|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GINÁSTICA
Jade se recupera e quebra jejum de 16 anos do Brasil
Após chorar na véspera, atleta vence no salto, no primeiro ouro de feminino desde Havana-91, e leva bronze no solo
Ginasta carioca de 16 anos triunfa em decisão na qual não teve pela frente a americana Shaw Johnson, 15, dona de quatro ouros
DOS ENVIADOS AO RIO
Após a falha no domingo nas
paralelas assimétricas, pela
qual perdeu o individual geral,
a ginasta Jade Barbosa,16, recuperou-se e conseguiu o ouro
no salto no Pan-2007. Ainda ficou com um bronze no solo.
No total, somou três medalhas, com a prata por equipes
garantida no sábado. Assim,
tornou-se o segundo melhor
membro da equipe brasileira
no Pan, atrás apenas de Diego
Hypólito, que levou dois ouros.
Jade arrematou a única medalha de ouro do evento que escapou às norte-americanas. Só
a ginasta Shaw Johnson, 15, ficou com quatro títulos na competição continental, inclusive o
individual geral.
Uma das mais jovens da equipe brasileira, Jade mostrou-se
bem mais tranqüila no seu terceiro dia de competições. Desde que Daiane anunciou que
não disputaria provas individuais, por contusão, foi a ginasta carioca quem se tornou a
principal esperança de medalhada e sofreu com essa pressão, como disse no domingo.
Até o início deste ano, ela não
tinha participado de campeonatos do porte do Pan -esteve
só em dois torneios no exterior.
Para seu pai, César Barbosa,
o salto é um aparelho mais fácil
para uma ginasta mais jovem.
Isso porque não há momentos
de parada em que pode perder a
concentração ao ouvir a multidão, como nas paralelas assimétricas, em que falhou.
Assim como no domingo, Jade também falhou na trave ontem, o que a impediu de obter
uma outra medalha. Perdeu o
equilíbrio e teve que subir de
novo no aparelho. Mas ela não
era uma das favoritas na prova.
Mais jovem do que Jade,
Johnson já competiu em pelo
menos quatro torneios internacionais antes do Pan. Ela era
júnior até 2006, quando arrematou todos os títulos do campeonato nacional da categoria.
Os EUA vieram ao Brasil com
uma equipe mista, de estrelas e
jovens atletas, no feminino.
Mas o time deve fornecer atletas para Pequim, segundo o Comitê Olímpico Americano.
Mas já era a maior aposta
americana por conta de resultados -inclusive para a Olimpíada. Tanto que superou a
compatriota Nastia Liukin,
atual campeã mundial geral.
Na prova em que se tornou
campeã, Jade não enfrentou
Johnson. Sua rival mais próxima foi a também uma americana, Amber Trani. Mas seus dois
saltos lhe somaram 14.912, quase dois décimos acima da rival.
Ela já era a favorita para essa
prova, já que obtivera a maior
nota nas eliminatórias. Jade
também tinha a melhor nota no
solo feminino.
Por isso, havia uma esperança de ouro neste aparelho, segundo as projeções da Confederação Brasileira de Ginástica.
Mas, no solo, ela cometeu pequena falha em uma aterrisagem e saiu da linha do tablado.
Com isso, levou o bronze: ficou
atrás de duas americanas. O ouro foi para Rebecca Bross,
Johnson levou a prata.
Ao final de todas as provas,
principalmente o salto, era visível o alívio no rosto de Jade.
Desta vez, ela não repetiu o
choro de anteontem, quando
deixou a arena em prantos.
Para o Brasil, é o terceiro ouro no feminino na história. Os
outros são de Luisa Parente, de
1991, que competia sozinha.
(LUÍS FERRARI E RODRIGO MATTOS)
Texto Anterior: [+]Excelência: Novo CT abre nova perspectiva Próximo Texto: Pai de ginasta reclama de ruído de fãs Índice
|