zé Roberto se limitaram a marcar e a tocar a bola para o lado. Gosto mais do Emerson desarmando mais à frente, pressionando o armador adversário, como faz na Juventus. Ele não tem características para atuar mais recuado, como fizeram muito bem Mauro Silva na Copa de 94 e Edmílson na de 2002. Se Adriano, Ronaldo e o time atuarem mal no primeiro tempo, será inevitável a entrada de Robinho. Com ele, o time fica mais veloz e imprevisível e tem mais jogadas pelos lados, principalmente se Cafu e Roberto Carlos estiverem muito marcados. A esperança é ver Ronaldo melhor e com mais mobilidade. Tenho a impressão, como escrevi em outra coluna, de que a lentidão de Ronaldo não é apenas pela sua má forma física e técnica mas também pelo seu excesso de confiança, quase uma soberba, e que ele vai naturalmente brilhar, como em outros tempos. Chateado e desafiado pelas críticas, Ronaldo poderá ser hoje um outro jogador. Tomara!

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