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DOPING
Agência Mundial Antidoping vai aprovar na próxima semana relação de substâncias proibidas nos Jogos Olímpicos
Atenas libera cafeína, mas não a maconha
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir de 1º de janeiro, atletas
do mundo todo poderão tomar
café à vontade e usar descongestionantes sem muita preocupação. A maconha, porém, continuará proibida. Essa é a tônica da
nova lista da Wada, a Agência
Mundial Antidoping, que será
aprovada na semana que vem.
O documento, que vai reger a
política antidoping dos próximos
Jogos Olímpicos, Atenas-2004, já
foi discutido e aprovado pelo
Conselho Técnico da entidade. A
votação, entre segunda e terça-feira, será apenas uma formalidade.
A Wada retirou da relação a cafeína e a pseudoefedrina, que
sempre causaram polêmica em
casos positivos de doping. Isso
porque estão presentes em produtos "normais", do dia-a-dia.
A cafeína, no café, obviamente,
e em alguns refrigerantes. A pseudoefedrina, em remédios para
gripe e em descongestionantes.
As duas estão na atual lista de
substâncias restringidas pela Wada. Só são consideradas dopantes
acima de determinados níveis.
Mesmo assim, atletas flagrados
frequentemente alegam esse "uso
habitual" para declarar inocência.
"Tecnicamente, tudo foi discutido e acertado. Acredito que tudo
será aprovado sem problemas",
disse à Folha o brasileiro Eduardo
de Rose, membro da Wada.
"A cafeína e a pseudoefedrina
deixarão a lista, mas é claro que a
Wada fará um belo monitoramento, para que possamos acompanhar o impacto dessa medida."
Segundo ele, o esteróide anabólico clostebol, encontrado em exame da saltadora Maurren Maggi,
será mantido na relação. Caso tivesse sido excluído, ela ganharia
um forte argumento para lutar
pelo abrandamento da punição.
"Tínhamos que ajustar nossa
lista ao mundo moderno, às mudanças de atitude e aos novos
comportamentos dos atletas",
afirmou o sueco Arne Ljungqvist,
que chefia o departamento de
pesquisas da Wada. "Mas não esperem nada revolucionário."
Esse foi o recado de Ljungqvist a
uma corrente do COI (Comitê
Olímpico Internacional) que defende que drogas sociais não poderiam ser consideradas doping.
Afinal, não houve nenhuma
mudança nessa área. A maconha
foi mantida na lista da Wada, apesar da pressão de médicos que
alegam que a substância é um depressor, e não um estimulante.
"É uma droga que viola o espírito do esporte", explicou o sueco.
O Brasil teve um caso célebre no
início deste ano. Giba, da seleção
masculina de vôlei, foi suspenso
por dois meses por uso da droga.
Ljungqvist deu outro recado.
"Agora temos que olhar para a
frente. Não vai adiantar nada imaginar como as coisas teriam sido
no passado", declarou.
Ele se refere a atletas que foram
punidos por uso de cafeína e
pseudoefedrina nos últimos anos.
E houve muitos casos.
O mais célebre, o da ginasta romena Andreea Raducan. Em
Sydney-2000, aos 16 anos, ela teve
sua medalha de ouro no individual geral cassada por uso de
pseudoefedrina. O motivo: duas
cápsulas de remédio para gripe.
Ainda durante os Jogos, a Corte
de Arbitragem do Esporte reconheceu que ela foi vítima de um
erro médico, mas manteve a punição à atleta, como "exemplo".
Com agências internacionais
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