São Paulo, quarta-feira, 18 de julho de 2007

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na justiça

Dualib quer frear ação e "entregar" investidores

Estratégia de defesa vai alegar que denúncia da Procuradoria é inconsistente

"Não tenho nada a temer", afirmou o cartola, réu em processo na Justiça Federal por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha


EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

Réu em processo por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, Alberto Dualib deverá pedir na segunda-feira um habeas corpus para tentar trancar a ação movida pela Justiça Federal. O presidente corintiano alegará que a denúncia do Ministério Público Federal é inconsistente. E promete revelar em juízo o nome dos investidores da parceira MSI.
A estratégia começou a ser traçada anteontem, quando seu advogado, Roberto Podval, teve acesso aos autos. "Não tenho nada a temer", limitou-se a dizer Dualib, orientado por seu advogado a não falar mais.
Caso tenha sucesso, o processo é paralisado, mas o Ministério Público pode recorrer a instâncias superiores.
Ele alegará que não há provas de que o dinheiro recebido pelo clube seja produto de atos ilícitos. Porém, o juiz federal Fausto de Sanctis entendeu que havia fatos suficientes para iniciar um processo criminal.
Podval dirá que não está comprovado que Boris Berezovski, que teve a prisão preventiva decretada no mesmo processo, é investidor. "A denúncia não tem o menor cabimento. Só existem ilações."
O advogado afirmou ainda não saber dizer se Berezovski é, de fato, investidor. Mas alegou que há negociação com alguns dos investidores para que todos tenham seus nomes revelados.
Ele disse que não leu tudo sobre o processo, por isso não pode responder sobre a parte da denúncia que aponta um esquema para evitar o rebaixamento do clube em 2006.
Apesar de a esfera esportiva não ser sua especialidade, Podval sugere que Dualib envie um pedido ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva para que Rubens Approbato Machado, conselheiro no Corinthians, afaste-se do órgão que preside.
Ele acionou seus auditores para investigar a suspeita de armação de resultados.
"O correto seria ele se afastar enquanto o órgão estiver discutindo isso. É o mesmo que ele pede para o meu cliente fazer no Corinthians", disse Podval.
Ele afirma que Approbato pode, no STJD, influenciar no futuro político do clube. E se beneficiar da decisão, caso concorra à presidência do clube.
"Não serei candidato. E ele tem o direito de pedir meu afastamento. Será analisado. Não sobrou quase nenhum vice ao lado do Dualib, e eu é que sou o culpado?", falou Approbato.
Podval, por enquanto, só defende o presidente corintiano. Mas conversa com o vice Nesi Curi para representá-lo no mesmo processo. O advogado, porém, não defenderá Renato Duprat, outro réu no processo.
Anteontem à noite, os oposicionistas Andrés Sanches e Mário Gobbi estiveram na casa de Dualib. Argumentaram que o cartola não tem mais condições de dirigir o clube. "Ele colocou que vive seu momento mais difícil, por culpa do parceiro", disse Gobbi, que afirma ter requerimento assinado pelo presidente do Conselho, Carlos Senger, assegurando a votação do afastamento de Dualib.


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