São Paulo, domingo, 18 de agosto de 2002

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F-1

Brasileiro, que teve problemas na largada em 4 GPs neste ano, diz que sair na frente não é meio caminho para a vitória

Pole, Barrichello só quer conseguir largar

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A BUDAPESTE

Rubens Barrichello deu ontem um importante passo para vencer o GP da Hungria. Sem ser ameaçado por ninguém, o brasileiro conquistou a pole em Hungaroring, pista onde as ultrapassagens são praticamente impossíveis.
Nos 16 GPs já disputados em Budapeste, em sete ocasiões (43,7%) a vitória ficou com o piloto que largou na ponta. E em dez oportunidades (62,5%), o vencedor saiu da primeira fila.
Até isso, ontem, correu em favor do brasileiro. Em segundo, larga justamente Michael Schumacher. Durante a semana, o alemão declarou que ajudaria o companheiro de equipe a fechar a temporada como vice-campeão.
Escaldado, porém, Barrichello evitou comemorações efusivas. Alegou que a parte mais complicada do trabalho será hoje: conseguir largar sem panes técnicas.
"Acho que a pole, para mim, não é meio caminho andado para a vitória. É meio caminho para fazer uma boa largada, para estar tranquilo no grid. Amanhã [hoje", quero apertar os botões, ver tudo funcionar e um abraço."
O brasileiro enfrentou problemas nas largadas de quatro corridas neste ano, incluindo as duas últimas. Na França, uma falha em um sensor o impediu de mover o carro. Na Alemanha, precisou recorrer ao carro reserva pouco antes do fechamento dos boxes, já que o titular apresentou um defeito no câmbio indo para o grid.
O GP da Hungria, 13ª etapa do Mundial de F-1, começa às 9h (horário de Brasília), com TV.

Elogios
O desempenho de Barrichello foi elogiado ontem pela Ferrari. "Assistimos a uma boa batalha entre nossos pilotos, e Rubens conseguiu um resultado grandioso", afirmou Ross Brawn, diretor-técnico e estrategista do time.
"Rubens fez um excelente trabalho. Estou muito feliz com o resultado, principalmente numa pista em que as ultrapassagens são tão difíceis", completou Jean Todt, diretor esportivo ferrarista.
Apesar da diferença de apenas 0s059 nos tempos do treino oficial, Schumacher não chegou a pôr em risco a pole do brasileiro.
Logo em sua segunda saída para a pista, Barrichello cravou 1min13s346, marca que já lhe daria a primeira posição. O pentacampeão não conseguiu alcançá-lo. Fez 1min13s392 em sua última tentativa, e o brasileiro, em sua volta derradeira, ainda melhorou seu tempo: 1min13s333.
"Dessa vez, não consegui alcançar o Rubens. Tive uma chance na minha última volta, mas perdi tempo na curva 12 [a antepenúltima do circuito"", disse.
Foi a terceira pole position de Barrichello nesta temporada, algo que o Brasil não conseguia desde 1994, com Ayrton Senna.
Foi, ainda, a sexta pole da carreira do ferrarista, que conseguiu igualar um de seus ídolos, o bicampeão Emerson Fittipaldi.
"É muito legal igualar a marca de alguém do tamanho do Emerson, que sempre foi um superpiloto. Mas, no dia em que eu igualar o número de títulos dele, vou ficar mais feliz", disse, sorrindo.
O outro brasileiro na F-1, Felipe Massa, também fez um bom treino. Com o carro da Sauber, ele larga em sétimo lugar, à frente de seu companheiro, Nick Heidfeld.
Depois de passar as últimas semanas lendo notícias de que seu emprego estava ameaçado, o novato desabafou: "Esse resultado foi uma resposta aos meus críticos. Para ir bem nessa pista, o cara tem que saber guiar".

NA TV - GP da Hungria, na Globo, ao vivo, às 9h

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