São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2006

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entrevista

Kahê pede mais punição do que multa

DA REPORTAGEM LOCAL

Kahê, 24, demorou a entender que era o pivô do jogo que quase foi paralisado por racismo e xenofobia, mas, orgulhoso de ser negro, pede mais que multa ao Aachen.

FOLHA - Já tinha sido vítima de algum insulto racista?
KAHÊ
- Não. Quando o juiz parou o jogo, não sabia o que estava acontecendo. A torcida gritava, mas não entendia. Depois, me falaram o que eles diziam.

FOLHA - Como começou?
KAHÊ
- Me desentendi com um jogador, levei cabeçada e caí. O juiz me deu amarelo pensando que simulava. Começaram a gritar em parte do estádio, e o árbitro reserva veio avisar o juiz. Ele deu o recado para a torcida pelo alto-falante. O estádio aplaudiu.

FOLHA - O que deve ocorrer?
KAHÊ
- Teve o caso do Asamoah, mas foi na copa. A Fifa e a Bundesliga devem punir, mas não só na parte financeira. Devem tirar pontos e mando.

FOLHA - Como você se define racialmente?
KAHÊ
- Me considero negro. A gente brinca que, se tivesse escravidão, eu seria escravo. Minha família tem muitas pessoas negras. É motivo de orgulho.


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