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PINGUE-PONGUE
Maior rival diz que ficava com coração na boca
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele foi um dos poucos rivais
que deixaram Robert Scheidt
em maus lençóis. Tirou do brasileiro o título mundial de 1999
e triunfou na acirrada disputa
que valeu o ouro olímpico nos
Jogos de Sydney-2000.
O inglês Ben Ainslie, 26, hoje
na classe finn, conta que a longevidade de Scheidt na laser é
fora do comum. "Só fui páreo
para ele quando estava absolutamente 100%. E, mesmo assim, mentiria se não confessasse que meu coração veio parar
na boca", contou o atleta nesta
entrevista à Folha.
(GR)
Folha - Como é velejar contra
Robert Scheidt?
Ben Ainslie - Ele foi meu adversário mais aguerrido. Tem
uma habilidade incrível e jamais desiste nas provas. Tivemos um pequeno atrito após a
apertada disputa de Sydney. Na
última regata, nossos barcos
colidiram, e ele acabou sendo
punido. A tensão foi bastante
grande, mas sei que vamos rir
disso com o passar dos anos.
Folha - Você seguiu o caminho
tradicional no iatismo e mudou
de classe após a Olimpíada. Por
que Scheidt está há tanto tempo
na mesma categoria?
Ainslie - É difícil saber. A ótima capacidade física dele certamente o ajuda a se manter forte
na laser. Eu, por exemplo, estou 15 quilos mais pesado do
que em Sydney e disputando
uma categoria de barcos maiores, a finn. Seguir encarando as
regatas da laser com o vigor de
Robert é fora do comum.
Folha - Em Cádiz, você e
Scheidt tentam manter o título
de campeões mundiais nas classes que disputam. Quem tem
mais chance de repetir o triunfo?
Ainslie - Robert é o favorito
disparado. Acredito que o sueco Birgmark é hoje em dia seu
principal adversário. Meu conterrâneo Paul Goodison também pode conquistar alguma
coisa se velejar muito bem. De
minha parte, posso dizer que
estou encarando com muita seriedade os novos desafios na
finn. Depois do Mundial, vou
começar desde já a me preparar para a Olimpíada de Atenas, no ano que vem. Tenho
muito trabalho a fazer.
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