São Paulo, sexta-feira, 18 de junho de 2010

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Americanos veem justiça 6 dias após serem vítimas de crime

DO ENVIADO A PRETÓRIA

Johan Nel acende um cigarro no outro. Separado da sala de julgamentos da corte central de Pretória por uma grade, espera ser chamado pelo juiz para receber sua sentença por fraude.
Na antevéspera do início da Copa, 9 de junho, foi denunciado à polícia por dois turistas norte-americanos. Acusação: prometeu alugar um carro a eles, pegou o dinheiro e não entregou o veículo. No dia 15, já estava recebendo sua condenação: 18 meses de prisão.
"A mulher dele ouviu uma conversa nossa no hotel sobre alugar um carro e nos abordou. Depois, ele apareceu, com uma história que nos pareceu legítima, oferecendo um carro a preço bom", disse Joseph McMahan, uma das vítimas.
Careca, branco e de meia-idade, o acusado é finalmente chamado pelo juiz.
A advogada designada pelo tribunal para defendê-lo é claramente despreparada e gagueja na hora de fazer sua exposição. Primeiro tenta impedir que a imprensa registre a sessão, argumentando que isso prejudicaria os negócios de seu cliente. Sem sucesso.
A sala é pequena, e o acusado, sem algemas, não parece representar perigo. Mas lá estão seis policiais -na plateia, cerca de 30 curiosos.
Do lado de fora, há uma única indicação de que ali funciona um tribunal especial para crimes da Copa: as bandeiras dos países participantes do Mundial.
O procedimento, iniciado às 19h20, termina uma hora e meia depois. As vítimas, que pagaram 2.271 rands (R$ 567) pelo carro, saem aliviadas por ter sido feita justiça antes de retornarem aos EUA, naquela noite mesmo. (FZ)

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