São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 2005

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VÔLEI

As surpresas

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Quem poderia imaginar que a decisão do título do Grand Prix ficaria entre Brasil e Itália? Com times bem renovados em relação aos Jogos de Atenas, as duas seleções surpreenderam: fizeram uma campanha melhor que a da China e deixaram a atual campeã olímpica e grande favorita fora da luta pelo título.
Vale lembrar que, das 12 brasileiras, só duas disputaram as últimas Olimpíadas: Valeskinha e Sassá. Já a Itália, de olho no Campeonato Europeu que será em setembro, deu folga às suas estrelas Francesca Piccinini, Simona Gioli, Simona Rinieri, Elisa Togut e mostrou algumas revelações.
A maior surpresa italiana é a atacante Valentina Fiorin, 20 anos e 1,87 m. Até a rodada de ontem, era a segunda maior pontuadora da fase final com 69 pontos, média de quase 18 por jogo. Aparece também como a quarta melhor atacante e o quinto bloqueio mais eficiente do torneio.
Na surpreendente vitória italiana sobre Cuba na fase final, Fiorin foi a maior pontuadora com 23 pontos. Mas a grande façanha da Itália foi ter sido a única seleção que venceu a China duas vezes e por 3 sets a 0. Foi o time que derrubou a poderosa equipe de Feng Kun, a atual melhor levantadora do mundo.
Já para o Brasil a China foi a tal pedra no caminho. Somadas as fases classificatória e final, nos 13 jogos que a seleção fez no GP até a rodada de ontem, as duas únicas derrotas foram para a China e por 3 sets a 0. O time mostrou dificuldade para marcar as rápidas jogadas de ataque das orientais.
No jogo de ontem, o time brasileiro não registrou nenhum ponto de bloqueio. Em compensação, a China conseguiu 11 pontos nesse fundamento. Vale lembrar que a central Carol Gattaz lidera as estatísticas como a melhor bloqueadora da fase final, mas contra a China nem ela foi a solução.
Caro leitor, quando você estiver lendo esta coluna, terá uma grande vantagem em relação a mim: já saberá o resultado do confronto entre Brasil e Itália, que seria na madrugada desta segunda-feira. Difícil fazer um prognóstico já que as duas seleções não se enfrentaram no Grand Prix na fase classificatória.
De toda maneira, a Itália já mostrou um certo "amarelão" no jogo de ontem contra a Holanda, a adversária mais frágil da fase final. A equipe venceu os dois primeiros sets, tinha vantagem de 24 a 23 no terceiro e conseguiu o que parecia impossível: perdeu esse set e também o jogo por 3 sets a 2.
Se tivesse vencido, estaria com a mão na taça já que o Brasil tropeçou na China. Com vantagem na média de pontos e invicto, o time italiano, dependendo do placar, poderia até perder para as brasileiras. Com a queda diante da Holanda, a Itália sofreu a primeira derrota e a decisão ficou para o jogo com as brasileiras.
Já o Brasil só apresentou grandes problemas contra a China. Diante dos outros adversários, mostrou-se um time guerreiro. Aposto minhas fichas na equipe brasileira. Mesmo que a Itália volte a surpreender, a seleção, do técnico José Roberto Guimarães, já deu sinais que tem um bom futuro pela frente.

Baixinha poderosa
A japonesa Yoshie Takeshita continua a contrariar a lógica do mundo do vôlei, que exige jogadoras cada vez mais altas. Com 28 anos e só 1,59 m, não é apenas a titular do Japão. Segundo as estatísticas do Grand Prix, até a penúltima rodada, ela ostentava o título de segunda levantadora mais eficiente do torneio, atrás da chinesa Kun Feng.

Mundial
A Rússia e a Polônia já estão classificadas para o Mundial de 2006, no Japão. As duas seleções masculinas garantiram a vaga no torneio classificatório, disputado no fim de semana na Polônia. A Rússia confirmou a vaga ao vencer ontem a Estônia por 3 sets a 0. Já o time polonês, dirigido pelo técnico espanhol Raul Lozano, fez a festa depois de derrotar a Bulgária por 3 sets a 1.

E-mail cidasan@uol.com.br

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