|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
na justiça
Dualib quer frear ação e "entregar" investidores
Estratégia de defesa vai alegar que denúncia da Procuradoria é inconsistente
"Não tenho nada a temer",
afirmou o cartola, réu em
processo na Justiça Federal
por lavagem de dinheiro
e formação de quadrilha
EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
Réu em processo por lavagem de dinheiro e formação de
quadrilha, Alberto Dualib deverá pedir na segunda-feira um
habeas corpus para tentar trancar a ação movida pela Justiça
Federal. O presidente corintiano alegará que a denúncia do
Ministério Público Federal é
inconsistente. E promete revelar em juízo o nome dos investidores da parceira MSI.
A estratégia começou a ser
traçada anteontem, quando seu
advogado, Roberto Podval, teve
acesso aos autos. "Não tenho
nada a temer", limitou-se a dizer Dualib, orientado por seu
advogado a não falar mais.
Caso tenha sucesso, o processo é paralisado, mas o Ministério Público pode recorrer
a instâncias superiores.
Ele alegará que não há provas
de que o dinheiro recebido pelo
clube seja produto de atos ilícitos. Porém, o juiz federal Fausto de Sanctis entendeu que havia fatos suficientes para iniciar
um processo criminal.
Podval dirá que não está
comprovado que Boris Berezovski, que teve a prisão preventiva decretada no mesmo
processo, é investidor. "A denúncia não tem o menor cabimento. Só existem ilações."
O advogado afirmou ainda
não saber dizer se Berezovski é,
de fato, investidor. Mas alegou
que há negociação com alguns
dos investidores para que todos
tenham seus nomes revelados.
Ele disse que não leu tudo sobre o processo, por isso não pode responder sobre a parte da
denúncia que aponta um esquema para evitar o rebaixamento do clube em 2006.
Apesar de a esfera esportiva
não ser sua especialidade, Podval sugere que Dualib envie um
pedido ao Superior Tribunal de
Justiça Desportiva para que
Rubens Approbato Machado,
conselheiro no Corinthians,
afaste-se do órgão que preside.
Ele acionou seus auditores
para investigar a suspeita de armação de resultados.
"O correto seria ele se afastar
enquanto o órgão estiver discutindo isso. É o mesmo que ele
pede para o meu cliente fazer
no Corinthians", disse Podval.
Ele afirma que Approbato
pode, no STJD, influenciar no
futuro político do clube. E se
beneficiar da decisão, caso concorra à presidência do clube.
"Não serei candidato. E ele
tem o direito de pedir meu afastamento. Será analisado. Não
sobrou quase nenhum vice ao
lado do Dualib, e eu é que sou o
culpado?", falou Approbato.
Podval, por enquanto, só defende o presidente corintiano.
Mas conversa com o vice Nesi
Curi para representá-lo no
mesmo processo. O advogado,
porém, não defenderá Renato
Duprat, outro réu no processo.
Anteontem à noite, os oposicionistas Andrés Sanches e Mário Gobbi estiveram na casa de
Dualib. Argumentaram que o
cartola não tem mais condições
de dirigir o clube. "Ele colocou
que vive seu momento mais difícil, por culpa do parceiro",
disse Gobbi, que afirma ter requerimento assinado pelo presidente do Conselho, Carlos
Senger, assegurando a votação
do afastamento de Dualib.
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Liderado por Zelão, Corinthians busca reação contra o Inter Índice
|