São Paulo, segunda-feira, 18 de junho de 2007

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Hamilton vence, dispara e vive "sonho"

Em corrida tranqüila, inglês reina no GP dos EUA de F-1, ganha a segunda e abre dez pontos de vantagem sobre Alonso

Após detonar crise interna na McLaren, espanhol não reclama e sobe ao pódio abraçado ao companheiro; Massa termina em terceiro


Gabriel Bouys/France Presse
O inglês Lewis Hamilton, que após saber que largaria na frente completou a volta gritando, comemora a pole no GP dos EUA


TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A INDIANÁPOLIS

Desta vez não teve safety car, não houve punições nem erros de seus principais adversários. E mesmo assim Lewis Hamilton repetiu o resultado do final de semana passado, reinou absoluto em Indianápolis e venceu ontem pela segunda vez em seu ano de estréia na F-1.
Coadjuvantes em mais uma atuação impecável do inglês, Fernando Alonso e Felipe Massa completaram o pódio.
"Nunca imaginei, em um milhão de anos, que fosse estar nessa situação", afirmou Hamilton, olhos brilhando e sorriso aberto. "Esta viagem para a América do Norte foi maravilhosa. Correr em dois circuitos que eu não conhecia e ganhar nos dois. Que sonho!"
Há apenas uma semana ele havia conquistado, no Canadá, sua primeira vitória na categoria, em uma prova acidentada e na qual o safety car teve de ir à pista quatro vezes, bagunçando a estratégia de muitos times.
E, apesar dos acidentes e imprevistos, Hamilton quase não teve trabalho para triunfar.
Ontem, porém, a história foi diferente. Saindo da pole, com Alonso, seu companheiro de equipe, em segundo, e Massa logo atrás dele, o inglês largou bem e manteve a ponta.
"Esse foi o momento decisivo da corrida", disse o espanhol, que tentou se aproveitar do vácuo do carro de Hamilton na longa reta principal de Indianápolis para pular na frente, mas que não teve sucesso.
"Sabia que teria só essa chance e não consegui ultrapassa-lo de cara", completou Alonso, que ontem não fez reclamações, como vinha ocorrendo.
O bicampeão, entretanto, ainda teve outra chance, após a primeira parada, quando conseguiu grudar no companheiro e partiu para o ataque no fim da reta principal. Os dois McLaren ficaram lado a lado, quase tocaram rodas, mas o inglês levou a melhor e manteve a liderança até o final, exceto durante seu segundo pit stop.
"Acho que ficamos a uns dois ou três centímetros, mas não vi nenhuma manobra ilegal do Lewis. Como vi que não ia ter condições de ultrapassar, comecei a pensar no GP da França", completou Alonso, que, depois de viver uma semana de crise interna na McLaren detonada depois de suas reclamações, ontem subiu no pódio abraçado a Hamilton.
"Fiquei um pouco nervoso naquela hora, mas consegui ficar na frente", falou o inglês.
Sem condições de disputar com a McLaren no circuito do calendário em que tem a maior vantagem histórica sobre a rival, a Ferrari teve de se contentar com um duelo interno. Graças a uma estratégia diferente de pneus, Kimi Raikkonen conseguiu se aproximar muito de Massa na parte final da prova.
Sem oposição da equipe, segundo o brasileiro, os dois duelaram por várias voltas. "Kimi me pressionou muito porque ele estava com os pneus macios no último trecho da corrida, e eu com os duros, que não rendiam tão bem", disse Massa.
"Mas não acho que tenha sido ruim porque larguei com os macios e abri boa vantagem sobre ele, que, com os duros, acabou perdendo duas posições na largada", completou Massa.
O ferrarista, que tem sete pontos de vantagem para Raikkonen, se disse satisfeito com o resultado. "Fiquei feliz em não ter deixado o Kimi passar e por ter conquistado mais alguns pontos", afirmou Massa, que não pontuou no Canadá por ter sido desclassificado.
Mas satisfeito mesmo ontem só Hamilton, que manteve sua seqüência de sete pódios em sete corridas e agora tem dez pontos de vantagem sobre Alonso no Mundial. "Acho que ainda é cedo para pensar no título", falou, para logo emendar: "Tudo pode acontecer".


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