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Acusados de doping ressurgem na Unesp
FLÁVIA FERNANDES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM PRESIDENTE PRUDENTE
Dois dos envolvidos no maior
escândalo de doping da história
do atletismo brasileiro, o fisiologista Pedro Balikian Júnior e
o técnico Inaldo Sena voltaram
ontem à rotina de aulas na
Unesp de Presidente Prudente
(560 km a oeste de São Paulo).
No campus, Balikian ministrou aula pela manhã. O coordenador em fisiologia do exercício não comentou a acusação
do técnico Jayme Netto Júnior.
"No momento oportuno, eu
vou me pronunciar. Não tenho
nada a temer", disse, no primeiro contato com a imprensa desde que o caso veio à tona.
Balikian Jr. foi acusado de indicar EPO (eritropoietina) para
cinco atletas flagrados pelo antidoping, escândalo revelado
no dia 4. O exame pegou os atletas de surpresa em 15 de junho.
Os atletas que iriam disputar o
Mundial de atletismo foram
submetidos a testes de urina logo após um treino na Unesp.
Ontem, na primeira aula, nenhum dos alunos do quarto ano
de educação física quis falar do
caso na sala de Balikian Jr.
Porém, nos corredores da
universidade, os comentários
sobre doping tiveram mais destaque do que a gripe suína, que
adiou o reinício das aulas. Alguns alunos chegaram a dizer
que colegas estariam envolvidos nas aplicações e medições.
A Unesp, que prometeu apurar a participação de Jayme
Netto Jr. e Pedro Balikian Jr.
no escândalo, nega que estudantes possam estar envolvidos. "A Unesp não teme que a
participação de alunos tenha
ocorrido. Não sabemos de ninguém que tenha participado",
comentou o chefe do departamento de educação física, Ismael Forte Freitas Júnior.
Na pista, Inaldo Sena, que
não é funcionário da Unesp,
mas usa a pista graças a um
convênio com a prefeitura, está
retomando aos poucos as atividades. "Alguns atletas desistiram de treinar comigo. Mas outros ainda acreditam no meu
trabalho", afirmou. Ele dividia
a preparação de duas atletas
com Jayme Netto Júnior, que
está oficialmente de licença.
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