São Paulo, quarta-feira, 18 de julho de 2007

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TAEKWONDO

Prata fecha participação "sindicalista"

Vice de Natália Falavigna sela melhor participação da modalidade no torneio

Lutadores, que recebem ajuda de R$ 600 por mês, quase sempre com atraso, criticam cartolas e sonham em poder viver do esporte

DO ENVIADO AO RIO

Com uma prata, Natália Falavigna, 23, fechou ontem a melhor participação do taekwondo nacional em Pans. Além dos quatro pódios (um ouro, duas pratas e um bronze), a modalidade se destacou pela união dos atletas no estilo "sindicalista".
Eles protestaram em coro contra a precariedade das condições de trabalho e da remuneração que recebem. Disseram-se perseguidos pela arbitragem. Atacaram cartolas.
Celebraram a união entrando todos juntos de mãos dadas no pavilhão do Riocentro que abrigou a modalidade por quatro dias. Fizeram isso deixando os principais cartolas da confederação do esporte de fora.
"Fechamos um grupo unido. Fizemos mais do que o COB imaginava. O que falta é ter uma perspectiva de vida no taekwondo. Sonho ter um salário para virar profissional", disse Natália, após ser batida pela mexicana Rosario Espinoza, a atual campeã mundial, na final da categoria acima dos 67 kg.
A exemplo de quase toda a equipe brasileira de taekwondo no Pan, a paranaense, que também recebe R$ 600 mensais (quase sempre com atraso) da confederação brasileira, atacou a arbitragem do torneio no Rio.
"Fiz uma luta tática, segurando o 1 a 0 até o final, mas uma questão de arbitragem atrapalhou", disse Natália, que viu a rival empatar o duelo no final do terceiro e último tempo e depois vencer no tempo extra.
Pela segunda vez no Pan, a equipe fez protesto formal tentando reverter uma decisão dos juízes e, de novo, não teve êxito.
"A gente precisa ter arbitragem brasileira", disse Natália, referindo-se ao fato de nenhum dos juízes do Pan ser do país.
Ela não escondeu que a prata foi pouco. Foi às lágrimas desde o final da luta. Elas aumentaram na entrega das medalhas, principalmente após o público que lotava o Riocentro chamá-la de campeã -isso junto com sonoras vaias para a mexicana. "Preciso de incentivo para chorar de alegria na próxima vez."
Na jornada derradeira, Leonardo Santos, mesmo com o joelho machucado, também foi ao pódio. Ele perdeu para o americano Anthony Graf nas semifinais e ficou com o bronze na categoria acima dos 80 kg.
Agora, o esporte se volta para a luta por vaga na Olimpíada de Pequim-2008. (PAULO COBOS)


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