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Diego leva dois ouros e entra para a história
Atleta é o primeiro do país a ganhar título no Pan na ginástica masculina
Mosiah Rodrigues triunfa
na barra fixa, lembra horas
difíceis e diz que a torcida
atrapalhou ao se manifestar
durante sua apresentação
DOS ENVIADOS AO RIO
Diego Hypólito, 21, entrou
para a história da ginástica
masculina ontem como o primeiro brasileiro a faturar um
título em Pans. E levou dois.
De quebra, ele encerrou um
jejum de conquistas de 16 anos
da ginástica brasileira, que não
ganhava títulos desde Havana-91 (seu primeiro ouro saiu antes do obtido Jade Barbosa).
Mais tarde, Mosiah Rodrigues triunfou na barra fixa.
Não foi preciso que os jornalistas comentassem com Diego
as marcas. O próprio atleta deixou sua segunda cerimônia de
premiação destacando os feitos. "É uma honra ser o primeiro atleta da ginástica masculina
a ganhar uma medalha de ouro.
Uma não, duas. Igualei a Luisa
Parente, que teve dois ouros
em 91", declarou o ginasta,
campeão no solo e no salto.
Rindo, ele falou que o objetivo principal era competir bem.
"Mais vieram duas de ouro...
Fui egoísta, mas não porque eu
queria. O que eu queria mesmo
era representar bem o país."
Indagado se já se sentia no
papel de um ídolo do esporte
nacional, Diego desconversou:
"Não é o objetivo principal."
A seguir, revelou gostar da
experiência de ser reconhecido. "Isso é um incentivo para as
crianças. Vejo aqui milhões de
crianças gritando meu nome.
Vale a pena esse trabalho."
No fim de semana, ele faturara a prata por equipes. Foram
as três provas de que participou
neste Pan. "Os pódios valem
mais que tudo", disse, ao ser indagado a respeito de ter ido a
100% dos pódios que almejava.
Se tivesse competido em
mais eventos o Brasil teria mais
medalhas? "Não sei. Sei é que
estou muito feliz." Após a premiação do salto -sua segunda
conquista-, Diego pediu que
lhe trouxessem as outras duas
medalhas que obtivera. O campeão ainda agradeceu a Renato
Araújo, seu técnico na seleção e
no Flamengo, com quem treina
há 13 anos. "Essas medalhas
não são só minhas, são do Brasil
e do meu treinador."
Desde que se integrou à seleção, o ginasta sempre fez questão de destacar o trabalho dos
treinadores Araújo e Leonardo
Finco. Em uma de suas entrevistas coletivas, inclusive, lembrou "que são brasileiros". Diferentemente da comissão técnica da seleção feminina, que é
composta de ucranianos.
O ginasta até a vislumbrou
um Pan em casa sem medalhas.
"Ficaria triste, mas faz parte do
trabalho, nem sempre a gente
ganha, mas graças a Deus elas
[as medalhas] vieram".
Ele ganhou a primeira medalha ontem do ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior.
Já Mosiah, que chorou no pódio, lembrou momentos difíceis. "Vinha treinando concentrado com meu técnico e tive
que ouvir muita coisa calado."
Sobre a prova, ele reclamou
do público. "O povo brasileiro
tem essa coisa de torcer a favor
e contra. Fui o primeiro a fazer
a barra e isso talvez tenha puxado minha nota para baixo."
E comentou que sofreu muito aguardando as performances
dos concorrentes. "Tive que esperar sete atletas até poder comemorar", disse o gaúcho.
(LUÍS FERRARI E RODRIGO MATTOS)
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