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POLÍTICA
Durante campanha em Atenas, cidades candidatas prometem fim dos gastos faraônicos para atender opinião pública e tentar evitar equívocos dos gregos
Jogos-2012 abrem caça aos elefantes
MARCELO DIEGO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS
As cinco cidades que disputam a
primazia de organizar os Jogos de
2012 apresentaram em Atenas,
aos membros do COI (Comitê
Olímpico Internacional), seus
planos de vôo. Prometeram esquemas mirabolantes de segurança, eficiência no cumprimento de
prazos, mas, principalmente,
contenção de despesas.
É quase uma volta ao passado.
Em vez de obras portentosas e esquemas gigantescos, Londres,
Moscou, Madri, Nova York e Paris (as finalistas) ressaltaram a intenção de utilizar estruturas já
existentes, apenas melhoradas. A
idéia é gastar o mínimo possível
do dinheiro público para abrigar
os Jogos. O resultado da cidade
escolhida sairá em julho de 2005.
Sediar uma Olimpíada não é tarefa barata. O governo grego já
gastou US$ 8,6 bilhões com a
atual edição dos Jogos -52% a
mais do que as despesas inicialmente previstas. Só o esquema de
segurança consumiu US$ 1,5 bilhão. É grande a chance de Atenas-2004 registrar o primeiro déficit desde Montréal-76.
Embora as obras erguidas sejam
um legado para a cidade, o país
registrará neste ano déficit de 4%
do PIB (Produto Interno Bruto)
em suas contas públicas. Para os
Jogos futuros, o COI quer que tal
resultado não se repita.
Com isso na cabeça, os responsáveis pelas cinco apresentações
repetiram termos como "ênfase
no atleta" e "herança sustentada
para a cidade".
As apresentações tiveram outros pontos em comum, como o
destaque a um melhor esquema
de transporte público. Como as
cinco finalistas para 2012 são todas cidades cujo fluxo de turistas é
muito alto, já desfrutam de uma
boa infra-estrutura.
Moscou disse que mais de 70%
dos locais de competição já existem. São ginásios montados para
a Olimpíada de 1980 e que ainda
estão em ótimas condições. Os
responsáveis pela candidatura
russa disseram que a escolha da
cidade seria "livre de risco".
Os membros da candidatura de
Madri seguiram a mesma trilha.
Apesar de nunca ter sediado uma
Olimpíada, a cidade diz que já
conta com quase 80% da estrutura pronta, o que inclui o maior sistema de metrô da Europa.
Nova York mostrou um orçamento de US$ 13 bilhões em obras
de revitalização, mas, para não assustar o COI, exibiu números de
sua força financeira. A cidade ressalvou que 60% dos locais de disputa já estão prontos. Bateu pé na
questão da segurança e prometeu
regras específicas de vistos para
turistas e atletas poderem entrar
na cidade durante a Olimpíada.
Paris tentou sensibilizar os possíveis eleitores com o charme de
locais já bastante conhecidos. A
idéia é que as partidas de tênis
aconteçam nas quadras de Roland Garros, o futebol seja disputado no estádio do Paris Saint-Germain, e o vôlei de praia tenha
jogos em uma arena provisória
montada ao lado da Torre Eiffel.
O premiê Tony Blair apareceu
em um vídeo pedindo votos a favor de Londres. Segundo ele, os
gastos estimados de 10 bilhões de
libras serão desembolsados de
qualquer maneira nos próximos
anos, na modernização do sistema de transporte da cidade.
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