São Paulo, quinta-feira, 18 de junho de 2009

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Zaga bombardeada alerta Brasil

Confronto de hoje contra os EUA pode colocar seleção nas semifinais da Copa das Confederações

Dos últimos técnicos do time, Dunga é o que mais assiste à equipe sofrer chutes a gol, o que leva rival a falar que país do penta não é bicho-papão


EDUARDO ARRUDA
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS A PRETÓRIA

A seleção brasileira de Dunga, que hoje, às 11h, enfrenta os EUA pela segunda rodada da Copa das Confederações, em Pretória, está muito longe de ser um time seguro na defesa, como mostrou contra o Egito na jornada de abertura.
Os três gols marcados pelo time africano escancararam que, quando o goleiro Júlio César não está inspirado ou a sorte não está ao lado dele, o time nacional tem potencial para ser uma verdadeira peneira.
Isso porque Dunga é, entre os últimos treinadores do Brasil, o que comanda o time que mais vezes é bombardeado pelas equipes adversárias.
Nos jogos das eliminatórias, a média de finalizações sofridas pela seleção brasileira, segundo o Datafolha, está em 14,9 por jogo -nos confrontos do segundo turno, fica em 18,4. O Egito teve 11 chances para balançar as redes. E todos esses números ficam muito acima do histórico da equipe nacional.
Na campanha do tetra, com Parreira no comando e Dunga no meio-campo, os rivais finalizavam, em média, só 6,6 vezes por jogo à meta de Taffarel.
Nas eliminatórias para o Mundial de 2006, esse número ficou em 9,7. E até na caótica classificação para a Copa de 2002, obtida apenas na última rodada, os goleiros brasileiros não precisavam trabalhar tanto como faz hoje Júlio César -aquele time sofria, em média, 10,2 conclusões por partida.
Para evitar uma nova catastrófica atuação defensiva como no jogo contra o Egito, Dunga diz que sua equipe precisa de cautela e colocar o ataque em segundo plano quando estiver em vantagem no placar.
"Quando estávamos com 3 a 1 a nosso favor, na ansiedade de buscar o gol, nós nos expomos demais. O certo era ficarmos mais no nosso campo, atraindo o Egito", declarou Dunga, que afirma não temer críticas por mandar o time jogar na defesa.
"São visões diferentes. A minha é a de alguém comprometido com o resultado. Os comentaristas não têm esse compromisso", falou o treinador, ontem bem mais contido na entrevista obrigatória realizada pela Fifa nas vésperas dos jogos da competição sul-africana.
Os comandados de Dunga, como é praxe, repetiram o discurso do treinador.
"Nosso time ataca muito, e às vezes a defesa fica desprotegida. Precisamos ter mais cautela", analisou o zagueiro Miranda, que deve ir a campo hoje no lugar do poupado Juan.
No lado norte-americano, a fragilidade defensiva brasileira é vista como uma chance de reação -o time perdeu na estreia para a Itália por 3 a 1.
O técnico Bob Bradley declarou que sua seleção deve aproveitar o espaço deixado pelos laterais brasileiros. O meia-atacante Landon Donovan, o maior destaque da equipe, diz não considerar a seleção brasileira um bicho-papão.
"Vimos o jogo do Brasil contra o Egito e, para ser honesto, eles pareceram humanos."
O Brasil pode garantir já hoje a sua passagem para as semifinais da Copa das Confederações. Para isso, precisa vencer os norte-americanos e torcer para que a Itália some no máximo um ponto contra o Egito, às 15h30, no outro jogo da chave.


NA TV - Brasil x EUA
Band, Globo e Sportv, ao vivo, a partir das 11h



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