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VÔLEI
As surpresas
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Quem poderia imaginar
que a decisão do título do
Grand Prix ficaria entre Brasil e
Itália? Com times bem renovados
em relação aos Jogos de Atenas,
as duas seleções surpreenderam:
fizeram uma campanha melhor
que a da China e deixaram a
atual campeã olímpica e grande
favorita fora da luta pelo título.
Vale lembrar que, das 12 brasileiras, só duas disputaram as últimas Olimpíadas: Valeskinha e
Sassá. Já a Itália, de olho no Campeonato Europeu que será em setembro, deu folga às suas estrelas
Francesca Piccinini, Simona Gioli, Simona Rinieri, Elisa Togut e
mostrou algumas revelações.
A maior surpresa italiana é a
atacante Valentina Fiorin, 20
anos e 1,87 m. Até a rodada de ontem, era a segunda maior pontuadora da fase final com 69 pontos, média de quase 18 por jogo.
Aparece também como a quarta
melhor atacante e o quinto bloqueio mais eficiente do torneio.
Na surpreendente vitória italiana sobre Cuba na fase final, Fiorin foi a maior pontuadora com
23 pontos. Mas a grande façanha
da Itália foi ter sido a única seleção que venceu a China duas vezes e por 3 sets a 0. Foi o time que
derrubou a poderosa equipe de
Feng Kun, a atual melhor levantadora do mundo.
Já para o Brasil a China foi a tal
pedra no caminho. Somadas as
fases classificatória e final, nos 13
jogos que a seleção fez no GP até a
rodada de ontem, as duas únicas
derrotas foram para a China e
por 3 sets a 0. O time mostrou dificuldade para marcar as rápidas
jogadas de ataque das orientais.
No jogo de ontem, o time brasileiro não registrou nenhum ponto
de bloqueio. Em compensação, a
China conseguiu 11 pontos nesse
fundamento. Vale lembrar que a
central Carol Gattaz lidera as estatísticas como a melhor bloqueadora da fase final, mas contra a
China nem ela foi a solução.
Caro leitor, quando você estiver
lendo esta coluna, terá uma grande vantagem em relação a mim:
já saberá o resultado do confronto entre Brasil e Itália, que seria
na madrugada desta segunda-feira. Difícil fazer um prognóstico já
que as duas seleções não se enfrentaram no Grand Prix na fase
classificatória.
De toda maneira, a Itália já
mostrou um certo "amarelão" no
jogo de ontem contra a Holanda,
a adversária mais frágil da fase final. A equipe venceu os dois primeiros sets, tinha vantagem de 24
a 23 no terceiro e conseguiu o que
parecia impossível: perdeu esse
set e também o jogo por 3 sets a 2.
Se tivesse vencido, estaria com a
mão na taça já que o Brasil tropeçou na China. Com vantagem na
média de pontos e invicto, o time
italiano, dependendo do placar,
poderia até perder para as brasileiras. Com a queda diante da
Holanda, a Itália sofreu a primeira derrota e a decisão ficou para o
jogo com as brasileiras.
Já o Brasil só apresentou grandes problemas contra a China.
Diante dos outros adversários,
mostrou-se um time guerreiro.
Aposto minhas fichas na equipe
brasileira. Mesmo que a Itália
volte a surpreender, a seleção, do
técnico José Roberto Guimarães,
já deu sinais que tem um bom futuro pela frente.
Baixinha poderosa
A japonesa Yoshie Takeshita continua a contrariar a lógica do mundo do vôlei, que exige jogadoras cada vez mais altas. Com 28 anos e só
1,59 m, não é apenas a titular do Japão. Segundo as estatísticas do
Grand Prix, até a penúltima rodada, ela ostentava o título de segunda
levantadora mais eficiente do torneio, atrás da chinesa Kun Feng.
Mundial
A Rússia e a Polônia já estão classificadas para o Mundial de 2006, no
Japão. As duas seleções masculinas garantiram a vaga no torneio
classificatório, disputado no fim de semana na Polônia. A Rússia
confirmou a vaga ao vencer ontem a Estônia por 3 sets a 0. Já o time
polonês, dirigido pelo técnico espanhol Raul Lozano, fez a festa depois de derrotar a Bulgária por 3 sets a 1.
E-mail cidasan@uol.com.br
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