São Paulo, segunda-feira, 18 de julho de 2005

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FUTEBOL

Doce derrota, vitória amarga

JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA

O clássico San-São disputado ontem na Vila Belmiro foi o que se costuma chamar de um "jogo atípico".
Primeiro, porque o São Paulo atuou com seu time reserva. Segundo, porque teve um atleta expulso no segundo minuto de jogo. (Só no final do primeiro tempo Ávalos ganhou o cartão vermelho e igualou as coisas). Terceiro, porque o próprio Santos ainda procura se adaptar à ausência de Robinho, Léo e Deivid.
Poucas são as conclusões que podemos tirar da partida, portanto, para a definição do futuro das duas equipes.
Mas algumas coisas são evidentes. Do lado santista, é urgente a necessidade de conseguir um atacante que seja mais efetivo e experiente que Douglas ou Danilinho.Não menos flagrante é a carência de bons zagueiros.
Outra constatação, esta muito positiva: Giovanni continua jogando uma bola redondinha, com seu toque refinado, sua visão privilegiada de jogo, sua capacidade de mudar o ritmo de uma partida. Se Ricardinho estivesse ontem numa tarde mais inspirada, os dois poderiam ter desequilibrado o clássico em favor do Santos.
Do lado do São Paulo, apesar da derrota, fica a certeza de contar com um time B bastante competitivo, que enfrentou o Santos de igual para igual, no campo do adversário. É impossível saber o que teria acontecido se o zagueiro Flávio Donizeti não tivesse sido expulso logo no início.
Seja como for, o tricolor poderia ter saído da Vila com o empate e até mesmo com a vitória, a julgar pelas chances que teve, algumas delas concedidas pela inépcia da zaga praiana. A vitória santista acabou saindo de um lance individual, isolado e inesperado do lateral Carlinhos.
Talvez essa garotada são-paulina não chegue a ser um novo "Expressinho" (que nos anos 90 substituía os titulares de Telê Santana em certos torneios), mas não passa vergonha diante de nenhum time A do Brasileirão.
Num torneio longo como este, em que as equipes de mais destaque sofrem inevitáveis desfalques ao longo da competição, esse é um trunfo a ser considerado.
Estamos falando de Santos e São Paulo, mas, no Brasileirão, agora quem dá a bola é a Ponte Preta.
Sem contar com nenhuma estrela, mas com um time coeso e homogêneo, a Macaca é a líder isolada graças a uma campanha exemplar. Seu equilíbrio é atestado pelos números: com oito vitórias, dois empates e duas derrotas, a Ponte tem o quarto melhor ataque (atrás do Santos, do Inter e do Corinthians) e a segunda melhor defesa (atrás do Fluminense). Não brilha em nenhum quesito, mas também não decepciona em nenhum. Não tem nenhum craque, mas também não tem nenhum grosso.
Se mantiver o pique, a Ponte poderá resistir à pressão de Flu, Inter, Santos, Corinthians e Juventude na briga pelo título ou, ao menos, por uma vaga na Libertadores.

Deu chabu
Se há um galáctico que está aquém das expectativas no elenco corintiano, é Carlos Alberto. Além de não convencer a Fiel, ele tem tido o azar de ver, do banco, seu substituto decidir o jogo em favor do Corinthians. Foi assim com Rosinei, contra o Palmeiras, e com Dinélson, contra o Paraná.

Maré vermelha
A goleada espetacular do Inter sobre o Juventude foi uma dessas vitórias que dão um empurrão decisivo na luta pelo título.

Fiasco verde
Vinte mil fiéis palestrinos foram ao Parque Antarctica acreditando numa reação do time no campeonato contra o modesto Fortaleza. E o Verdão decepcionou melancolicamente. Vida de torcedor não é mole.

E-mail jgcouto@uol.com.br

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