PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O palco principal do futebol brasileiro será utilizado como poucas vezes em uma competição nesta edição do Campeonato Nacional. Hoje, com a partida entre Flamengo e Goiás, o Maracanã irá receber sua quinta partida pelo torneio em apenas oito dias.
Até o final da primeira fase do Brasileiro, o ex-maior estádio do mundo irá abrigar, segundo a tabela original, nada menos que 39 confrontos, uma média de um jogo a cada 2,6 dias. Como comparação, o paulistano Morumbi irá ceder seu gramado para apenas 14 partidas da competição, média de um jogo a cada sete dias.
Com essa overdose, o Maracanã irá se transformar nesta temporada no primeiro estádio a acumular mais de mil partidas pelo Campeonato Brasileiro -tem hoje, segundo levantamento da revista "Placar", 975 duelos.
A quantidade de partidas marcadas para o estádio carioca nesta temporada fica acima das médias históricas. Em cada Nacional, contando as finais, aconteceram, em média, 31 jogos no campo.
Na maior parte da década de 90, o estádio foi ainda menos utilizado. O Brasileiro de 1998, por exemplo, realizou apenas 16 partidas no estádio Mário Filho.
A razão para o acumulo de eventos no local é o sucateamento de outros estádios do Rio. O Fluminense não utiliza mais o campo das Laranjeiras, assim como o Botafogo, o Caio Martins. Dessa forma, o Vasco é o único time do Estado no Brasileiro que manda suas partidas fora do Maracanã.
Sem opções na cidade, os clubes atuam no estádio estatal apesar dos altos custos de sua utilização. Segundo os dirigentes, só para abrir as portas em um dia de jogo são necessários R$ 14 mil.
Se em alguns casos, como na estréia de Romário no Fluminense, que atraiu quase 70 mil pessoas, a arquibancada enche, em outros a bilheteria mal paga os custos.
Na última quarta-feira, menos de 5 mil pessoas foram ao Maracanã para ver o confronto entre Botafogo e Atlético-MG.
Em consequência, as equipes novamente estão buscando alternativas em outros Estados. O Flamengo já acertou mandar três jogos do Nacional em Brasília.
Sendo tão requisitado, o mais famoso gramado do mundo, que teve sua última reforma total finalizado no ano passado, corre o risco de perder o status de um dos melhores do país. E o estádio já sofre com problemas em outros departamentos. Recentemente, o Museu Mané Garrincha, inaugurado no primeiro semestre, foi desativado por não ter um acervo e por obras inacabadas.


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