São Paulo, domingo, 18 de agosto de 2002

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FUTEBOL

Duelo opõe Parreira, símbolo do "fair play", e Mário Sérgio, das faltas

Corinthians e São Caetano fazem jogo "limpo e sujo"

DIOGO PINHEIRO
EDUARDO ARRUDA


DA REPORTAGEM LOCAL

No Corinthians de Carlos Alberto Parreira, o "fair play" tem sido uma marca. No São Caetano de Mário Sérgio, o antijogo está prosperando. Essa antítese entre os dois técnicos deverá ser vista hoje no duelo entre os clubes paulistas, às 16h, no estádio Anacleto Campanella, pelo Brasileiro.
O jogo considerado duro sempre foi desprezado pelas equipes comandadas por Carlos Alberto Parreira, mas qualificou os times dirigidos por Mário Sérgio.
Em 1993, o treinador do São Caetano, então técnico de seu rival de hoje, chegou até a dizer que se sentia "excitado" após testemunhar uma entrada violenta do volante Zé Elias em um companheiro em um treino corintiano.
A "cara" de seus treinadores já aparece em suas equipes neste Brasileiro, mesmo com só duas rodadas concluídas até agora.
Os corintianos são os que menos cometem faltas no torneio. Segundo o Datafolha, o time da capital tem média de 18 infrações por partida. Já o rival do ABC é o terceiro que mais faz infrações (cerca de 36 por jogo) entre os 26 participantes do Nacional.
De certa forma, Parreira, que tenta hoje a terceira vitória no Brasileiro-2002, admite que o jogo violento de seu rival assusta. E sentenciou: "Esse será um dos jogos mais difíceis da competição. Apesar da mudança do treinador, o São Caetano está mais forte. É um time que não deixa jogar e pressiona na marcação".
A receita de não fazer faltas, aliás, foi fator decisivo na conquista corintiana do Torneio Rio-SP, em que o menor número de cartões recebidos teve peso forte no critério de desempate.
O clube do Parque São Jorge terminou como o menos faltoso do interestadual, com média de 19,4 infrações por confronto.
Por outro lado, o time do ABC, nas mãos de Mário Sérgio, acentuou a tendência da equipe em bater nos adversários.
Enquanto no Brasileiro-2001, o São Caetano de Jair Picerni ocupava apenas a 13ª colocação entre os times mais violentos (com 27,2 faltas por jogo), o Atlético-PR, que foi comandado por Mário Sérgio até a décima rodada no torneio, terminou entre os cinco primeiros no fundamento. Com ele, o time era o que mais batia, com média superior a 30 faltas.
O retrospecto atual tem agradado ao técnico. Ele tem dito que o "trabalho está muito bom" após uma derrota e uma vitória.
Um sinal dos tempos é a reestréia no ABC do volante Magrão, famoso pelos lances violentos quando defendia o Palmeiras.
Do lado corintiano, se Parreira prega o jogo limpo a seus jogadores, o sistema defensivo do time tem tirado o sono do técnico.
"Vamos ter sempre problemas quando jogarmos com três atacantes. O setor defensivo fica despovoado, mas é um risco que estamos correndo", disse Parreira.

NA TV - Globo (só para SP) e Record, ao vivo, às 16h

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