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Zaga bombardeada alerta Brasil
Confronto de hoje contra os EUA pode colocar seleção nas semifinais da Copa das Confederações
Dos últimos técnicos do time,
Dunga é o que mais assiste à
equipe sofrer chutes a gol, o
que leva rival a falar que país
do penta não é bicho-papão
EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS A PRETÓRIA
A seleção brasileira de Dunga, que hoje, às 11h, enfrenta os
EUA pela segunda rodada da
Copa das Confederações, em
Pretória, está muito longe de
ser um time seguro na defesa,
como mostrou contra o Egito
na jornada de abertura.
Os três gols marcados pelo time africano escancararam que,
quando o goleiro Júlio César
não está inspirado ou a sorte
não está ao lado dele, o time nacional tem potencial para ser
uma verdadeira peneira.
Isso porque Dunga é, entre os
últimos treinadores do Brasil, o
que comanda o time que mais
vezes é bombardeado pelas
equipes adversárias.
Nos jogos das eliminatórias,
a média de finalizações sofridas
pela seleção brasileira, segundo
o Datafolha, está em 14,9 por
jogo -nos confrontos do segundo turno, fica em 18,4. O
Egito teve 11 chances para balançar as redes. E todos esses
números ficam muito acima do
histórico da equipe nacional.
Na campanha do tetra, com
Parreira no comando e Dunga
no meio-campo, os rivais finalizavam, em média, só 6,6 vezes
por jogo à meta de Taffarel.
Nas eliminatórias para o
Mundial de 2006, esse número
ficou em 9,7. E até na caótica
classificação para a Copa de
2002, obtida apenas na última
rodada, os goleiros brasileiros
não precisavam trabalhar tanto
como faz hoje Júlio César
-aquele time sofria, em média,
10,2 conclusões por partida.
Para evitar uma nova catastrófica atuação defensiva como
no jogo contra o Egito, Dunga
diz que sua equipe precisa de
cautela e colocar o ataque em
segundo plano quando estiver
em vantagem no placar.
"Quando estávamos com 3 a 1
a nosso favor, na ansiedade de
buscar o gol, nós nos expomos
demais. O certo era ficarmos
mais no nosso campo, atraindo
o Egito", declarou Dunga, que
afirma não temer críticas por
mandar o time jogar na defesa.
"São visões diferentes. A minha é a de alguém comprometido com o resultado. Os comentaristas não têm esse compromisso", falou o treinador, ontem bem mais contido na entrevista obrigatória realizada
pela Fifa nas vésperas dos jogos
da competição sul-africana.
Os comandados de Dunga,
como é praxe, repetiram o discurso do treinador.
"Nosso time ataca muito, e às
vezes a defesa fica desprotegida. Precisamos ter mais cautela", analisou o zagueiro Miranda, que deve ir a campo hoje no
lugar do poupado Juan.
No lado norte-americano, a
fragilidade defensiva brasileira
é vista como uma chance de
reação -o time perdeu na estreia para a Itália por 3 a 1.
O técnico Bob Bradley declarou que sua seleção deve aproveitar o espaço deixado pelos
laterais brasileiros. O meia-atacante Landon Donovan, o
maior destaque da equipe, diz
não considerar a seleção brasileira um bicho-papão.
"Vimos o jogo do Brasil contra o Egito e, para ser honesto,
eles pareceram humanos."
O Brasil pode garantir já hoje
a sua passagem para as semifinais da Copa das Confederações. Para isso, precisa vencer
os norte-americanos e torcer
para que a Itália some no máximo um ponto contra o Egito, às
15h30, no outro jogo da chave.
NA TV - Brasil x EUA
Band, Globo e Sportv, ao vivo,
a partir das 11h
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