São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 2008

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FUTEBOL

Dependente de estrelas, Brasil tenta vazar alemãs

Daniela, Marta e Cristiane respondem por 100% dos gols da seleção

BRASIL
Equipe, prata em Atenas, busca mais uma final olímpica. Horário: 7h

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A PEQUIM

Para vencer a Alemanha hoje, às 7h, em Xangai, e passar à final da Olimpíada de Pequim, é bom que a seleção brasileira feminina de futebol tenha um dia inspirado do seu trio de estrelas, formado por Daniela Alves, Marta e Cristiane.
Desde que as três foram efetivadas juntas no time nacional, na Copa de 2003, nunca o Brasil dependeu tanto delas para fazer gols como agora.
O time do técnico Jorge Barcellos marcou sete gols até agora nos Jogos. Todos eles foram de suas estrelas -três com Cristiane, dois com Daniela e outros dois com Marta.
A participação de 100% do trio na artilharia da seleção depois de quatro jogos em uma mesma competição é inédita.
E ela vem subindo durante os anos. No Mundial de 2003, elas marcaram 44% dos tentos brasileiros. O índice passou para 60% na Olimpíada de Atenas e chegou a 76% na última Copa.
Em termos absolutos, o momento mais sublime do trio aconteceu no Pan do Rio, quando elas foram responsáveis por 26 dos 33 gols marcados pelo Brasil na campanha que culminou com a medalha de ouro.
Somando esses três torneios, o Pan do Rio e a Olimpíada chinesa, as três fizeram 59 dos 81 gols marcados pelo Brasil. Foram 27 de Marta, 21 de Cristiane e 11 de Daniela Alves.
Nos Jogos chineses, as estatísticas mostram que o Brasil sofre para criar chances com outras jogadoras. Foram até agora 45 finalizações do time de Barcellos. Nada menos do que 31, ou 69%, foram de autoria de uma das três.
Até aqui, a força ofensiva de suas estrelas fez o Brasil avançar às semifinais, mas, sem a ajuda de outras jogadoras, a média de gols marcados do time despencou em relação a outras competições importantes.
Na Olimpíada de Pequim, o Brasil anotou até agora 1,75 gol por partida. No Mundial do ano passado, quando ficou com o vice, balançou as redes 2,83 vezes por partida. Em Atenas, outra campanha que acabou em vice, também superou com folga o desempenho atual, com 2,5.
Hoje, na semifinal, o Brasil ainda terá que superar sua fragilidade ofensiva em jogos contra a Alemanha, e isso também inclui Marta, Cristiane e Daniela Alves. Nos últimos dois jogos contra as européias, incluindo a decisão do Mundial, o Brasil não conseguiu fazer gols. Nesta Olimpíada, os dois times se enfrentaram na estréia, em jogo amarrado que acabou sem gols.
Se passar pelas alemãs, o Brasil joga a final dos Jogos na próxima quinta, em Pequim. O rival sairá da outra semifinal, entre EUA e Japão. "Se tivermos que enfrentar os EUA, vamos jogar com tranqüilidade. Elas têm um time novo, mas de muita qualidade", disse Cristiane.


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