GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES

As ruas de Buenos Aires amanheceram ontem vazias e calmas como se fosse feriado. E, de fato, ninguém trabalhou ou estudou até o final do jogo da seleção argentina, que goleou a Coreia do Sul.
O silêncio só era cortado a cada gol de Higuaín com gritos de "Vamos, Argentina!", que ecoavam em bares e apartamentos. Depois da vitória, o barulho foi regra em bandeiraços realizados no centro, que a cada dia ganha mais enfeites em azul e branco e parece esperar uma festa.
As escolas cancelaram as aulas ou reuniram os alunos para ver a seleção. Em dois parques da capital, milhares de torcedores assistiram à partida em telões e comemoraram juntos até o início da tarde.
O país inteiro se empolgou com o show do ataque argentino, mas, para alguns torcedores, a vitória não significa mais do que a provável classificação para as oitavas de final.
"Um passo de cada vez. Ficamos ressabiados por causa das eliminatórias, quando sofremos tanto para nos classificar. Custa um pouco para acreditar que agora se pode ganhar", disse Marcelo Alanis, 48, que vende assessórios para torcedores.
Para o funcionário público Juan Carlos Navarro, 53, o time do técnico Maradona mereceu nota sete pela partida. "Não venha me dizer que a Coreia é parâmetro. O Mundial começa nas oitavas", disse.
A estudante Juliana Dávila, 33, também comemora de forma contida. "Não pode acontecer como em outras vezes, que começamos com jeito de campeão e tudo caiu de repente."


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