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JUCA KFOURI
blogdojuca@uol.com.br
Ressurreição sem morte
No que era o jogo mais importante de sua semana, o São Paulo mostrou que vive e reassume o favoritismo
O
QUE era para ser o jogo acabou sendo apenas um jogo.
Bom, diga-se desde já, mas
nada que se compare ao que São
Paulo e Internacional fizeram na decisão da Libertadores da América.
E não só porque os dois times perderam muito em qualidade no mês
que separou aquela decisão do jogo
de ontem. Qualidade extra mesmo
somente a de Fernandão, o jogador
de maior Q.I. de todos que jogam
atualmente no Brasil.
Mas faltou também no Morumbi
o calor da torcida.
Pouco mais de 13 mil pagantes,
menos do que no jogo contra o Boca
Juniors no meio da semana e menos
até que no jogo do sábado entre Corinthians e Paraná Clube - que já tinha sido decepcionante com quase
16 mil torcedores.
Desconfiados, os são-paulinos ficaram em casa.
Bobagem deles, porque, se é verdade que o time vinha de dois empates com sabor de derrota, a disputada vitória sobre o Internacional teve
um significado especial e era o jogo
mais importante da semana.
Na classificação do Brasileirão por
significar a expressiva vantagem de
seis pontos sobre o rival com mais
condições de lutar pelo título, ambos em busca do tetra.
E moralmente pelas circunstâncias de uma vitória obtida com um
jogador a menos desde os 9min do
segundo tempo, por causa da expulsão do zagueiro Alex Silva.
Não que o triunfo tenha resolvido
todos os problemas do tricolor, mas,
sem dúvida, que dá uma bela clareada na vida do líder é óbvio.
Dos 15 jogos que faltam para ambos, o São Paulo jogará seis como
mandante. Mas das nove que será visitante, duas são em São Paulo, no
ABC paulista, contra o São Caetano,
depois de amanhã, e em Presidente
Prudente, contra o Palmeiras, no
domingo que vem. Além de um jogo
na Vila Belmiro, contra o Santos.
E, se a partida diante do novo candidato Grêmio será no Olímpico, o
Inter também enfrentará o rival na
casa gremista -além de também pegar o Santos, outro pretendente,
mas no Beira-Rio.
Aos gaúchos, aliás, faltam oito jogos em casa e sete fora.
O São Paulo fez por merecer a vitória desde o começo do jogo.
Abandonou a defesa com três zagueiros para voltar ao velho 4-4-2 e
se deu bem, mesmo que Alex Dias
seja um peso morto no ataque.
O criticado Danilo fez bela jogada
para culminar num cruzamento
perfeito de Thiago na cabeça de Lenílson, que fez 1 a 0, logo aos 8min.
Chances de gol o Inter teve, é verdade. Principalmente nos pés de
Iarley, que exigiu ótima defesa de
Rogério Ceni, de Adriano, que chutou fraco na frente do goleiro, e quase nos pés de Michel, não fosse o
desvio de Mineiro, tudo no primeiro
tempo.
Disposto a empatar, o Inter voltou
mais forte no segundo tempo e a coisa pareceu ficar feia quando o São
Paulo perdeu Alex Silva. Mas foi o
São Paulo, já sem atacantes porque
Muricy tratou de tirar Thiago, para
botar Edcarlos, e Alex Dias, para pôr
Ramalho, quem fez o gol que liquidou com o jogo, depois de exuberante entrada de Ilsinho pela direita da
área adversária e do passe para Júnior fazer 2 a 0.
Lembremos que o São Paulo, enfim, manteve a escrita diante do
Corinthians, quebrou a que vigorava
em relação ao Inter e que a Recopa
Sul-Americana não chega a ser um
objeto de desejo do torcedor brasileiro.
A reta final do campeonato será
disputada entre dois clubes paulistas e dois times gaúchos. Não por
acaso quatro clubes que têm os mesmos técnicos desde o começo do torneio, o que, se não é uma receita infalível (algo que não existe no futebol), que ajuda, ajuda.
Sim, o campeão de 2005 teve três
treinadores. E dois árbitros...
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