|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Intervenção
Medida provisória tornará o governo , de mero financiador, coordenador de plano nacional de esporte, voltado à Olimpíada-16
EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O presidente Lula assina,
na segunda, em Brasília, medida provisória que faz, pela
primeira vez na história, o
governo federal transcender
papel de mero financiador
do esporte. A partir de então,
terá poder de decisão -ou de
quase intervenção.
""O Estado deixa de ser
apenas um provedor e agora
planejará junto com o COB e
confederações o ciclo olímpico. A atuação do Estado vinha sendo muito tímida", argumenta o ministro do Esporte, Orlando Silva Junior.
O ministro nega que as
confederações perderão autonomia. Mas o planejamento do governo mostra pontos
de ingerência, sobretudo no
que se refere à liberação e à
utilização de verbas estatais.
Técnicos do ministério,
que anteriormente se especializavam em programas da
pasta, agora foram divididos
por esportes. A ideia é que
acompanhem o dia a dia das
modalidades e atuem.
Eles serão incentivados a
dar sugestões que, ao menos
no seu entender, possam ajudar a modalidade. A ideia será, então, discutida por COB,
ministério e confederação.
Atletas também já sentirão
mudanças. Foi definido que
os próximos inscritos no programa Bolsa Atleta terão de
aceitar, ao assinar o contrato,
ser submetidos a testes antidoping, inclusive quando estiverem fora de competição.
As confederações que assinarem o ""contrato de gestão"
proposto na medida provisória concordam em discutir
com o governo federal as
suas estratégias. O Comitê
Olímpico Brasileiro e seu par
paraolímpico participarão.
O governo federal costura
um plano nacional do esporte e pretende coordenar
ações que envolverão COB,
CPB e confederações, municípios, Estados e investimentos estatais e emendas parlamentares. Faz parte o direcionamento de programas da
própria pasta, como o educacional Segundo Tempo, que
poderia ser usado na base.
Com municípios e Estados, o governo federal busca
parcerias para construir uma
rede nacional de treinamento e ""cidades esportivas".
São Bernardo do Campo
(SP), onde já houve acerto
com o handebol, modalidade
de tradição naquele município, é citada como modelo.
O ministério entra com a
implantação do centro, e a cidade, com sua manutenção.
""Há dois casos que podem
ser "cidades esportivas". A
que já tem vocação para receber determinado esporte ou
aquela que se mostra disposta a receber uma modalidade", diz Marco Aurélio Klein,
do Ministério do Esporte.
""Quando um deputado pedir ao ministério um ginásio
que muitas vezes fica sem
utilidade, vamos ver se faz
sentido ele ser erguido naquele município", argumenta Ricardo Leyser Gonçalves,
secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Nova bolsa poderá pagar até R$ 15 mil Índice | Comunicar Erros
|