São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2010

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Novo Müller comove a Alemanha

Jovem atacante herda sobrenome e camisa do lendário campeão de 74

RENAN CACIOLI
DE SÃO PAULO

Um déjà-vu de sobrenome Müller tem feito muito alemão apostar que sua seleção não só vencerá a Sérvia, hoje, às 8h30, como repetirá a trajetória campeã de 1974.
Ontem foi Gerd Müller, 68 gols em 62 partidas pela Alemanha, maior artilheiro da história da Bundesliga e ídolo do Bayern de Munique.
Hoje é Thomas. Müller, como o antecessor, mas sem nenhum parentesco. Um gol em três jogos na seleção. Ainda uma jovem promessa do mesmo Bayern, mas já candidato a estrela nacional na ausência de Michael Ballack.
Do meio-campista que se lesionou às vésperas da Copa da África, Thomas, 20, herdou a camisa 13. Da mística em torno do segundo nome, a esperança de uma nação.
"Por enquanto, não somos campeões de coisa nenhuma", disse o atacante, que também faz o papel de meia.
Foi dele o terceiro gol diante dos australianos, que sofreriam mais um, na primeira rodada. É nele que Gerd Müller aposta para o futuro.
"O Thomas se parece muito comigo, pois gira na grande área exatamente como eu fazia", disse ao "Bild" o campeão mundial, 36 anos depois de ter erguido a taça.
Também com o número 13 às costas, Gerd atingiu a incrível marca de 14 gols em Copas, recorde que seria batido ironicamente na Alemanha, em 2006, por Ronaldo.
Chamado de "der Dick" (o Gordo), transformou-se em "der Bomber" (o Bombardeiro) enquanto construía a incrível façanha de balançar 365 vezes as redes adversárias em 427 exibições -recorde do Campeonato Alemão que se perpetua até hoje.
Nas divisões de base do Bayern, Gerd teve o primeiro contato com Thomas. "Ele tem tudo de que um artilheiro precisa e, se permanecer sem lesões, terá um longo caminho pela frente. Além do mais, é um bom garoto", disse o mestre, hoje com 64.
Há pouco mais de um ano, o garoto que começou aos dez no clube bávaro foi posto no time B para ganhar experiência na terceira divisão.
Na temporada 2008/09, a primeira com o elenco principal, marcou 13 vezes -duas a menos do que o artilheiro do Bayern, o holandês Robben.
Ao lado da Argentina, a Alemanha foi uma das poucas seleções a agradar na rodada inicial. Müller, 13 às costas, assombrou Munique.


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