São Paulo, quinta-feira, 18 de junho de 2009

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fim

Sem milagre, Palmeiras dá adeus ao bi

Nos dez anos da festejada conquista de Scolari, Luxemburgo revive tabu, volta a fracassar na Libertadores e reclama

Nacional 0
Palmeiras 0

Matilde Campodonico/Associated Press
O atacante Obina, que entrou no segundo tempo, lamenta chance de gol desperdiçada durante o empate com o Nacional que tirou o Palmeiras da Libertadores

RENAN CACIOLI
ENVIADO ESPECIAL A MONTEVIDÉU

O Palmeiras despediu-se ontem do sonho de ser bicampeão da América. Não venceu nem perdeu do Nacional, no Uruguai. Acabou eliminado depois de um empate por 0 a 0.
Como na partida de ida, no Parque Antarctica, o placar terminou igual em um tento, os uruguaios se classificaram para as semifinais devido a esse gol marcado fora de casa.
"Esse time seria de segunda divisão em São Paulo", disparou o presidente palmeirense, Luiz Gonzaga Belluzzo, a respeito da equipe que tirou os brasileiros da Libertadores.
"Nosso time jogou bem, com raça, fez o que tinha de fazer. Mas é difícil enfrentar um time que só ficava na defesa", completou o mandatário do clube.
Na maior parte dos discursos dos palmeirenses após a derrota, sobraram desculpas.
Por outro lado, quase ninguém falou sobre o que o próprio time fez de errado, não só ontem como também no primeiro jogo contra o Nacional.
"Nos dois jogos, fomos melhores. Acabamos sofrendo gol lá. Aqui, tivemos três chances, pênalti não marcado", elencou Vanderlei Luxemburgo, muito criticado no primeiro duelo por ter sacado o atacante Keirrison e colocado o volante Jumar.
"Todo mundo meteu o pau por eu ter defendido. Mas 1 a 0 em Libertadores é goleada", disse ele, sobre a substituição feita quando sua equipe vencia.
As reclamações dos brasileiros foram das condições do gramado -de fato, muito ruim por conta de buracos e partes irregulares- à catimba dos anfitriões, passando pela atuação do árbitro Carlos Vera.
"Fui empurrado, mas o juiz jamais iria dar aquele pênalti. Nem se matassem alguém dentro da área", falou o goleiro Marcos, citando lance, nos acréscimos, no qual deixou o gol e foi para o ataque. Ele também chiou contra os gandulas. "Toda bola que saía demorava um minuto para voltar."
Alheios às críticas, os donos da casa celebraram um feito que havia tempos não conseguiam. Desde 1988, quando foi o senhor do continente, o tricampeão continental não passava das quartas de final.
De lá pra cá, a equipe habituara-se a ser um excelente oponente para os brasileiros, que triunfaram nos seis mata-matas anteriores ao de ontem.
Já o Palmeiras, campeão em 1999, recolhe os cacos e volta a pensar apenas em Brasileiro. No sábado, visita o Atlético-PR.
"Esse elenco tem condições de brigar pelo título", afirmou o vice-presidente do clube, Gilberto Cipullo, que rechaçou grandes mudanças no grupo.
Após ter conseguido dois milagres no torneio -avançar para o mata-mata com gol no Colo Colo aos 42min da etapa final e eliminar o Sport com três pênaltis defendidos por Marcos, o Palmeiras teve poucas chances de protagonizar o terceiro.
Tirando um escanteio cobrado por Cleiton Xavier, que bateu na trave, aos 8min de jogo, as melhores chances só vieram no segundo tempo, com Obina -que substituíra Marcão. "Se tivéssemos jogados mais 15min não sei se faríamos o gol", disse Marcos, em raro momento em que o Palmeiras reclamou de si.


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no clube até 2010

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