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VÔLEI
Os desafios
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Eles ainda não se encontraram para conversar sobre o
assunto. Só falaram por telefone e
rapidamente. Mas pelo que tudo
indica, vai ser muito difícil o técnico Bernardinho convencer o
atacante Nalbert a continuar na
seleção brasileira. Ele está decidido: a partir de 2005, vai mesmo
para o vôlei de praia.
Mas o que leva Nalbert, capitão
da seleção, a deixar o time mais
vitorioso da história do vôlei brasileiro? A resposta ele tem na ponta da língua: "Sou movido a desafios". E ele quer mesmo novos desafios e seguir a trilha do seu
grande ídolo, o americano Karch
Kiraly, campeão olímpico na
quadra e na praia.
Nalbert não tem dúvidas que o
caminho da seleção nos próximos
anos será dourado. "O próximo
ciclo olímpico será de vitórias.
Não vejo nenhum time hoje capaz
de bater o Brasil. Só os russos teriam chance, mas eles não têm organização necessária para isso.
Nós ganhamos na organização."
E Nalbert tem razão. Com o técnico Bernardinho no comando e
o atual grupo de jogadores da seleção, a tendência é que o Brasil
chegue ao bi mundial e olímpico.
Mais um motivo para admirar a
coragem e a ousadia de Nalbert
de trocar o certo pelo incerto.
O cálculo do atacante é simples.
Ele está com 30 anos. Se ficasse na
seleção, jogaria até os Jogos de Pequim-2008. Só poderia ir para a
praia em 2012, com 38 anos. Uma
idade mais difícil para jogar a
primeira Olimpíada na areia. Por
isso, está decidido a começar a
sua preparação na praia em 2005.
Ainda não sabe quem será o seu
parceiro. Só tem o seu perfil na cabeça. Precisa ser um grande bloqueador, já que ele tem o seu ponto forte na defesa. Na areia, Nalbert também terá que se adaptar
a exigências físicas diferentes.
"Na quadra, o que vale mais é a
potência. Na praia, é a resistência", diz.
Na sua transição para a praia,
ele espera apoio e dicas de Bernardinho, a quem Nalbert não
cansa de cobrir de elogios: "Não
existe ninguém mais competente
do que ele". Nalbert, não por acaso escolhido pelo treinador como
o capitão da seleção, foi um jogador fundamental neste ciclo vitorioso do time.
O técnico já declarou que vai
tentar convencê-lo a voltar. Além
de ser, ao lado de Renan, o jogador mais completo do vôlei brasileiro, Nalbert se destaca pela garra. Quem há de esquecer o jogo
dele na vitória sobre a Itália, com
33 a 31 no quinto set, na segunda
rodada dos Jogos de Atenas?
O certo é que Nalbert, que está
defendendo o Banespa na sua última temporada na quadra, vai
fazer muita falta também pela liderança que tem. Mas, enfim, como parece algo já decidido, resta
olhar para frente. Em Atenas, o
substituto de Nalbert foi o atacante Dante, que jogou uma
grande Olimpíada.
Para integrar o grupo de 12, que
também perdeu Giovane e Maurício, não há muito mistério. As
vagas deverão ficar com Murilo,
Roberto Minuzzi e o levantador
Marcelinho, que nas últimas temporadas já têm treinado com a
equipe. Mas vai ser difícil ver uma
seleção sem Nalbert, Maurício e
Giovane.
Italiano
Hoje tem jogão no Campeonato Italiano. O Modena, dos brasileiros
Ricardinho e Dante, enfrenta o Macerata, que não terá Maurício. O
levantador sofreu uma cirurgia no braço direito e só volta a treinar
daqui a dez dias. Em três rodadas, o Modena, dirigido por Júlio Velasco, sofreu duas derrotas e amarga a décima posição. Já o Macerata,
com duas vitórias, está em sexto lugar.
Italiano 2
Quem tem motivos para comemorar é o central Gustavo, da seleção
brasileira. O seu time na Itália, o Sisley Treviso, conquistou na última
semana o título da Supercopa Italiana. Na final, o Treviso, atual campeão italiano, venceu o Cuneo, do atacante Giba, por 3 sets a 0 (25/19,
27/25 e 25/15).
E-mail cidasan@uol.com.br
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