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FUTEBOL
Doce derrota, vitória amarga
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
O clássico San-São disputado ontem na Vila Belmiro
foi o que se costuma chamar de
um "jogo atípico".
Primeiro, porque o São Paulo
atuou com seu time reserva. Segundo, porque teve um atleta expulso no segundo minuto de jogo.
(Só no final do primeiro tempo
Ávalos ganhou o cartão vermelho
e igualou as coisas). Terceiro, porque o próprio Santos ainda procura se adaptar à ausência de Robinho, Léo e Deivid.
Poucas são as conclusões que
podemos tirar da partida, portanto, para a definição do futuro das
duas equipes.
Mas algumas coisas são evidentes. Do lado santista, é urgente a
necessidade de conseguir um atacante que seja mais efetivo e experiente que Douglas ou Danilinho.Não menos flagrante é a carência de bons zagueiros.
Outra constatação, esta muito
positiva: Giovanni continua jogando uma bola redondinha,
com seu toque refinado, sua visão
privilegiada de jogo, sua capacidade de mudar o ritmo de uma
partida. Se Ricardinho estivesse
ontem numa tarde mais inspirada, os dois poderiam ter desequilibrado o clássico em favor do
Santos.
Do lado do São Paulo, apesar
da derrota, fica a certeza de contar com um time B bastante competitivo, que enfrentou o Santos
de igual para igual, no campo do
adversário. É impossível saber o
que teria acontecido se o zagueiro
Flávio Donizeti não tivesse sido
expulso logo no início.
Seja como for, o tricolor poderia
ter saído da Vila com o empate e
até mesmo com a vitória, a julgar
pelas chances que teve, algumas
delas concedidas pela inépcia da
zaga praiana. A vitória santista
acabou saindo de um lance individual, isolado e inesperado do
lateral Carlinhos.
Talvez essa garotada são-paulina não chegue a ser um novo "Expressinho" (que nos anos 90 substituía os titulares de Telê Santana
em certos torneios), mas não passa vergonha diante de nenhum time A do Brasileirão.
Num torneio longo como este,
em que as equipes de mais destaque sofrem inevitáveis desfalques
ao longo da competição, esse é um
trunfo a ser considerado.
Estamos falando de Santos e São
Paulo, mas, no Brasileirão, agora
quem dá a bola é a Ponte Preta.
Sem contar com nenhuma estrela, mas com um time coeso e
homogêneo, a Macaca é a líder
isolada graças a uma campanha
exemplar. Seu equilíbrio é atestado pelos números: com oito vitórias, dois empates e duas derrotas,
a Ponte tem o quarto melhor ataque (atrás do Santos, do Inter e do
Corinthians) e a segunda melhor
defesa (atrás do Fluminense).
Não brilha em nenhum quesito,
mas também não decepciona em
nenhum. Não tem nenhum craque, mas também não tem nenhum grosso.
Se mantiver o pique, a Ponte
poderá resistir à pressão de Flu,
Inter, Santos, Corinthians e Juventude na briga pelo título ou,
ao menos, por uma vaga na Libertadores.
Deu chabu
Se há um galáctico que está
aquém das expectativas no
elenco corintiano, é Carlos Alberto. Além de não convencer a
Fiel, ele tem tido o azar de ver,
do banco, seu substituto decidir o jogo em favor do Corinthians. Foi assim com Rosinei,
contra o Palmeiras, e com Dinélson, contra o Paraná.
Maré vermelha
A goleada espetacular do Inter
sobre o Juventude foi uma dessas vitórias que dão um empurrão decisivo na luta pelo título.
Fiasco verde
Vinte mil fiéis palestrinos foram ao Parque Antarctica acreditando numa reação do time
no campeonato contra o modesto Fortaleza. E o Verdão decepcionou melancolicamente.
Vida de torcedor não é mole.
E-mail jgcouto@uol.com.br
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